A pessoa que começou a engrenar na vida cristã pensa que está tudo resolvido porque vai à missa aos domingos e reza à noite. Mas se há brigas na família, se há defeitos pessoais que parecem crescer então a vida cristã não está suficientemente aprofundada.
“Para a grande maioria dos homens, ser santo significa santificar o seu
trabalho, santificar-se no trabalho e santificar os outros com o
trabalho, e assim encontrar Deus no caminho da vida.” Deus toma a
iniciativa e chama. Na imensa maioria das pessoas é nas tarefas normais
que Deus nos pede que nos havemos de "polir" até a santidade. Para que o
trabalho seja meio de santidade é preciso que seja humanamente bem
feito, pois não podemos oferecer a Deus algo defeituoso.
Se eu preciso cumprir os meus trabalhos, que seja de modo profissional,
com capricho. Os pequenos deveres diários devem ser executados e os
erros retificados com amor, com os olhos postos em Deus.
“A mulher que por causa da Igreja deixa a panela queimar, tem metade de
anjo e a outra metade de demônio”. Nada justifica o trabalho mal feito;
nem as atividades religiosas: “- não fiz o almoço porque estava rezando o
terço...” O trabalho tem que ser convertido no lugar em que se conversa
com Deus. Transformar o próprio trabalho em ocasião de encontro com
Deus: o atelier do artista plástico, o consultório do dentista, o palco.
Basta oferecer a Deus as tarefas. Aproveite as circunstâncias e oferece
a Deus as suas tarefas feitas com amor, feitas como Deus as faria,
porque um cristão deve ser um outro Cristo. Imagine um santo político,
um santo empresário, quanto bem não fariam a partir do seu trabalho
cotidiano! E nós também.
As enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro mostraram muita boa
vontade e caridade, mas importantes lapsos de qualidade profissional.
Quanto bem não fazemos quando somos bons e temos retidão de intenção, ou
seja fazemos o que devemos por excelência humana e não apenas para
ganhar dinheiro para pagar as contas do fim do mês ou para adular o
poder!
Todas as tarefas podem se transformar em sacrifício elevado a Deus.
Todas são as ocasiões para praticar as virtudes humanas: laboriosidade,
tenacidade, alegria.
Quanta tenacidade é necessária para formar bem uma diarista, explicando,
corrigindo com carinho. Mesmo sabendo que ao aprender deixará a casa.
Mas você colaborou para melhorar seu trabalho. Quanta fé é necessária
para educar um adolescente.
Quanta caridade pode nos ensinar uma atividade social na paróquia ou filantrópica...
“Com essas crianças não consigo viver a paciência!” “Com esse chefe tão
mal-educado não consigo viver a caridade!” Mas é justamente esse o seu
caminho de santificação. Não são causalidades, condições fortuitas, mas o
rumo que marca o caminho da santidade.
O trabalho deve ser meio de dar a conhecer aos outros o caminho de Cristo.
No princípio não havia igrejas; os encontros eram nas casas, no
trabalho. Nesse nosso mundo paganizado há de ser assim. Não existe
tarefa que não tenha nada a ver com os ensinamentos de Jesus Cristo.
“Um segredo em voz alta: essas crises mundiais são crises de santos.” (Caminho – 301) Oração, leitura espiritual, direção espiritual são ferramentas. Nossa Senhora alcançou um nível altíssimo de santidade em meio às ocupações habituais da dona de casa; é um modelo excelente para cada um de nós.
Para pensar sobre como encaro a Vida Diária
- Encaro minha vida diária como uma conjunção de fatos cansativos ou como ocasião de fazer o bem, muito mais a miúde do que a esmola eventual, porque realizo bem o meu trabalho profissional, procuro melhorar como pessoa e cultivo uma vida social e pública santa para que seja digna de ser oferecida a Deus?
- Deixo-me envolver pela rotina, ou vejo que devo viver por amor?
- Compreendo que se me deixo vencer pelo cansaço da vida exterior, isso se deve ao vazio da vida espiritual?
- Vejo que os pequenos deveres são expressão da vontade de Deus?
- Encaro cada dever familiar como ocasião renovada de amar e servir a Deus e ao próximo?
- Deixo minhas tarefas pela metade ou luto para colocar a última pedra?
- Compreendo que quem cumpre o dever com amor, consegue transformar a vida à sua volta e influir nos rumos da sociedade por um efeito "cascata"?
Você já tinha percebido que através do seu trabalho cotidiano você pode
fazer muito bem? Deixe seu comentário sobre como a vida cotidiana pode
ser meio de fazer o bem no seu caso, seguindo-se o exemplo de Cristo que
passou 30 dos seus 33 anos vivendo uma vida cotidiana, semelhante à
sua, inserido numa família, realizando um trabalho profissional.
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