O pessoal que tentou empurrar o aborto na agenda da Rio+20 perdeu. Um artigo
da C-FAM, organização católica norte-americana para os direitos humanos
e a família, credita a derrota dos abortistas à representação da Santa
Sé junto à ONU e às delegações de países a que se alinharam.
Segundo a C-FAM, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a
Noruega, a Islândia, e as ongs abortistas Católicas pelo Direito de
Decidir e International Planned Parenthood Federation (que mantém redes
de clínicas de aborto nos EUA) trabalharam arduamente por seis meses
para se aproveitarem dos holofotes sobre a Rio+20 e promoverem o direito
ao aborto.
A Católicas pelo Direito de Decidir dedicou um “carinho”
especial à Santa Sé: distribuiu publicações dizendo que o Vaticano
“prejudicou o consenso internacional em direitos humanos e trouxe atraso
nas normas e princípios igualmente valorizados pelos membros das Nações
Unidas”.
Só que aconteceu o contrário. A Santa Sé reuniu
Nicarágua, Chile, Rússia, Honduras, Síria, República Dominicana, Costa
Rica e Egito, que rejeitaram o termo “direitos reprodutivos” no
documento da Rio+20. O governo esquerdista da Nicarágua surpreendeu e
insistiu, com todas as letras, para que as delegações parem de usar o
termo “direitos reprodutivos”, pois todos sabem que ele é
propositalmente cercado de uma sombra para que ninguém diga em voz alta
que se trata de aborto.
A Santa Sé também ajudou a liderar um consenso com a Rússia e o G-77
(ou seja, de pelo menos 78 países que se manifestaram) para retirar do
documento o termo “dinâmica populacional”, escrito no mesmo parágrafo da
saúde sexual e reprodutiva. Apontaram que este termo, especialmente se
colocado junto com a ideia de planejamento familiar, é uma tentativa de
“promover controle populacional” como forma de alcançar desenvolvimento
sustentável — isto é, em última análise, aquela ideia eugênica e
sociopata de se promover o aborto para ter menos gente consumindo da
natureza, largando resíduos por aí, e de quebra economizar recursos das
famílias pobres. A frase foi riscada do documento.
Claro que há posições delicadas e tem gente que não prefere entrar na
briga. Os países africanos não afrontam diretrizes da UNFPA e de ongs
abortistas com medo de perderem os volumosos recursos que, querendo ou
não, fazem a diferença. E a União Europeia mal consegue manter o
consenso dentro do grupo, por isso preferiu não mexer na agenda.
Longe de criar a cizânia, o que a Santa Sé fez foi colaborar com a
formação de um bloco que se opõe a meia-dúzia de ongs e uma agência
internacional abortista, financiadas por fundações interessadas no
controle das políticas públicas e da superioridade numérica populacional
dos países mais pobres. Pelo menos já não apitam tanto na Rio+20.
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