2 de junho
A tradição cristã descreveu a vida de Erasmo com passagens surpreendentes. Ele pertencia ao clero da Antioquia. Foi forçado, durante a perseguição do imperador Diocleciano, a esconder-se numa caverna no Monte Líbano durante sete anos. Capturado e longamente torturado, foi levado para ser julgado pelo imperador, que tentou de todas as formas fazer com que renegasse a fé em Cristo. Porém Erasmo manteve-se firme e por isso novamente voltou para a prisão. De lá foi milagrosamente libertado por um anjo que o levou para a Dalmácia, onde fez milhares de conversões durante mais sete anos.
Na época do imperador Maximiano, novamente foi preso e no tribunal,
além de destruir um ídolo falso, declarou sua incontestável religião
cristã. Tal atitude de Erasmo fez milhares de pagãos converterem-se, as
quais depois foram mortas pela perseguição desse enfurecido imperador.
Outra vez teria sido horrivelmente torturado e também libertado, agora
pelo arcanjo Miguel, que o conduziu para a costa do sul da Itália. Ali
se tornou o bispo de Fornia, mas por um breve período. Morreu pouco
depois devido às feridas de seus dois suplícios, por este motivo recebeu
o título de mártir.
As muitas tradições descreveram algumas particularidades sobre as
crueldades impostas nas suas torturas. Dizem que seu ventre foi cortado e
aos poucos os seus intestinos foram retirados. Devido a esse suplício,
santo Erasmo tornou-se, para os fiéis, o protetor das enfermidades do
ventre, dos intestinos e das dores do parto.
Os marinheiros ainda hoje são muito devotos de santo Erasmo, ou são
Elmo, como também o chamam. Desde a Idade Média eles o tomaram como seu
padroeiro, invocado-o especialmente durante as adversidades no mar.
As fontes históricas da Igreja também comprovam a existência de
Erasmo como mártir e bispo de Fornia, Itália. Dentre elas estão o
Martirológio Gerominiano, que indicou o dia 2 de junho para sua
veneração e a inscrição do seu nome entre os mártires no calendário
marmóreo de Nápoles.
O papa são Gregório Magno, no fim do século VI, escrevendo ao bispo
Bacauda, de Fornia, atestou que o corpo de santo Erasmo estava sepultado
na igreja daquela diocese. No ano 842, depois de Fornia ser destruída
pelos árabes muçulmanos, as suas relíquias foram transferidas para a
cidade de Gaeta e escondidas num dos pilares da igreja, de onde foram
retiradas em 917. A partir de então, santo Erasmo foi declarado
padroeiro de Gaeta, e em sua homenagem foram cunhadas moedas com a sua
esfinge.
Após a recente revisão do calendário litúrgico, a Igreja manteve a
festa deste santo no dia em que sempre foi tradicionalmente celebrado.
Santo Erasmo, rogai por nós!
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