31 de julho
Iñigo Lopez de Loyola, este era o
seu nome de batismo, nasceu numa família cristã, nobre e muito rica, na
cidade de Azpeitia, da província basca de Guipuzcoa, na Espanha, no ano
de 1491. O mais novo de treze filhos, foi educado, com todo cuidado,
para tornar-se um perfeito fidalgo. Cresceu apreciando os luxos da
corte, praticando esportes, principalmente os eqüestres, seus
preferidos.
Em 1506, a família Lopez de Loyola
estava a serviço de João Velásquez de Cuellar, tesoureiro do reino de
Castela, do qual era aparentada. No ano seguinte, Iñigo tornou-se pagem e
cortesão no castelo desse senhor. Lá, aprimorou sua cultura, fez-se um
exímio cavaleiro e tomou gosto pelas aventuras militares. Era um homem
que valorizava mais o orgulho do que a luxúria.
Dez anos depois, em 1517, optou pela
carreira militar. Por isso foi prestar serviços a um outro parente, não
menos importante, o duque de Najera e vice-rei de Navarra, o qual
defendeu em várias batalhas, militares e diplomáticas.
Mas, em 20 de maio de 1521, uma bala de
canhão mudou sua vida. Ferido por ela na tíbia da perna esquerda,
durante a defesa da cidade de Pamplona, ficou um longo tempo em
convalescença. Nesse meio tempo, meio por acaso, trocou a leitura dos
romances de infantaria e guerra, por livros sobre a vida dos santos e a
Paixão de Cristo. E assim foi tocado pela graça. Incentivado por uma de
suas irmãs, que cuidava dele, não voltou mais aos livros que antes
adorava, passando a ler somente livros religiosos. Já curado, trocou a
vida de militar por uma vida de dedicação a Deus. Foi, então, à capela
do santuário de Nossa Senhora de Montserrat, pendurou sua espada no
altar e deu as costas ao mundo da corte e das pompas.
Durante um ano, de 1522 a 1523, viveu
retirado numa caverna em Manresa, como eremita e mendigo, o tempo todo
em penitência, na solidão e passando as mais duras necessidades. Lá,
durante esse período, preparou a base do seu livro mais importante:
“Exercícios espirituais”. E sua vida mudou tanto que do campo de
batalhas passou a transitar no campo das idéias, indo estudar filosofia e
teologia em Paris e Veneza.
Em Paris, em 15 de agosto de 1534,
juntaram-se a ele mais seis companheiros, e fundaram a Companhia de
Jesus. Entre eles estava Francisco Xavier, que se tornou um dos maiores
missionários da Ordem e também santo da Igreja. Mas todos só se
ordenaram sacerdotes em 1537, quando concluíram os estudos, ocasião em
que Iñigo tomou o nome de Inácio. Três anos depois, o papa Paulo III
aprovou a nova Ordem e Inácio de Loyola foi escolhido para o cargo de
superior-geral.
Ele preparou e enviou os missionários
jesuítas ao mundo todo, para fixarem o cristianismo, especialmente aos
nativos pagãos das terras do novo continente. Entretanto, desde que
esteve no cargo de geral da Ordem, Inácio nunca gozou de boa saúde.
Muito debilitado, morreu no dia 31 de julho de 1556, em Roma, na Itália.
A sua contribuição para a Igreja e para a
humanidade foi a sua visão do catolicismo, que veio de sua incessante
busca interior e que resultou em definições e obras cada vez mais atuais
e presentes nos nossos dias. Foi canonizado pelo papa Gregório XV em
1622. A sua festa é celebrada, na data de sua morte, nos quatro cantos
do planeta onde os jesuítas atuam. Santo Inácio de Loyola foi declarado
Padroeiro de Todos os Retiros Espirituais pelo papa Pio XI em 1922.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!
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