Publicam uma mensagem analizando o projeto de lei debatido no Congresso
BUENOS AIRES, quinta-feira, 23 de agosto de 2012 (ZENIT.org)
- Os bispos participantes na 162ª reunião da Comissão Permanente da
Conferência Episcopal Argentina (CEA), celebrada do 21 ao 23 de Agosto,
publicaram uma mensagem intitulada: “O Código Civil e nosso estilo de
vida”.
A 162ª Comissão Permanente da Conferência Episcopal
Argentina, presidida pelo arcebispo de Santa Fé da Vera Cruz, Dom José
María Arancedo, analisou na sua reunião as implicações da reforma do
Código Civil, cujo projeto de lei começou a ser debatido por uma
Comissão Bilateral no Congresso Nacional.
"Vemos que na reforma, os direitos dos adultos estão acima dos
direitos das crianças", disse aos jornalistas o diretor da Sala de
Imprensa, padre Jorge Oesterheld.
O sacerdote transmitiu a preocupação dos bispos por alguns pontos da
iniciativa, especialmente os que se referem à "proteção da família e da
vida por nascer".
No documento, os bispos argentinos alertam sobre a mudança do Código
Civil e afirmam que se for aprovado sem modificações “alguns seres
humanos em gestação não terão direito a se chamarem ‘pessoas’; se
legitimará, por um lado, a promoção da ‘barriga de aluguel’ que
coisifica a mulher, e por outro lado, o congelar embriões humanos por
tempo indeterminado, dando a possibilidade de que eles sejam jogados
fora ou utilizados para fins comerciais e de investigação. Os vínculos
matrimoniais ficarão enfraquecidos e desvalorizados”.
"O modelo de família previsto por estas regras expressa uma tendência
individualista e se opõe aos critérios evangélicos e também aos valores
sociais fundamentais, como a estabilidade, o compromisso com o outro, o
dom sincero de si, a fidelidade, o respeito à vida própria e alheia, os
deveres dos pais e os direitos das crianças”, afirmam os bispos.
"Queremos uma sociedade em que se promovam os vínculos estáveis e
onde se dê prioridade à proteção das crianças e dos mais vulneráveis. Os
desejos dos adultos, ainda que pareçam legítimos, não podem impor-se
aos direitos fundamentais das crianças. Como adultos, temos mais
obrigações do que direitos. É necessário reconhecer e dar proteção
jurídica a toda vida humana desde a concepção, e lembremos que nem tudo o
que é cientificamente possível é eticamente aceitável”, destacaram.
Os bispos pedem que os cristãos deem testemunho pessoal e comunitário
da sua fé ante as reformas propostas “que interpelam fortemente a
Igreja”.
Pedem especialmente aos legisladores “para que assumam em plenitude
as suas responsabilidades, estudem a fundo as reformas propostas, sejam
fieis à herança e às tradições pátrias e estejam abertos a escutar todas
as vozes que têm algo a falar sobre o assunto” e “ não deixem de
escutar a voz da sua consciência, evitando que as legítimas
participações partidárias os levem a votar contra ou fora dela".
Além do mais, foi relatado que Monsenhor José Maria Arancedo,
presidente da Conferência Episcopal da Argentina (CEA), tinha previsto
participar no debate que acontece na Comissão Bicameral do Congresso
Nacional, com o objetivo de oferecer as sugestões que o Episcopado deu à
reforma do Código Civil. Estaria acompanhado do padre Andrés Tello
Cornejo, secretário executivo da Comissão Episcopal de Pastoral da
Saúde.
Trad.TS
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