Reflexões de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO, segunda-feira, 13 de agosto de 2012 (ZENIT.org)
- No Diretório Litúrgico da Igreja do Brasil, a primeira semana de
agosto é dedicada à oração pelas vocações ao ministério ordenado. Assim
iniciamos o Mês Vocacional, contemplando e rezando por estes homens de
Deus que foram chamados para servir a Igreja nas diversas circunstâncias
e missões.
Os ministérios ordenados são o Diaconato, o
Presbiterado e o Episcopado. Creio que seria importante continuar
refletindo sobre essa vocação.
Para cada período de formação seminarístico há uma etapa na formação
que traz alegria. A razão para esta alegria é ser ordenado para o
sacerdócio ou para o diaconato. Todo ano, cada seminário apresenta
frutos em novos diáconos ou presbíteros. Além destes dois graus de
Ordens Sacras há mais um que é a plenitude do sacerdócio de Cristo: a
ordenação episcopal.
Em muitos ministérios, o sacramento do sacerdócio é de particular
importância. Em Atos, lemos que um dia a comunidade de crentes escolheu
sete homens "de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria", como a
comunidade dos diáconos, que auxiliam os Apóstolos em seu trabalho.
Lembre-se que diaconato significa serviço. O serviço do diácono,
mencionado em Atos, recuperou a sua importância na Igreja Católica já há
alguns anos. Ele tem que reviver o serviço de construir a fraternidade
na Igreja. Além disso, homens casados podem ser ordenados diáconos.
"Apresentam-nos aos apóstolos, que oraram e lhes impuseram as mãos" (At
6, 6). Também nas cartas a Timóteo temos (1 Tm 4, 14 e 2 Tm 1, 6) que a
delegação de autoridade na Igreja foi realizada pela imposição das mãos.
Da mesma maneira como se faz hoje. Os homens que se sentem chamados a
servir a comunidade, terceirizar esta missão aos bispos – sucessores dos
Apóstolos – pela oração e imposição das mãos. Assim, dar-lhes o
sacramento da ordenação ao sacerdócio. Se uma pessoa recebe da Igreja o
ofício sacerdotal, não tem, nem requer para si, mas sim e totalmente
para a Igreja. Serviço à Igreja começa pelo chamado, depois pelo tempo
de formação, após a decisão do candidato à vida sacerdotal, se estende
pelos graus da ordem: diaconato, presbiterato e, para alguns, o
episcopado. É uma opção de vida caracterizada por uma constante
prontidão para servir a Igreja e as pessoas.
Participar da celebração do sacramento da Ordem, quando possível, há
sempre muitos sacerdotes. Eles também impõem as mãos sobre o sacerdote
recém-ordenado. Este gesto simbólico vem certificar a sua adesão ao
ofício sacerdotal. Juntamente com o sacrifício da entrega, o bispo
celebra a Santa Eucaristia como um sinal de que ele é ordenado para seus
representantes no ministério, agindo com o seu comando. Por seu turno, o
bispo se preocupa com os diáconos e com os padres. Dessa forma, os
diáconos e padres participam da missão e da unidade com o bispo.
Um bispo, sinal da unidade em sua diocese e unido com os sacerdotes e
diáconos, é ordenado à autoridade episcopal através da oração e da
imposição das mãos por outros bispos. Os bispos estão sempre em comunhão
com o Bispo de Roma; ali se dá a continuação ininterrupta do ensino do
colégio apostólico e do governo pastoral da Igreja. Então, recebem o
sacramento da Ordem aqueles que estão aptos para servir a Igreja como
bispos, sacerdotes e diáconos.
Bispo é um membro do Colégio dos Bispos e do Sucessor dos Apóstolos.
Administra o sacramento do crisma e a ordenação de diáconos, padres e
outros bispos.
Os padres dirigem as paróquias com a autoridade que o bispo lhes deu.
Eles têm responsabilidade e sabem conhecer o que lhes foi atribuído:
pregar e ensinar a palavra de Deus (santificar as pessoas). Eles têm o
poder de celebrar a Eucaristia, os sacramentos da Penitência e Unção dos
Enfermos. Seus poderes também devem estar voltados à presidência da
cerimônia de batismo e assistir ao matrimônio. Uma importante tarefa dos
padres também é uma preocupação para os necessitados e procurar a
unidade da paróquia.
Os diáconos servem o altar e os fiéis durante os cultos. Participam
pregando e ensinando, bem como cuidam dos pobres e doentes. Nas
comunidades onde não há padre, o diácono pode presidir a Liturgia da
Palavra e dar a Sagrada Comunhão.
Rezemos, pois, para que Deus envie muitas e santas vocações
sacerdotais, a exemplo do Sagrado Coração de Jesus, para servir as
necessidades da Igreja de Cristo!
† Orani João Tempesta, O. Cist.Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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