Dr. Thomas Sardella e seu filho Emanuele. (Foto: SPUC) |
21 Ago. 12
Roma (ACI) -
O Dr. Thomas Sardella, especialista em Ciências Biológicas, licenciado
na Universidade de Roma - Tor Vergata, perdeu seu emprego na
Universidade de Glasgow (Reino Unido) como assistente de pesquisa,
depois de negar-se a participar de um estudo que usava células de uma
criança abortada.
Em uma entrevista realizada pelo John Smeaton a
Sociedade para a Proteção dos Nascituros (SPUC, por suas siglas em
inglês), publicada em 17 de agosto, o Dr. Sardella assinalou que ante o requisito de utilizar o tecido de crianças abortadas na oitava semana para um estudo científico, "decidi perder meu emprego".
"Como
podia me convencer que estes seres humanos de oito semanas não tinham o
direito de viver, e que minha carreira, meu salário e minha família eram mais importantes que suas vidas?" questionou-se.
Depois
de um corte no pressuposto, o grupo do Dr. Sardella se uniu a outra
equipe de pesquisa de San Diego (Estados Unidos). O estudo conjunto
daria ao cientista mais seis meses de estabilidade trabalhista.
"Ainda me lembro de quando li o e-mail enviado de San Diego sobre o requisito do aborto
humano nesta colaboração. Sentei-me na cadeira com um sentimento de
repulsa e me disse a mim mesmo que não podia fazer isto nem o faria",
disse o cientista a John Smeaton.
O Dr. Sardella assinalou que ele
"não ia estar diretamente envolvido no aborto, mas como ia poder olhar
pelo microscópio esquecendo que essas células foram tiradas de uma
criança junto com a vida dele ou dela?".
O
médico recordou que na tarde do dia em que recebeu a informação sobre o
que seria a pesquisa conjunta com o grupo americano, consultou a sua
esposa, que estudou Bioética e textos a respeito e confirmou que sua
posição estava certa.
"Consultamos livros italianos de bioética
que asseguravam que se ajudasse na pesquisa seria colaborador passivo e
remoto do procedimento abortivo; por isso não conseguia deixar de me
sentir tão mal", assinalou.
"Se estamos de acordo que está mal
matar a um ser humano, um membro da espécie homo sapiens, então temos
que nos perguntar quando é que nos fazemos homo sapiens. Para cada
organismo do reino animal é a mesma resposta: quando uma célula de
esperma fertiliza ao óvulo da mesma espécie, qualquer zoólogo ou
embriologista afirmará que um novo organismo é concebido", disse.
O
cientista explicou que "quando um óvulo humano é fertilizado por uma
célula de esperma humana não podemos fazer mais nada para parar ao novo
embrião de ser parte de nossa espécie. O novo indivíduo deve ser
considerado um ser humano".
Depois de perder seu emprego, o Dr.
Sardella se dedicou a dar palestras em distintos âmbitos sobre a
realidade do aborto, e se surpreendeu que muitos jovens "verdadeiramente
não tinham nem ideia do que é um aborto e de como se faz".
"Alguns
alunos também vieram me falar que a sua opinião sobre o aborto mudou
totalmente, assim que, me disse a mim mesmo que ‘se perdi o emprego para
salvar uma vida, então valeu a pena’", assinalou.
O cientista
lamentou que muitas pessoas, incluindo colegas deles, "consideram à
ciência como uma entidade superior e motor immobilis que guia as
decisões do gênero humano".
"Ciência é somente uma palavra, do
latim scientia que significa conhecimento. O conhecimento não possui uma
consciência. É o cientista o que tem uma consciência e uma ética que
guia seus pensamentos e decisões", sublinhou.
O Dr. Sardella
sublinhou que "primeiro vem a vida, e depois em segundo lugar vem as
melhorias à mesma. É inadmissível considerar uma vida humana como um
produto e utilizá-la em programas de investigação para o hipotético
melhoramento das vidas de outros".
O cientista, emocionado,
assegurou que apesar das dificuldades econômicas que enfrentaram, "uma
simples eleição foi uma revisão da minha vida e das minhas crenças, um
momento de verdadeira unidade com minha esposa e família".
"Se a
gente escolhe branco, embora pareça irracional nesse momento, embora a
montanha que a gente tenha que escalar pareça tão alta, a gente está
abrindo os braços a uma felicidade muitíssimo maior do que a que poderia
planejar".
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