20 de agosto |
Bernardo nasceu na última década do século XI, no ano 1090, em Dijon,
França. Era o terceiro dos sete filhos do cavaleiro Tecelim e de sua
esposa Alícia. A sua família era cristã, rica, poderosa e nobre. Desde
tenra idade, demonstrou uma inteligência aguçada. Tímido, tornou-se um
jovem de boa aparência, educado, culto, piedoso e de caráter reto e
piedoso. Mas chamava a atenção pela sabedoria, prudência, poder de
persuasão e profunda modéstia.
Quando sua mãe morreu, seus irmãos quiseram seguir a carreira
militar, enquanto ele preferiu a vida religiosa, ouvindo o chamado de
Deus. Na ocasião, todos os familiares foram contra, principalmente seu
pai. Porém, com uma determinação poucas vezes vista, além de
convencê-los, trouxe consigo: o pai, os irmãos, primos e vários amigos.
Ao todo, trinta pessoas seguiram seus passos, sua confiança na fé em
Cristo, e ingressaram no Mosteiro da Ordem de Cister, recém-fundada.
A contribuição de Bernardo dentro da ordem foi de tão grande
magnitude que ele passou a ser considerado o seu segundo fundador. No
seu ingresso, em 1113, eram apenas vinte membros e um mosteiro. Dois
anos depois, foi enviado para fundar outro na cidade de Claraval, do
qual foi eleito abade, ficando na direção durante trinta e oito anos.
Foi um período de abundante florescimento da Ordem, que passou a contar
com cento e sessenta e cinco mosteiros. Bernardo sozinho fundou sessenta
e oito e, em suas mãos, mais de setecentos religiosos professaram os
votos.
Bernardo viveu uma época muito conturbada na Igreja. Muitas vezes
teve de deixar a reclusão contemplativa do mosteiro para envolver-se em
questões que agitavam a sociedade. Foi pregador, místico, escritor,
fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis, bispos e
também polemista político e tenaz pacificador. Nada conseguia abater ou
afetar sua fé, imprimindo sua marca na história da espiritualidade
católica romana.
Ao lado dessas atividades, nesse mesmo período teve uma atividade
literária muito expressiva, em quantidade de obras e qualidade de
conteúdo. Tornou-se o maior escritor do seu tempo, apesar de sua saúde
sempre estar comprometida. Isso porque Bernardo era um religioso de vida
muito austera, dormia pouco, jejuava com freqüência e impunha-se severa
penitência.
Em 1153, participando de uma missão em Lorena, adoeceu. Percebendo a
gravidade do seu estado, pediu para ser conduzido para o seu Mosteiro de
Claraval, onde pouco tempo depois morreu, no dia 20 de agosto do mesmo
ano. Foi sepultado na igreja do mosteiro, mas teve suas relíquias
dispersadas durante a Revolução Francesa. Depois, sua cabeça foi
entregue para ser guardada na catedral de Troyes, França.
São Bernardo de Claraval, canonizado em 1174, recebeu, com toda honra e justiça, o título de doutor da Igreja em 1830.
São Bernardo de Claraval, Rogai por nós!
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