Paolo Gabriele (no canto inferior à esquerda) com o Papa Bento 16 em foto tirada no dia 23/05 |
Paolo Gabriele será julgado por roubo qualificado; outro funcionário do Vaticano, especialista em computação, é acusado de ser cúmplice
O Vaticano ordenou nesta segunda-feira que o mordomo do papa
Bento 16 seja julgado por um escândalo de vazamento de documentos oficiais
. Paolo Gabriele enfrentará a acusação de roubo qualificado, enquanto um
especialista em computação que trabalhava no vaticano, identificado
como Claudio Sciarpelletti, será julgado por cumplicidade.
Os documentos vazados alegam corrupção na concessão de
projetos de infraestrutura e uma luta de poder entre grupos rivais de
cardeais, os chamados "príncipes da Igreja".
Vaticano prometeu um julgamento público, mas não marcou
data para a primeira audiência. O tribunal do Vaticano retorna do
recesso de verão em 20 de setembro.
De acordo com o juiz Piero Antonio Bonnet, não há
evidência suficiente para indiciar Sciarpelletti por roubo. O escritório
dele foi vasculhado pela polícia em 24 de maio, um dia depois de
Gabriele ser preso
. O técnico em informática passou uma noite na prisão, mas foi libertado.
Gabriele, que é casado e mora no Vaticano, ficou na
prisão durante semanas, mas depois foi levado para casa, onde cumpre
prisão domiciliar. Se for condenado, ele pode receber uma sentença de um
a seis anos.
O escândalo representa uma das maiores quebras de
confiança e segurança para a Santa Sé recentemente, considerando-se que
um significativa número de documentos da própria mesa de trabalho do
papa foram vazados para um jornalista investigativo. O Vaticano
denunciou os vazamentos como criminosos e imorais e abriu um
investigação para descobrir os responsáveis.
As motivações para os vazamentos permanecem não claras:
alguns comentaristas dizem que parecem der o objetivo de desacreditar o
número 2 do papa, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio
Bertone. Outros dizem que visam a minar os esforços do Vaticano de se
tornar mais transparente financeiramente, enquanto outros dizem querer
mostrar a fraqueza de Bento 16, de 85 anos, em gerenciar a Igreja
Católica.
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