05 Set. 12
Rio de Janeiro (ACI) -
Cerca de 3.800 pessoas assinaram petição eletrônica exigindo que o maior
jornal do Paraná, Gazeta do Povo, censure o filósofo e colunista
semanal, professor Carlos Ramalhete, por publicar opinião contrária à
recente sentença do Tribunal de Justiça do Paraná que autorizou, sem
qualquer restrição, a adoção de um menino por dois homossexuais, cujos
nomes constam como pais biológicos na nova certidão de nascimento da
criança.
Em seu mais recente artigo, "Perversão da Adoção",
publicado na última quinta-feira, 30, Ramalhete acusou o Estado
Brasileiro de cometer abuso de poder ao permitir que uma criança adotada
tenha certidão de nascimento com registro de "dupla paternidade", a
exemplo da recente decisão do TJ do Paraná.
O artigo de
Ramalhete foi reprovado pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná
(CRP-PR) que, em nota no site oficial da categoria, afirmou que o
colunista "fere a dignidade do indivíduo e ultrapassa qualquer espaço de
expressão que possa ser alegado".
O CRP-PR foi a única entidade
representativa a fazer eco às manifestações de centenas de pessoas que
desde a publicação do artigo encontraram, na página do colunista, no
Facebook, espaço para acusá-lo
de incitar ódio e discriminação contra
minorias. Posteriormente o acesso à página foi restringido apenas a
seus administradores - auxiliares do colunista -, devido ao crescente
número de ofensas e
ameaças ao autor do artigo.
"Recebi mais
de mil mensagens com ameaças e ofensas por ter afirmado o evidente: que o
lugar de uma criança é com um pai e uma mãe. A defesa da família,
no Brasil de hoje, tornou-se motivo para ódio e ameaças de morte. É a
voz da maioria silenciosa sendo calada e tendo calado o seu direito de
cidadania, é a imposição pela força dos tribunais da opinião de uma
minoria", afirmou Carlos Ramalhete à ACI Digital.
Contra
a censura ao colunista, um grupo de leitores criou a página Ramalhete
Livre (http://www.facebook.com/Ramalhetelivre), no Facebook, que conta
com mais de 100 mil pessoas alcançadas, de acordo com seus
administradores ouvidos por ACI Digital. A página reúne argumentos em
prol da liberdade de expressão e denuncia suposta tentativa de grupos de
interesse em criminalizar a opinião, de forma especial a opinião
contrária à desconstrução da família.
O jornal Gazeta do Povo se
pronunciou sobre a polêmica, afirmando que a opinião de seus colunistas
não necessariamente refletem a opinião do veículo e, até o momento, não
se manifestou sobre o destino de Ramalhete que, semanalmente, tem seus
artigos publicado sempre às quintas-feiras no jornal.

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