06/09/2012
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 04-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma parte da entrevista já havia ido ao ar no La7 sem revelar, porém, a identidade de Gabriele.
O ex-mordomo traçou o perfil de quem possibilitou a publicação dos
documentos: trata-se de pessoas, ao menos 20, não relacionadas com
lobbies de poder, mas que "se reconhecem na vontade de limpeza do seu
guia", isto é, do papa.
"É um gesto de raiva, porque há uma
espécie de silêncio para não trazer as coisas à tona, não por lutas de
poder, mas sim por medo, temor. O nosso país é um país onde se pode
entrar, fazer um massacre e ir embora sem problemas e, depois de 24
horas, ninguém pode falar sobre o que aconteceu", diz Gabriele, citando o caso Estermann,
"ou desaparece uma menina e, por 30 anos, não se encontra ninguém que
diga algo sobre o que aconteceu", referindo-se à história de Emanuela Orlandi.
Comenta o famoso Papa Ratzinger Blog:
"E pensar que há anos, na nossa pequenez, estamos dizendo que o papa
quer fazer limpeza, mas encontra dificuldades ou, melhor, encontra
alguém que constante e cotidianamente coloca bastões entre as rodas da
Cúria e das dioceses".
E acrescenta: "Realmente Gabriele foi
necessário, porque não havíamos entendido isso! A verdade é que o
verdadeiro poder está em outro lugar e que o papa da transparência e da
limpeza está trancado na garganta de muitos. Nem todo o mal vem para
prejudicar, visto que, ao relatar as declarações de Gabriele, será
preciso também relatar as duas palavras mágicas: papa e limpeza".
Nenhum comentário:
Postar um comentário