[folha]
22/09/2012
SERGIO FONTENELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TERESINA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TERESINA
Recém-nomeado arcebispo de Teresina (PI), dom Jacinto Furtado de Brito
Sobrinho, 65, diz que o discurso do papa "não é infalível". E, segundo o
religioso, "o fato de que, para ser padre, precisa ser também
celibatário, é uma disciplina da Igreja [Católica] que pode mudar".
A opinião se choca com recentes declarações de Bento 16 a sacerdotes
reformistas que desejam tanto a ordenação de mulheres como o fim da
proibição do casamento de religiosos. O papa se refere ao celibato como
"imprescindível" e, a essa ala contrária, como "desobediente".
O recém-nomeado arcebispo de Teresina, dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho |
"O papa não é infalível quando fala tudo. A Igreja tem a convicção de
que ele é infalível quando fala de fé e moral", afirma dom Jacinto.
Para ele, a mudança de opinião em relação ao celibato é alimentada por
vários segmentos da Igreja. "Isso é um desejo de muitos bispos."
"O espírito vai soprar na Igreja, e o papa tomará uma decisão oficial,
conjunta, de dar as duas alternativas para o Ocidente", diz, sobre a
opção de ser ou não celibatário.
O arcebispo lembra que há padres casados na Igreja. "No Oriente cristão
católico há padres casados. Isso não é estranho. A Igreja sempre teve
padres casados."
O arcebispo de Teresina diz que "recentemente o papa Bento 16 acolheu
padres que saíram da Igreja Anglicana, com suas famílias, e se tornaram
católicos". E afirma que existe espaço para que essa mudança seja
aceita.
Ligado à Teologia da Libertação, linha que nos anos 80 ligava o
catolicismo ao marxismo, dom Jacinto se considera um religioso que
defende uma renovação de ideias.
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