11 Out. 12
Vaticano (ACI/EWTN Noticias).-
Recordando os cinquenta anos da abertura do Concílio Vaticano II, o evento eclesial mais importante do Século XX, o Papa Bento XVI inaugurou com uma multitudinaria Eucaristia na Praça de São Pedro na manhã deste 11 de outubro o Ano da Fé, convocado com o objetivo de promover a Nova Evangelização.
Bento XVI presidu a Missa com um total de 400 concelebrantes: 80 cardeais, 14 padres conciliares ainda vivos, 8 patriarcas de Igrejas orientais, 191 arcebispos e bispos participantes do XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e 104 Presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo, incluindo o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB. Estavam também presentes na celebração o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I e o Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams.
Bento XVI presidu a Missa com um total de 400 concelebrantes: 80 cardeais, 14 padres conciliares ainda vivos, 8 patriarcas de Igrejas orientais, 191 arcebispos e bispos participantes do XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e 104 Presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo, incluindo o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB. Estavam também presentes na celebração o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I e o Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams.
Segundo a nota publicada hoje pela Rádio Vaticano, o
Papa iniciou sua homilia explicando que a celebração desta manhã foi
enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial,
recordando a memorável entrada solene dos padres conciliares nesta
Basílica; a entronização do Evangeliário, cópia do que fora utilizado
durante o Concílio; e a entrega, no final da celebração, das sete
mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica.
“O Ano da fé que estamos inaugurando hoje está ligado coerentemente com todo o caminho da Igreja
ao longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo
Magistério do Servo de Deus Paulo VI, que proclamou um "Ano da Fé", em
1967, até chegar ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o
Bem-Aventurado João Paulo II
propôs novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador,
ontem, hoje e sempre”, recordou Bento XVI na homilia da Missa.
Bento
XVI evocou também o Beato João XXIII no Discurso de Abertura do
Concílio Vaticano II, quando apresentou sua finalidade principal: “que o
depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado de forma
mais eficaz”.
Embora o Concílio Vaticano II – observou o Papa -
não tenha tratado da fé como tema de um documento específico, no
entanto, esteve todo ele inteiramente animado pela consciência e pelo
desejo de, por assim dizer, imergir mais uma vez no mistério cristão,
para o poder propor de novo e eficazmente para o homem contemporâneo.
Como dizia Paulo VI, dois anos depois da conclusão do Concílio: “Se o
Concílio não trata expressamente da fé, fala da fé a cada página,
reconhece o seu caráter vital e sobrenatural, pressupõe-na íntegra e
forte, e estrutura as suas doutrinas tendo a fé por alicerce”
Bento
XVI recordou que ele mesmo teve ocasião de experimentar que “durante o
Concílio havia uma emocionante tensão em relação à tarefa comum de fazer
resplandecer a verdade e a beleza da fé no hoje do nosso tempo, sem a
sacrificar às exigências do tempo presente, mas também sem a manter
presa ao passado”.
“Na fé ecoa o eterno presente de Deus, que
transcende o tempo, mas que só pode ser acolhida no nosso hoje, que não
torna a repetir-se. Por isso, julgo que a coisa mais importante,
especialmente numa ocasião tão significativa como a presente, seja
reavivar em toda a Igreja aquela tensão positiva, aquele desejo ardente
de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo”, afirmou o Papa.
O
mais importante, especialmente numa ocasião tão significativa como a
atual –observou Bento XVI- é reavivar na Igreja “aquela mesma tensão
positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao homem
contemporâneo, sempre apoiado na base concreta e precisa, que são os
documentos do Concílio Vaticano II”.
“A referência aos documentos
protege dos extremos tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços
excessivos, permitindo captar a novidade na continuidade. O Concílio não
excogitou nada de novo em matéria de fé, nem quis substituir aquilo que
existia antes. Pelo contrário, preocupou-se em fazer com que a mesma fé
continue a ser vivida no presente, continue a ser uma fé viva em um
mundo em mudança”, esclareceu.
De fato – prosseguiu o Pontífice –
“se a Igreja hoje propõe um novo Ano da Fé e a nova evangelização, não é
para prestar honras, mas porque é necessário, mais ainda do que há 50
anos!”.
“Nas últimas décadas, observamos o avanço de uma
"desertificação" espiritual, mas, no entanto, é precisamente a partir da
experiência deste vazio que podemos redescobrir a alegria de crer, a
sua importância vital para nós homens e mulheres. E no deserto existe,
sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas,
indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a
esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus, que liberta do
pessimismo”, asseverou.
Na conclusão da homilia o Papa afirmou
que este ano da Fé pode ser representado como "uma peregrinação nos
desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é
essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas
túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão -
mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do
Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como o Catecismo
da Igreja Católica, publicado há 20 anos".
“Que a Virgem Maria
brilhe sempre qual estrela no caminho da nova evangelização. Que Ela
nos ajude a pôr em prática a exortação do Apóstolo Paulo: ‘A palavra de
Cristo, em toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos
uns aos outros, com toda a sabedoria... Tudo o que fizerdes, em palavras
ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus. Por meio dele dai graças a
Deus Pai’”, finalizou.
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