08 Out. 12
REDAÇÃO CENTRAL (ACI).-
A partir deste domingo 7 até a quinta-feira 11 de outubro realiza-se na
universidade jesuíta Unisinos, em São Leopoldo (RS) o Congresso
Continental de Teologia que tenta estabelecer uma equivalência entre o
Concílio Vaticano II e a teologia marxista da libertação (TML), já
condenada pela Igreja em distintas ocasiões durante o Pontificado de João Paulo II. No evento participarão teólogos e pensadores sancionados pela Igreja por difundir idéias contrárias à doutrina católica.
A página oficial do evento (http://www.unisinos.br/eventos/congresso-de-teologia/pt/o-congresso/apresentacao) assinala que " o ano 2012 será um ano muito significativo para a Igreja na América Latina e Caribe: são os 50 anos da inauguração do Concílio Vaticano II, celebrada pelo papa João XXIII, e os 40 anos da publicação do livro Teologia da Libertação. Perspectivas, de Gustavo Gutiérrez, que inaugura a rica trajetória da teologia em nosso continente".
A página oficial do evento (http://www.unisinos.br/eventos/congresso-de-teologia/pt/o-congresso/apresentacao) assinala que " o ano 2012 será um ano muito significativo para a Igreja na América Latina e Caribe: são os 50 anos da inauguração do Concílio Vaticano II, celebrada pelo papa João XXIII, e os 40 anos da publicação do livro Teologia da Libertação. Perspectivas, de Gustavo Gutiérrez, que inaugura a rica trajetória da teologia em nosso continente".
Os
organizadores colocam o livro de Gutiérrez no mesmo nível que o
Concílio Vaticano II –o evento eclesial mais importante do século XX– ao
assinalar que "no marco destes dois acontecimentos que marcaram a
Igreja em geral, particularmente na América Latina, está a proposta de
um Congresso Continental de Teologia".
" A finalidade do
Congresso Continental é, sobretudo, olhar para o futuro, um congresso
prospectivo, que se pergunte sobre os desafios e tarefas futuras da
teologia na América Latina, a partir do nosso novo contexto cultural,
social, político, econômico, ecológico, religioso e eclesial,
globalizado e excludente", indicam os organizadores.
Entre as
instituições participantes estão conhecidas entidades eclesiásticas
partidárias da TML como a agência Adital, a Associação de Teólogos do
México, a Confederação Latino-americana de Religiosos (CLAR), a
Pontifícia Universidade Javeriana da Colômbia (dirigida por jesuítas
entre os quais está o Padre Carlos Novoa que apóia publicamente a
despenalização do aborto
frente ao silêncio de seus superiores), a Rede Teológico-Pastoral da
Guatemala e a Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter) do
Brasil.
O Congresso contará com a presença do teólogo espanhol
Andrés Torre Queiruga, cujas obras foram recentemente consideradas pela
Conferência Episcopal Espanhola incompatíveis com a doutrina da Igreja.
Outro
dos participantes no evento é Leonardo Boff, considerado um dos
principais propulsores da TML, que abandonou o sacerdócio na década de
90, casou-se, e se afastou da Igreja Católica
para converter-se no que ele chama de um "ecoteólogo de matriz
católica" dedicado a escrever livros de ecologia e outras matérias
alheias ou contrárias à fé católica.
Por outro lado, Jon Sobrino,
sacerdote jesuíta e líder entre os teólogos marxistas, também fará
parte do evento apesar deque suas idéias "não estejam conformes com a
doutrina da Igreja", como opinou a Congregação para a Doutrina da Fé em
2007 através de uma notificação oficial.
O Bispo de Jales
(Brasil) e conhecido propulsor da teologia da libertação de cunho
esquerdista e marxista, Dom Demétrio Valentini, quem ademais apoiou
abertamente a candidatura de Dilma Rouseff apesar de suas posições
favoráveis ao aborto durante sua campanha pela presidência do Brasil e
que criticou o falecido bispo emérito de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga
Bergonzini por defender o direito à vida
durante toda a campanha de 2010, também estará presente. Recentemente o
bispo foi criticado por escandalizar os fiéis ao comparecer a um evento
em uma loja maçônica, algo que está proibido pela Igreja há muitas
décadas para todo católico seja membro da hierarquia da Igreja ou do
laicado.
A teóloga Maria Del Pilar Aquino, que qualificou o pontificado do hoje Beato Papa João Paulo II
como autoritário, centralista, conservador e imperialista, oferecerá
uma palestra sobre "Teologia e Espiritualidade libertadora".
O
jesuíta espanhol radicado na Bolívia, Víctor Codina, que em um escrito
considerou a Igreja Católica como uma anciã, míope, surda e com
Alzheimer, dará a conferência "As Igrejas no Continente 50 anos depois
do Vaticano II: questões pendentes".
Raúl Fornet Betancourt,
filósofo que sustenta que para a realização da "opção pelos pobres"
difundida pelos teólogos marxistas da liberação é necessária uma opção
"por outro mundo, e por outra Igreja e por outro cristianismo",
participará com a exposição "Novos sujeitos e interculturalidade".
O
sacerdote dominicano Gustavo Gutiérrez, considerado o “pai” da teologia
marxista da liberação, oferecerá uma conferência aberta sobre o tema “A
Teologia Latino-Americana: Trajetória e Perspectivas”, no dia 9 de
outubro.
A realização do evento recebeu a desaprovação pública e
explícita da Diocese de Ciudad del Este (no Paraguai) liderada por Dom
Rogelio Livieres. Em um texto publicado na sexta-feira 5 de outubro
afirmam que esta diocese "une-se à preocupação da Santa Sé diante do
Congresso Continental de Teologia que se realizar entre os 7 e 11 de
outubro no Brasil". Vale recordar que o congresso se desenvolve em datas
que coincidem com a realização do Sínodo dos bispos para tratar sobre o tema da Nova Evangelização em Roma.
O
texto da diocese paraguaia assinala logo que "a Teologia da Liberação,
embora suas teses e sloganstenha evoluído, escondem os mesmos objetivos
de sempre: demolir o ‘pensamento único romano’ e propor ‘outra igreja
possível’".
Por este motivo, conclui a mensagem, "a Igreja Católica presente nesta Diocese se une ao Santo Padre Bento XVI
e desaprova firmemente este Congresso que, embora seus organizadores
sustentem o contrário, será apenas uma ocasião para afinar a agenda do
‘progresismo católico’".
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