[bibliacatolica]
1 outubro 2012Autor: Ecclesia Militans
Nossos irmãos Protestantes frequentemente interpretam mal o ensinamento
Católico sobre a Salvação, acreditando que os Católicos devem
fazer ”boas obras” para chegarem a Deus e ao Céu. Isto, na verdade, é
exatamente o oposto do que ensina a Igreja Católica. O Concílio de
Trento salienta:
801. O Apóstolo diz que o homem é justificado pela fé e sem merecimento (Rom 3, 22. 24). Estas palavras devem ser entendidas tais como sempre concordemente a Igreja Católica as manteve e explicou. “Nós somos justificados pela fé”: assim dizemos, porque “a fé é o princípio da salvação humana”4,o fundamento e a raiz de toda justificação, sem a qual é impossível agradar a Deus (Heb 11, 6) e alcançar a companhia de seus filhos. Assim, pois, se diz que somos justificados gratuitamente, porque nada do que precede à justificação, nem a fé, nem as obras, merece a graça da justificação. Porque se ela é graça, já não procede das obras; do contrário a graça, como diz o Apóstolo, já não seria graça (Rom 11, 6).
O
entendimento Evangélico apresenta dois problemas ligados ao mesmo
tópico: 1- A definição apropriada de boas-obras. 2- O entendimento de
“Mérito da Salvação”, de acordo com o ensinamento do Catecismo da Santa
Igreja, é geralmente distorcido pelos Evangélicos e, na verdade, não
representa o que a Igreja ensina.
I- Os Evangélicos costumam
argumentar contra as “boas-obras” e se baseiam nos escritos de S. Paulo,
em sua carta aos Romanos, para sustentação desse ponto de vista:
“Poderemos nós então gabarmo-nos de ter feito alguma coisa para ganhar essa salvação? Com certeza que não. E porquê? Porque a nossa absolvição não se baseia nas nossas obras, mas na fé nele.”(Rm 3:28-29)
O problema com essa abordagem é que muitos protestantes parecem não levarem em consideração o verdadeiro significado do termo Obras da Lei tal
e qual definido por S. Paulo. De fato, de modo algum São
Paulo contradiz o ensinamento católico. A noção Católica de boas-obras,
na verdade, sai diretamente das Sagradas Escrituras pois ela não poderia
contrariar a palavra de Deus contida, por exemplo, na Carta aos
Romanos. Para o entendimento de Obras da Lei e boas obras, re-direciono o
leitor ao artigo “Católicos são justificados pela fé, não pela fé somente!”
II- O
segundo problema do Evangélico é justamente interpretar mal os
documentos da Igreja, alguns chegando até mesmo a usá-los como suporte
para seu argumento. Eis dois exemplos:
§2010 – Sob a moção do Espírito Santo e da caridade, podemos, depois, merecer para nós mesmos e para outros, as graças úteis para a santificação e para o aumento da graça e da caridade, bem como para a obtenção da vida eterna.
§ 2068 [...] a missão de ensinar todas as nações e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Baptismo e pelo cumprimento dos mandamentos» (18).
Nunca,
na história de sua tradição dogmática, a Igreja Católica ensinou que o
Cristão pode ganhar sua salvação, ganhar o céu, ou o que for por seus
próprios méritos … Ou seja, nosso Paraíso, nossa Salvação, tudo o que
Deus nos oferece nos é dado por Sua Graça e não por conta de nossos
méritos. A Igreja afirma ainda que fé em Jesus e Naquele que O enviou é
necessária para obter-se a Salvação, que é um dom oferecido
gratuitamente por Deus.
A palavra merecer – da raiz mérito – no parágrafo §2010 do Catecismo trata, na verdade, com a noção de Mérito condigno e não Mérito Estrito.
A Igreja Católica ensina que somente Cristo é capaz de
merecer, enquanto meros homens não podem (Catecismo da Igreja Católica
2007). O único mérito humano é o Mérito Condigno, quando sob o impulso
da graça de Deus, ele pratica quaisquer actos que agradam a Deus, pelos
quais ele prometeu nos recompensar (Rom. 2:6-11, Gal. 6:6-10). Assim, a
graça de Deus e sua promessa formam a base para todo o mérito humano
(CCC 2008). Os parágrafos do catecismo citados acima tratam de mérito
condigno e re-afirmam aquilo ensinado na Bíblia e no Concilio de Trento:
O dom da Salvação provém de Deus e nos é dado por sua benevolência e
não pelo nossos méritos.
Então por que praticar Boas-Obras?
1-
Porque elas são agradáveis aos olhos de Deus. Cristo nos disse que
aquilo que fizermos ao mais pequeninos de Seu rebanho, fazemos à ele (
Mateus 25, 40).
2- Porque devemos amar-nos uns aos outros. Fazer o bem é pôr o amor cristão em prática e não somente em palavras.
3- A Bíblia diz-nos que cada um será recompensado por sua obras (Rom. 2:6–11; Gal. 6:6–10).
O post acima foi originalmente produzido por H. Walker para o Blog Ecclesia Militans
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