Dom Jean-Michel di Falco Léandri
22 Out. 12
PARIS, (ACI/EWTN Noticias).-
O Bispo de Gap e d’Embrun (França), Dom Jean-Michel di Falco Léandri,
deplorou a transmissão do seriado televisivo "Assim sejam" (Ainsi
soient-ils) que agride à Igreja Católica ao apresentar os seminaristas, sacerdotes, bispos e inclusive ao Papa, envolvidos em histórias de corrupção, alcoolismo, sexo, abortos e luta de poderes, entre outros temas.
Ainsi
soient-ils é transmitida todas as quintas-feiras no canal Arte, um
canal que se apresenta como "cultural". Os 8 capítulos que constituem a
produção serão transmitidos até o dia 1º de novembro, dia que coincide
com a celebração católica da Solenidade de Todos os Santos.
Em um artigo publicado em 11 de outubro, o Bispo que em maio de 2008 anunciou a aprovação por parte da Igreja das aparições de Nossa Senhora de Laus, comenta que viu os 8 capítulos do seriado "até o minuto final, como um dever".
O
Bispo afirma que "a pergunta que temos que fazer depois de ver isto é:
‘E Deus, onde está em tudo isso?’ Claramente não foi levado em
consideração nem no casting, nem depois, agora que o bom Povo de Deus
que é a Igreja, será mais uma vez ferido por esta imagem da Igreja feita
por ignorantes".
O Prelado comenta também que "a qualidade dos
atores não está em discussão; porém, estão ao serviço de um cenário
indigno deste nome. É tedioso, embora todos os ingredientes estejam
presentes: sexo, adultério, dinheiro, corrupção, suicídio, aborto,
alcoolismo, luta de poderes, conservadores e progressistas, luta de
classes. Apesar de tudo, a "maionese" não fica no ponto devido às
situações inverossímeis".
O Bispo diz também que no seriado se
apresenta um conjunto de "aproximações lingüísticas, relações entre as
pessoas à moda antiga, vestuários de outro tempo, frases feitas, vazias e
pseudo-piedosas e paro de contar por aqui. Tudo isto faz com que a
produção perca uma hipotética credibilidade".
Depois de recordar
que o presidente da França, François Hollande, "pôs de moda a palavra
‘normal’", o Prelado assinala que quando a gente vê o seriado "se
pergunta o que é o ‘normal’ nesta produção".
Para "coroar" tudo,
refere Dom di Falco, Ainsi soient-ils apresenta a um presidente da
Conferência Episcopal da França "isolado, ambicioso, imbuído de poder,
desalmado, calculador, que prepara uma campanha para sua reeleição ao
estilo dos homens maus da política. Tudo sob a autoridade de um Papa
carnavalesco, preguiçoso e mal-humorado, submetido à vigilância de uma
religiosa bigotona que o droga… quando lhe prepara o chá".
O Bispo
recorda também que nestes últimos tempos, "fala-se muito de
caricaturas; há por todos os lados as de Maomé e do Islã, os cristãos
tampouco se livram destas, porém estes fazem menos barulho (...) e não
ameaçam ninguém a morte".
"Depois da difusão das séries Os Borgia e Inquisitio, agora vem ‘Assim sejam’, sobre a vida
em um seminário! Depois de relatos com pretensões históricas sobre uma
caricatura sobre o passado, temos um relato sobre uma caricatura do
presente".
Certamente, prossegue o Bispo de Gap e d’Embrun,
pode-se compreender o desejo de alguns de atacar o tremendo êxito do
filme "De Deuses e Homens", que relata o martírio de um grupo de monges
trapenses assassinados por ódio à fé por parte dos muçulmanos: "se este
for o caso, não é mais que uma tentativa fracassada, porque está muito
longe daquela, com esta mascarada carnavalesca".
De fato, diz o
Prelado, "a visão da Igreja que aqui nos apresenta está de acordo às
idéias de quem não a conhece. Em efeito, não esperava que a realidade
fosse embelezada. Os homens permanecem homens, com suas debilidades, sua
mediocridade. Os acontecimentos recentemente vividos, no círculo do
mesmo Papa Bento XVI dão prova disso".
"Devido
a que somos homens imperfeitos, a Igreja é frágil e vulnerável em sua
humanidade, mas está fortalecida pelo Espírito de Cristo que a habita e a
anima", ressalta o Bispo.
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