[bibliacatolica]
8 outubro 2012
A
consciência/percepção de moralidade leva a Deus tanto quanto
a consciência/percepção de queda de maçãs leva à gravidade. (Roger
Morris)
O Relativismo moral é um tipo de subjetivismo que sustenta que as
verdades morais são preferências muito parecidas com os nossos gostos em
relação a sorvete, por exemplo. O relativismo moral ensina que quando
se trata de moral, do que é eticamente certo ou errado, as pessoas podem
e devem fazer o que quer que sintam ser o certo para elas. Verdades
éticas dependem de indivíduos, grupos e culturas que as sustentam.
Porque acreditam que a verdade ética é subjetiva, as palavras comodevem ou deveriam não
fazem sentido porque a moral de todo mundo é igual; ninguém tem a
pretensão de uma moral objetiva que seja pertinente aos outros. O
relativismo não exige um determinado padrão de comportamento para todas
as pessoas em situações morais semelhantes. Quando confrontadas com
exatamente a mesma situação ética, uma pessoa pode escolher uma
resposta, enquanto outra pode escolher o oposto. Não há regras
universais de conduta que se apliquem a todos.
O relativismo
moral, num sentido prático, é completamente inviável. Que tipo de mundo
seria o nosso se o relativismo fosse verdade? Seria um mundo em que nada
estaria errado – nada seria considerado mau ou bom, nada digno de
louvor ou de acusação. A justiça e a equidade seriam conceitos sem
sentido, não haveria responsabilização, não haveria possibilidade de
melhoria moral, nem discurso moral. Um mundo em que não haveria
tolerância. Este é o tipo de mundo que o relativismo moral produz.
Vejamos os sete erros fatais do Relativismo:
1. Relativistas morais não podem acusar de má conduta a outras pessoas. O
relativismo torna impossível criticar o comportamento dos outros,
porque, em última análise, nega a existência de algo como ”má conduta”.
Se alguém acredita que a moralidade é uma questão de definição pessoal,
então abre mão da possibilidade de fazer juízos morais objetivos sobre
as ações dos outros, não importa quão ofensivas elas sejam para o seu
senso intuitivo de certo ou errado. Isto significa que um relativista
não pode racionalmente se opor ao assassinato, ao estupro, ao abuso
infantil, ao racismo, ao sexismo ou à destruição ambiental, se essas
ações forem consistentes com o entendimento pessoal sobre o que é certo e
bom por parte de quem as pratica . Quando o certo e o errado são uma
questão de escolha pessoal, nós abdicamos do privilégio de fazer
julgamentos morais sobre as ações dos outros. No entanto, se estamos
certos de que algumas coisas devem ser erradas e que alguns julgamentos
contra a conduta de outros são justificados – então o relativismo é
falso.
2. Relativistas não podem reclamar do problema do mal. A
realidade do mal no mundo é uma das primeiras objeções levantadas
contra a existência de Deus. Toda esta objeção se fundamenta na
observação de que existe mal verdadeiro. Mas mal objetivo não pode
existir se os valores morais são relativos ao observador. O relativismo é
inconsistente com o conceito de que o mal moral verdadeiro existe,
porque nega que qualquer coisa possa ser objetivamente errada. Se não
existe um padrão moral, então não pode haver desvio do padrão. Assim,
os relativistas devem abandonar o conceito de verdadeiro mal e,
ironicamente, também abandonar o problema do mal como um argumento
contra a existência de Deus.
3. Relativistas não podem condenar alguém ou aceitar elogios. O
relativismo torna os conceitos de louvor e condenação sem sentido,
porque nenhum padrão externo de medição define o que deve ser aplaudido
ou condenado. Sem absolutos, nada é, em última análise, ruim,
deplorável, trágico ou digno de condenação. Nem é qualquer coisa, em
última análise, boa, honrada, nobre ou digna de louvor. Relativistas são
quase sempre inconsistentes nesse ponto, porque eles procuram evitar
condenação, mas prontamente aceitam elogios. Se a moralidade é uma
ficção, então os relativistas também devem remover as palavras aprovação e condenaçãode seus vocabulários. Mas se as noções de elogio e crítica são válidas, então o relativismo é falso.
4. Relativistas não podem fazer acusações de parcialidade ou injustiça. De
acordo com o relativismo, as noções de equidade e justiça são
incoerentes, já que ambos os conceitos ditam que as pessoas devem
receber igualdade de tratamento com base em alguma norma externa
acordada. No entanto o relativismo acaba com qualquer noção de normas
vinculativas externas. Justiça implica punir aqueles que são culpados de
um delito. Mas, sob o relativismo, a culpa e a condenação não existem –
se nada for finalmente imoral, não há acusação e, portanto, nenhuma
culpa digna de punição. Se o relativismo é verdadeiro, então não há tal
coisa como justiça ou equidade, porque ambos os conceitos dependem de um
padrão objetivo do que é certo. Se, porém, as noções de justiça e
equidade fazem sentido, então o relativismo é refutado.
5. Relativistas não podem melhorar a sua moralidade. Relativistas
podem mudar a sua ética pessoal, mas eles nunca podem se tornar pessoas
melhores. De acordo com o relativismo, a ética de uma pessoa nunca pode
se tornar mais ‘moral’. A ética e a moral podem mudar, mas nunca podem
melhorar, já que não existe um padrão objetivo pelo qual medir esse
melhoramento. Se, no entanto, o melhoramento moral parece ser um
conceito que faz sentido, então o relativismo é falso.
6. Relativistas não conseguem manter discussões morais significativas. O
que há para falar? Se a moral é totalmente relativa e todas as opiniões
são iguais, então não há uma maneira de pensar melhor do que outra. Não
há uma posição moral que possa ser considerada como adequada ou
deficiente, razoável, aceitável, ou até mesmo bárbara. Se disputas
éticas só fazem sentido quando a moral é objetiva, então o relativismo
só pode ser vivido de forma consistente se seus defensores ficarem em
silêncio. Por esta razão, é raro encontrar um relativista racional e
consistente, já que a maioria deles são rápidos para impor suas próprias
regras morais, como, por exemplo, ”é errado forçar sua própria
moralidade nos outros”. Isso coloca os relativistas em uma posição
insustentável: se falam sobre questões morais, eles abandonam seu
relativismo; se não falam, eles abrem mão de sua humanidade. Se a noção
de discurso moral faz sentido intuitivamente, então o relativismo moral é
falso.
7. Relativistas não podem promover a obrigação de tolerância. A
obrigação moral relativista de ser tolerante é auto-refutante.
Ironicamente, o princípio da tolerância é considerado uma das virtudes
principais do relativismo. A moral é individual, assim eles dizem, e,
portanto, devemos tolerar os pontos de vista dos outros e não julgar seu
comportamento e atitudes. No entanto, se não existem regras morais
objetivas, não pode haver nenhuma regra que exija a tolerância como um
princípio moral que se aplica igualmente a todos. De fato, se não há
absolutos morais, por que ser tolerante afinal? Relativistas violam seu
próprio princípio de tolerância quando não conseguem tolerar as opiniões
daqueles que acreditam em padrões objetivos morais. Eles são, portanto,
tão intolerantes quanto freqüentemente acusam os que defendem a moral
objetiva de ser. O princípio de tolerância é estranho ao relativismo.
Se, por outro lado, a tolerância parece ser uma virtude, então o
relativismo é falso.
O relativismo moral é falido. Não é um verdadeiro sistema moral. É
auto-refutante. E hipócrita. É logicamente inconsistente e irracional. É
seriamente abalado com simples exemplos práticos. Torna ininteligível a
moralidade. Nem mesmo é tolerante! O princípio de tolerância só faz
sentido em um mundo no qual existem absolutos morais, e somente se um
desses padrões absolutos de conduta for “Todas as pessoas devem
respeitar os direitos dos outros que diferem em conduta ou opinião”. A
ética da tolerância pode ser racional somente se a verdade moral for
objetiva e absoluta, não subjetiva e relativa. A tolerância é um
princípio “em casa” no absolutismo moral, mas é irracional de qualquer
perspectiva do relativismo ético.
Autor: Roger
Morris, do site Faithinterface, com base no livro Relativism – Feet
Firmly Planted in Mid-Air, de Francis Beckwith e Gregory Koukl, elaborou
a lista que segue, com sete erros fatais do Relativismo moral. Francis
Beckwith é professor e filósofo, especialista em política, direito,
religião e ética aplicada. Gregory Koukl é apologista cristão, fundador
da Stand To Reason, organização dedicada à defesa da cosmovisão cristã.
Fonte: Ler para Crer
Nenhum comentário:
Postar um comentário