27 Nov. 12
RIO DE JANEIRO, (ACI).- Apesar das críticas que a recente obra do Papa Bento XVI “A infância de
Jesus” vem recebendo no Brasil e em outros lugares do mundo por parte de alguns setores
da imprensa — que afirmam injustificadamente que o Papa pretende mudar o
presépio e as tradições do Natal, entre outras insinuações sem
fundamento —, o livro, segundo a opinião de importantes teólogos, e do
bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro afirma a historicidade
do nascimento de Cristo através de uma verdadeira meditação teológica,
por meio da qual elementos históricos se misturam com os simbólicos, em
um diálogo que compõe a fé do cristão.
Segundo o site oficial da arquidiocese carioca, o Papa Bento XVI lançou o último livro da trilogia que narra a vida do Senhor como uma forma de repensar o Natal, às vésperas do tempo litúrgico do Advento.
Em meio a um mundo secularizado, onde predomina a falta de fé, o
Pontifice apresenta, de maneira sábia e didática, Jesus como o centro
dos debates e em perspectiva histórica. A mensagem é uma só: Jesus
nasceu e ele é o filho de Deus, Salvador e Redentor do mundo. Esse é o
foco do livro. A tentativa de criar polêmica sobre a mudança nas
tradições natalinas não é coerente com a verdade da publicação.
O
Pontífice, conforme explicou com simplicidade no prefácio de sua obra,
procurou "interpretar, em diálogo com exegetas do passado e do presente,
o que Mateus e Lucas narram no início dos seus evangelhos sobre a
infância de Jesus”.
Em artigo publicado no Portal da
Arquidiocese, o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro Dom Edson de Castro
Homem relembrou a fala do Papa Bento XVI em ocasião do lançamento do
primeiro livro da trilogia e afirmou que a posição do Pontifice pode
também ser aplicada para o lançamento de “A Infância de Jesus”.
“O
que ele afirmou do primeiro livro "Jesus de Nazaré", serve para o
último da trilogia "A Infância de Jesus". Disse na ocasião: “Este livro
não é um ato de magistério, mas unicamente expressão da minha procura
pessoal “do rosto do Senhor” (cf. Sl 27, 8). Por isso, cada um está
livre para me contradizer. Peço apenas aos leitores um adiantamento de
simpatia, sem o qual não há nenhuma compreensão”. É claro que já há
contraditores à altura e os que infelizmente não leram com nenhuma
simpatia. Pior: fizeram uma leitura dinâmica, superficial, bem
apressada”, disse Dom Edson.
“O pontífice valoriza a história
assim como aprecia a razão. Lembra que Jesus nasceu em data precisa, no
décimo quinto ano do reinado de Tibério Cesar. Insiste que Ele não
nasceu e apareceu em público no impreciso “era uma vez”. Pertence a um
tempo exatamente datado e a um ambiente geograficamente definido.
Portanto, é um ser histórico, não mitológico. Entretanto, são muitos os
simbolismos, ricos de mensagens espirituais, que transparecem nos
relatos da Infância. Assim se misturam elementos históricos com os
simbólicos que compoem a mensagem da fé”, afirmou também o prelado.
“Com
a companhia de Santo Agostinho, afinidade que Bento XVI cultiva,
contempla o simbolismo da manjedoura. Não apenas o simples lugar no qual
os animais encontram seu alimento. Agora nela está Aquele que indicou a
si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu. Eis o significado
profundo do símbolo a serviço da fé: “a manjedoura se tornou uma
referência para a mesa de Deus, à qual o homem está convidado, para
receber o pão de Deus””, conclui o artigo de Dom Edson de Castro.
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