14 Nov. 12
Vaticano, (ACI).-
Em sua alocução depois da oração do ângelus desta quarta-feira, 14 de novembro, Bento XVI
enfatizou que mesmo em um mundo secularizado como o atual ainda há vias
que podem ajudar o homem a elevar-se ao conhecimento de Deus. O Papa
destacou três destas vias: a criação, o próprio homem e a vida de fé.
“Todavia há algumas vias que podem abrir o coração do homem ao conhecimento de Deus, há sinais que conduzem para Deus”, afirmou o Papa na sua catequese de hoje realizada na Sala Paulo VI.
“Certo, muitas vezes corremos o risco de sermos ofuscados pelo brilho do mundanismo, que nos tornam menos capazes de percorrer tais caminhos ou de ler tais sinais. Deus, porém, não se cansa de procurar-nos, porque nos ama”, destacou o Papa diante dos 9 mil fiéis e peregrinos reunidos em Roma para o encontro com o Sucessor de Pedro.
“Esta é uma verdade que deve acompanhar-nos cada dia, também se certas mentalidades propagadas tornam mais difícil à Igreja e ao cristão comunicar a alegria do Evangelho a cada criatura e conduzir todos ao encontro com Jesus, único Salvador do mundo. Esta, porém, é a nossa missão, é a missão da Igreja e cada crente deve vivê-la alegremente, sentindo-a como própria, através de uma existência animada verdadeiramente pela fé, marcada pela caridade, pelo serviço a Deus e aos outros, e capaz de irradiar esperança. Esta missão brilha, sobretudo, na santidade à qual todos somos chamados”, enfatizou Bento XVI.
“Todavia há algumas vias que podem abrir o coração do homem ao conhecimento de Deus, há sinais que conduzem para Deus”, afirmou o Papa na sua catequese de hoje realizada na Sala Paulo VI.
“Certo, muitas vezes corremos o risco de sermos ofuscados pelo brilho do mundanismo, que nos tornam menos capazes de percorrer tais caminhos ou de ler tais sinais. Deus, porém, não se cansa de procurar-nos, porque nos ama”, destacou o Papa diante dos 9 mil fiéis e peregrinos reunidos em Roma para o encontro com o Sucessor de Pedro.
“Esta é uma verdade que deve acompanhar-nos cada dia, também se certas mentalidades propagadas tornam mais difícil à Igreja e ao cristão comunicar a alegria do Evangelho a cada criatura e conduzir todos ao encontro com Jesus, único Salvador do mundo. Esta, porém, é a nossa missão, é a missão da Igreja e cada crente deve vivê-la alegremente, sentindo-a como própria, através de uma existência animada verdadeiramente pela fé, marcada pela caridade, pelo serviço a Deus e aos outros, e capaz de irradiar esperança. Esta missão brilha, sobretudo, na santidade à qual todos somos chamados”, enfatizou Bento XVI.
“Hoje, o sabemos, não faltam dificuldades e provações para a
fé, muitas vezes mal compreendida, contestada, rejeitada. São Pedro
dizia aos seus cristãos: “Estejam sempre prontos a responder, mas com
doçura e respeito, a quem lhe pede a esperança que está em vossos
corações”. No passado, no Ocidente, em uma sociedade considerada cristã,
a fé era o ambiente em que tudo acontecia; a referência e a adesão a
Deus eram, para a maioria das pessoas, parte da vida cotidiana. Pelo
contrário, aquele que não acreditava precisava justificar a própria
descrença. No nosso mundo, a situação mudou e sempre mais aquele que crê
precisa ser capaz de dar razão da sua fé”.
Continuando seu
discurso o Papa Bento recordou que “o século passado conheceu um forte
processo de secularismo, em nome da autonomia absoluta do homem,
considerado como medidor e artífice da realidade, mas empobrecido do seu
ser criatura, “à imagem e semelhança de Deus"”.
“Nos nossos
tempos, verificou-se um fenômeno particularmente perigoso para a fé:
existe, de fato, uma forma de ateísmo que definimos, precisamente,
“prático”, no qual não se negam a verdade da fé ou os ritos religiosos,
mas simplesmente são considerados irrelevantes para a existência
cotidiana, destacados da vida, inúteis. Muitas vezes, então, acredita-se
em Deus de modo superficial e se vive “como se Deus não existisse”
(etsi Deus non daretur). No final, porém, este modo de viver resulta
ainda mais destrutivo, porque leva à indiferença para com a fé e a
questão de Deus”.
“Na realidade, o homem, separado de Deus, é
reduzido a uma única dimensão, aquela horizontal, e este reducionismo é
uma das causas fundamentais dos totalitarismos que tiveram consequências
trágicas no século passado, bem como a crise de valores que vemos na
realidade atual”, categorizou o Sumo Pontífice.
“Diante
deste quadro, a Igreja, fiel ao mandato de Cristo, não cessa nunca de
afirmar a verdade sobre o homem e sobre o seu destino. O Concílio
Vaticano II afirma sinteticamente: “A maior razão da dignidade do homem
consiste em sua vocação à comunhão com Deus. Desde o nascimento, o homem
é convidado ao diálogo com Deus: não existiria, na verdade, se não
fosse criado pelo amor de Deus, por Ele sempre é conservado por amor,
nem vive plenamente segundo a verdade se não O reconhece livremente e
não se confia ao seu criador””.
Sobre as vias que o homem
moderno pode valer-se para chegar ao conhecimento de Deus, Bento XVI
mencionou alguns caminhos, que derivam tanto da reflexão natural como da
própria força da fé.
“Gostaria de resumir para vocês muito sinteticamente em três palavras: o mundo, o homem, a fé”, disse.
“A
primeira: o mundo. Santo Agostinho, que na sua vida procurou longamente
a Verdade e foi agarrado pela Verdade, tem uma belíssima e célebre
obra, na qual afirma: “Interrogue a beleza da terra, do mar, do ar
rarefeito e em toda parte expandida; interrogue a beleza do céu...,
interrogue todas estas realidades. Todos te responderão: olhe para nós
também e observe como somos belos. A beleza deles é como um hino de
louvor. Ora, essas criaturas tão belas, mas mudando, quem as fez se não
um que é a beleza de modo imutável?”. (...) “Uma primeira via, então,
que conduz à descoberta de Deus é o contemplar com olhos atentos a
criação”, explicou Bento XVI.
“A segunda palavra: o homem. Sempre
Santo Agostinho, então, tem uma célebre frase na qual diz que Deus é
mais íntimo a mim quanto o seja eu a mim mesmo. Daqui ele formula o
convite: “Não ande fora de si, entre em si mesmo: no homem interior
habita a verdade”. Este é um outro aspecto que nós corremos o risco de
perder no mundo barulhento e distraído em que vivemos: a capacidade de
parar e olhar em profundidade para nós mesmos e ler esta sede de
infinito que trazemos dentro, que nos impele a andar além e refere-se a
Alguém que possa preenchê-la”.
“O Catecismo da Igreja Católica
afirma: “Com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu senso de
bem moral, com a sua liberdade e a voz do conhecimento, com a sua
aspiração ao infinito e à felicidade, o homem se interroga sobre a
existência de Deus”, explicitou.
Como última via, o Papa destacou
a fé. “Sobretudo na realidade do nosso tempo, não devemos esquecer que
um caminho que conduz ao conhecimento e ao encontro com Deus é o caminho
da fé. Quem crê está unido a Deus, está aberto à sua graça, à força da
caridade. Assim a sua existência torna-se testemunha não de si mesmo,
mas do Ressuscitado, e a sua fé não tem medo de mostrar-se na vida
cotidiana, é aberta ao diálogo que exprime profunda amizade para o
caminho de cada uma, e sabe abrir luzes de esperança à necessidade de
redenção, de felicidade, de futuro”, disse.
“Na realidade, o
fundamento de cada doutrina ou valor tem o acontecimento do encontro
entre o homem e Deus em Cristo Jesus. O Cristianismo, antes que uma
moral ou uma ética, é caso de amor, é o acolher a pessoa de Jesus. Por
isto, o cristão e a comunidade cristã devem antes de tudo olhar e fazer
olhar para Cristo, verdadeiro caminho que conduz a Deus”, concluiu o
Santo Padre.
No final do seu discurso Bento XVI saudou em várias
línguas os presentes, incluindo os peregrinos lusófonos: “Queridos
peregrinos vindos de diversas cidades do Brasil e todos os presentes de
língua portuguesa: sede bem-vindos! Neste Ano da Fé, procurai conhecer
mais a Cristo, único caminho verdadeiro que conduz a Deus, para poder
depois transmitir aos demais a alegria desse encontro transformador.
Possa Ele iluminar e abençoar as vossas vidas! Obrigado pela visita!”.
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