sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Liberdade, Igualdade, Homossexualidade”?

[ipco]

22 novembro 2012  

Luiz Sérgio Solimeo
 A Revolução Francesa de 1789 teve como base ideologica a filosofia do Iluminismo, sintetizada na famosa trilogia: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade.” Impondo a total igualdade na sociedade, essa filosofia julgava que daí adviria a completa liberdade e uma idílica fraternidade entre os homens.

A “fraternidade” da guilhotina
Como se sabe, os efeitos imediatos dessa igualdade foram a execução do rei Luis XVI, de sua irmã a princesa Elisabete e da Rainha Maria Antonieta; milhares de nobres foram guilhotinados; o clero foi perseguido e massacrado ou teve que entrar na clandestinidade. Os camponeses da Vendéia que se levantaram em defesa do altar e do trono sofreram um verdadeiro genocídio e sua região foi devastada pelas “colunas infernais” do general Turreau.[1]
O terror instaurado pelos revolucionários franceses em nome da igualdade não foi o único; desde então igual terror tem sido responsável por genocídios nazistas ou comunistas, estes últimos na Rússia, China e no Cambodge. Para os revolucionários do Kmer Rouge, bastava ser intelectual, ou usar óculos, o que tornava suspeito de intelectual, para ser morto.[2]

A igualdade absoluta destrói a liberdade
A razão pela qual a igualdade absoluta destrói a liberdade e impede a fraternidade é que se trata de uma utopia, um mito ideológico, que contraria a natureza humana.
Embora os homens sejam iguas por natureza, eles são desiguais em talento, em força de vontade, inteligência, etc. E a liberdade e a fraternidade só são possíveis quando existe respeito mútuo, o qual, por sua vez, requer o reconhecimento dessas diferenças naturais. O  único jeito de impor a igualdade utópica é por meio de uma feroz ditadura.
Após a Revolução Francesa surgiu o mundo igualitário e secularizado de nossos dias e, levando os princípios de 1789 até o fim, chegou-se ao comunismo. Se toda desigualdade é má, porque aceitar as desigualdades econômicas?[3]
É significativa a comparação feita por Lenin entre a Revolução Francesa e a Revolução Comunista:
“A Revolução Francesa é chamada grande porque ela … foi uma efetiva revolução que, depois de derrubar a monarquia, esmagou completamente os monarquistas. E nós faremos o mesmo com esses senhores capitalistas… sua ‘liberdade’ deve ser abolida ou diminuída. Isso ajudará a emancipar o trabalho do jugo do capital.”[4]

Da Revolução Francesa à Revolução Cultural
Mas, levando a igualdade da trilogia da Revolução Francesa até as últimas consequências ela vai mais além do igualitarismo sócio-político e econômico tendendo a destruir a própria desigualdade dos sexos, no que serve de base para a ideologia homossexual.[5]
Essa ligação entre os princípios da Revolução Francesa e a ideologia homossexual manifestou-se recentemente. Nos dias 17 e 18 de novembro últimos,  foram realizadas marchas na França contra o “casamento” homossexual. Tais marchas reuniram mais de 200 mil pessoas em todo país. Um cartaz de uma contra-manifestação homossexual a essas marchas proclamava: “Liberdade, igualdade, homossexualidade.”[6]
Tal adaptação do lema da Revolução Francesa não parece ser uma coisa esporádica, mas pode ser encontrada em sites homossexuais da França, Canadá e mesmo Polônia, como em artigos que tratam sobre  homossexualismo.[7] Inclusive, numa foto de um participante de uma parada homossexual em Paris, vê-se a mesma adaptação tatuada no braço de um manifestante.[8]

Socialismo, Homossexualismo e violência

Não é de se admirar que os governos socialistas apoiem a agenda homossexual, como está ocorrendo agora na França onde o executivo está procurando impor o “casamento” homossexual.
Ao mesmo tempo, um dos movimentos mais extremista do socialismo internacional, o anarco-feminista FEMEN, manifestou-se em apoio ao “casamento” homossexual na França.
Mulheres militantes do “FEMEN”, provocativametne top less e com um véu de freira na cabeça e dizeres obscenos ou blasfemos escritos no corpo, investiu contra famílias e crianças  que marchavam pacificamente em defesa do casamento tradicional, atacando-as com um gás fumígeno.[9]
Embora as fotos e os vídeos mostrem claramente as anarquistas atacando os manifestantes, os quais procuraram contê-las e afastá-las da manifestação, grande parte da mídia inverteu o acontecido e apresentou as mulheres semi-nuas como vítimas dos católicos que participavam da marcha. O governo socialista logo tomou posicão condenando a organizadora de uma das marchas, o Instituto Civitas, ameaçando fechá-lo.[10]
Um movimento anarquista sexual
O movimento revolucionário FEMEN teve sua origem na Ucrânia mas encontra-se agora espalhado por inúmeros países. Em seu site ele se define como segue:
“FEMEN – é um novo tipo de Amazonas, capazes de solapar os fundamentos do mundo patriarcal por meio de sua intelecto, sexo, agilidade, fazer desordem, conduzir à neurose e ao pânico o mundo dos homens.
FEMEN – é uma ideologia do SEXTREMISMO. FEMEN – é uma nova ideologia do protesto sexual das mulheres por meio de campanhas de extremo topless e ação direta. FEMEN – é o sextremismo servindo para proteger os direitos das mulheres, guardiãs da democracia ataccando o patriarcalismo em todas suas formas: ditaduras, a Igreja, a industria sexual.”[11]
O fim do processo revolucionário
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em seu ensaio Revolução e Contra-Revolução, analisou o processo histórico que vem destruíndo a Civilização Cristã através da Revolta Protestante, a Revolução Francesa e o Comunismo.
A isso ele dá o nome de “As três Revoluções,” as quais desembocaram numa “Quarta Revolução” representada pelas Guerras Culturais de hoje e cuja ponta de lança é sem dúvida o movimento homossexual negador da lei natural.[12]
Nessa fase final do processo revolucionário, a luta se ampliou do campo sócio-politico e econômico para o da destruição da lei natural. O socialismo, em aliança com o movimento homossexual, quer impor um estado de coisas completamente oposto ao ditames da moral natural, da lei natural e do Cristianismo e da verdadeira liberdade dos filhos de Deus (Romanos, 8:21).
Uma confrontação de certezas
A luta é sobretudo uma luta de idéias, um confronto de certezas. Confronto entre o ódio revolucionário contra a hierarquia social, a moral, e a Deus, de um lado e a fé altaneira e destemida, que proclama as verdades da fé, da moral e da lei natural e está disposta a dar a vida em sua defesa, do outro.
Numa luta desse porte, precisamos, mais do que tudo, da ajuda da graça de Deus, a intercessão da Santíssima Virgem. Com a sua ajuda, a luta conduzirá à vitória final, mesmo que passemos por túneis de incertezas e de aparentes derrotas.
Sempre confiantes na mensagem trazida por Nossa Senhora em Fátima, de que, por fim, seu Imaculado Coração triunfará.

[1] Cf. Francois Furet-Mona Ozouf, A Critical Dictionary of the French Revolution, Cambridge, Mass: Belknap Press of Harvard University Press, 1989.
[3] Para uma visão geral deste tópico ver Plinio Corrêa de Oliveira, Revção e Contra-Revolução, http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp.
[4] V. I. Lenin, First All-Russia Congress on Adult Education, May 6-19, 1919, http://www.marxists.org/archive/lenin/works/1919/may/06.htm.
[5] Cf. TFP Committee on American Issues, Defending A Higher Law – Wy we Must Ressit same-sex marriage and the Homossexual Movement, Capitulo 3, Spring Grove, Penn, 2004.
[6] Over 100,000 French protesters rally against gay marriage, adoption (PHOTOS)
Published: 18 November, 2012, 02:05, http://rt.com/news/france-gay-marriage-protest-955/.
[10] http://galliawatch.blogspot.com/2012/11/civitas-november-18.html.
[12] Cf. nota 3.

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