[krocodilus]
Envolta em
inúmeros mistérios a Maçonaria é motivo de muita curiosidade, mitos e
lendas. Com o decorrer do tempo o imaginário coletivo atribuiu a ela
elementos que jamais estiveram presentes ou, por outro lado, negou outro
tanto que são permanentes. Em ambos os casos não é nada difícil
detectar-se interesses (nem sempre louváveis) que pleiteiam atendimento,
quer gradualmente, quer de forma mais imediata. Uma das teorias sobre a
origem da Maçonaria refere-se à construção do Templo de Salomão, por
volta do século V antes de Cristo, quando este rei contratara o
arquiteto Hiram Abif, mestre em entalhar pedras, que ensinou a poucos
privilegiados esta arte. Ao término da obra três artesãos exigiram que
lhes contasse os segredos e, diante de sua recusa, foi assassinado, mas
tal teoria nunca foi comprovada. Há teses que defendem sua origem no
Egito dos faraós ou na Grécia Antiga. Mas foi na Idade Média que se
estabeleceu comprovadamente. De acordo com vários historiadores sua
origem remonta as corporações de mestres-pedreiros construtores de
igrejas e catedrais constituídas na Idade Média (guildas). Porém, de
acordo com outros historiadores, a Maçonaria foi influenciada pela Ordem
dos Cavaleiros Templários (Soberana Ordem dos Cavaleiros do Templo de
Jerusalém), a mais importante ordem religiosa militar do período
medieval. De qualquer maneira é uma instituição muito antiga, sólida e
muito mal compreendida até mesmo pelos seus mais ferozes adversários.
Desde a
Antiguidade, os construtores que detinham conhecimentos especiais,
constituíam uma espécie de aristocracia, em meio das demais profissões.
Formavam como que colégios sacerdotais (Collegias Fabrorum). Na Idade
Média, os construtores de catedrais e palácios eram beneficiados, por
parte das autoridades eclesiásticas e seculares com inúmeros privilégios
tais como: franquias, isenções, tribunais especiais, etc. Daí a
denominação francesa de franc-maçon traduzida como pedreiro-livre. Ao pé
da letra Maçonaria significa Associação de Pedreiros Livres. A
Maçonaria só admitia elementos que praticavam a construção. Podemos
dividi-la em três períodos, a saber: o antigo ou lendário (primitiva)
que abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da
humanidade até o advento da Maçonaria Operativa; o medieval ou
operativo, associação de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha
como ofício a arte de construção de catedrais, castelos, muralhas etc. e
moderno ou especulativo, nesta fase utiliza os moldes de organização
dos maçons operativos aliado a ingredientes do pensamento Iluminista,
rompe com a Igreja Romana e promove a reconstrução física da cidade de
Londres, após ser destruída por um grande incêndio em 1666 tornando-se o
berço da Maçonaria Regular. Os pensadores e alquimistas da época,
combatidos, perseguidos, presos e mortos buscavam refúgio entre os
pedreiros livres, capazes de protegê-los pelos privilégios que tinham.
Desta forma temos os Maçons Aceitos em contraposição dos Maçons Antigos,
isto é, os construtores. Contudo nem todos eram aceitos após uma
sindicância. No século XVI o número de Maçons Aceitos era considerável e
predominavam os Rosa-Cruz ingleses. Mas a Maçonaria a partir daí ao
invés de erguer catedrais, castelos e edifícios passaram a ter como
objetivo a construção do edifício social ideal.
Constituição de Anderson
A partir de
1646 foi organizada uma sociedade com o objetivo de construir o Templo
de Salomão, templo ideal das ciências. Elias Ashmole (1617-1692),
antiquário, político, oficial de armas e estudante de astrologia e
alquimia britânico, obteve permissão para que a sociedade realizasse
suas reuniões no Templo Maçônico. De pouco em pouco, os elementos
precedentes da Fraternidade Rosa Cruz (Instituição secreta que
presumidamente dedicava-se ao estudo do esoterismo, alquimia, teosofia e
outras ciências ocultas) passaram a preponderar na Maçonaria,
introduzindo nela muito de seus símbolos. Alteraram os rituais,
sobretudo a parte referente à iniciação. Inicialmente a hierarquia
maçônica estava restrita a aprendiz e companheiro, o título de mestre
era concedido apenas aquele que dirigia uma construção. Ashmole criou o
grau de Grão-Mestre firmando a hierarquia da sociedade. No final do
século XVI a Maçonaria abriu suas portas para qualquer homem de bem que
nela desejasse ingressar e é neste momento que nasce a Maçonaria Moderna
ou especulativa ou filosófica. Em 24 de junho de 1717 é que se forma em
Londres a primeira Grande Loja Maçônica. A partir de 1719 a Maçonaria
desenvolveu tendências filantrópicas. Em 1723 foi aprovado o Livro das
Constituições maçônicas (Constituição dos Maçons Livres), elaborada por
James Anderson (1679-1739), presbítero londrino e diplomado em
filosofia, documento também conhecido como a Constituição de Anderson e a
maioria das lojas a adotaram. Tal documento propaga uma doutrina
humanitária, deísta espiritualista, aberta a todos os cristãos, qualquer
que fosse a sua seita, e leal aos poderes públicos. A Maçonaria concede
a seus membros a liberdade de culto e exige de seus membros a crença em
um único Deus, “O Grande Arquiteto do Universo”, referência ao Criador
do mundo material independentemente de uma crença ou religião
específica. Entretanto, este conceito não existe no Budismo, posto que
para este não exista começo nem fim, criação ou céu, ao contrário do
Hinduísmo que em seu texto máximo o Rig Vedas diz que no começo dos
tempos o mundo estava submerso na escuridão. De qualquer maneira, com
ligeiras modificações, as Quatro Nobres Verdades e os Oito Nobres
Caminhos estão presentes na doutrina maçônica. Sua origem medieval está
presente em seus símbolos que são instrumentos de trabalho de pedreiros
como, por exemplo, o esquadro, o compasso, o prumo, a régua, o nível,
etc. Todo maçom deve ter como premissa a construção. Construção do
templo da virtude e da verdade, construção de si mesmo, de seu caráter e
de sua personalidade. Construção de um mundo melhor.
Papa Clemente XII
O papa Clemente
XII (1652-1740) na bula papal denominada In Eminenti Apostolatus
Specula de 28 de abril de 1728 acusa os maçons de heresia ameaçando os
católicos que da Maçonaria se aproximassem seriam excomungados. Depois
desta primeira condenação seguiram-se mais de vinte sendo que a última
data de 1902 pelo papa Leão XIII (1810-1903) chamada a encíclica Annum
Ingressi onde alertava a todos os bispos um combate eficaz contra a
Maçonaria. Na Itália, Polônia, Portugal e Espanha os maçons foram
perseguidos pela Inquisição e condenados a morte. A partir disso os
maçons passaram a se reunir secretamente obrigando-os a não revelarem
sua condição de maçom. A proibição da Igreja Católica de seus fies
tornarem-se maçons se respalda, basicamente, na ideia de que a sociedade
cultue a divinização do ser humano, porém isso não significa que todos
os maçons deem sua adesão a esta doutrina e, considerando que uma Loja
não sabe o que a outra está fazendo, a Maçonaria não pode ser
considerada como uma entidade unificada nem em escala nacional.
Portanto, está longe de se constituir num poder secreto com o objetivo
de denominar o país, o continente ou o mundo como querem crer alguns.
Bandeira do estado de Minas Gerais
A primeira Loja
Maçônica no Brasil foi fundada em Salvador no ano de 1724. Não se pode
negar a participação da maçonaria em momentos decisivos da História do
Brasil. Na Inconfidência Mineira a Maçonaria estava presente. Todos os
conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria: Tiradentes (1746-1792),
Thomas Antonio Gonzaga (1744-1810), Cláudio Manoel da Costa
(1729-1789), Alvarenga Peixoto (1742/44-1792/3) e o traidor Joaquim
Silvério dos Reis (1756-1819). Francisco Antonio Lisboa (1730 ou
1738-1814), o Aleijadinho, pertencia à ordem maçônica. Em suas obras
podem-se notar símbolos da maçonaria como os três anjinhos formando um
triângulo, um dos símbolos da sociedade. A bandeira do estado de Minas
Gerais com o triângulo inspira-se no delta luminoso, o Olho da
Sabedoria.
D. Pedro I
(1798-1834) foi iniciado na Loja Maçônica Comércio e Artes nº 1 do
Grande Oriente do Brasil, no Rio de Janeiro, no inicio de agosto de 1822
e no dia 22 do mesmo mês os maçons se reuniram redigindo um documento
que declarava a independência do Brasil. Portanto, o grito de
independência já estava decidido. Ninguém ignora também que o Brasil já
estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o
dia do Fico, articulado pela Maçonaria sob a liderança de José Joaquim
da Rocha (1777-1848) foi fundado o Clube da Resistência, o verdadeiro
organizador dos episódios de que resultou na decisão de D. Pedro I
permanecer no Brasil. A libertação dos escravos foi uma iniciativa da
Maçonaria, note-se que os líderes abolicionistas eram maçons (Visconde
de Rio Branco, 1819-1880; José do Patrocínio, 1853-1905; Joaquim Nabuco,
1849-1910; Eusébio de Queiroz, 1812-1868; Quintino Bocaiúva, 1836-1912;
Rui Barbosa, 1849-1923; Cristiano Otoni, 1811-1896; Castro Alves,
1847-1871). Na Proclamação da República os maçons também estiveram
presentes. A República brasileira existe pela aliança da Igreja Católica
com uma seção da Maçonaria que estava descontente com o imperador que,
por seu turno, era maçom. O primeiro ministério da República, sem
exceção de um só ministro, foi constituído de maçons organizado por
Quintino Bocaiúva, que havia sido grão-mestre.
Grande Loja da Pensilvania - EUA
Interior de Loja Maçônica no Brasil
Senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e o ex-governador José Roberto Arruda
Não é adequado
identificar a Maçonaria como sociedade secreta, posto que o conceito de
secreta nos remeta a algo que não pode ser revelado. Seus locais de
reunião e horários são conhecidos, suas propriedades, Constituições,
Emendas, Regimentos e Estatutos são registrados em cartório de imóveis,
títulos e documentos e publicados em Diário Oficial e sua existência não
é negada por seus membros, portanto, não se enquadram na definição de
secreta. Contudo, os rituais para a admissão e os sinais para que os
maçons se reconheçam são secretos, mas isso pode ser definido como
algumas ações reservadas que interessam somente aos seus membros. No
vocabulário maçônico moderno a palavra segredo traduz-se por discrição. A
Maçonaria não é uma religião ou entidade antirreligiosa, posto que seus
membros devam afirmar a crença em um Deus, as Lojas são independentes e
algumas se utilizam da Bíblia, do Torá ou do Alcorão em suas reuniões e
tal diversidade abre espaço para diferentes interpretações dos símbolos
maçônicos. Não é um partido político, pelo menos dentro da definição
formal e moderna; também não está caracterizada como uma sociedade de
auxílio mútuo, porém quando um de seus membros precisa ser socorrido a
entidade mobiliza-se em seu auxílio dentro das possibilidades de seus
membros. Porque, caso fosse, então haveríamos de assim também
classificar as Igrejas que socorrem seus membros. A Maçonaria não
convida ninguém para dela fazer parte, a pessoa interessada é que deve
procurar, espontaneamente, uma Loja ou ser indicado por um Mestre Maçom.
E há um número expressivo de exigências a serem cumpridas pelos
candidatos de ordem legal (maioridade, integridade, emprego e domicílio
fixos, etc.), doutrinária (crer em um Deus, religiosidade, distinguir
religião de Maçonaria, etc.), prática (apresentar bons costumes, ter boa
família, cumprir as leis), metafísica (receptivo às ideias, alinhar-se
ideologicamente à ideia de Deus), tradicional (apto, disposto,
capacitado) e iniciática (respeitar o processo, os candidatos devem ser
aceitos por todos os maçons, submeter-se à sindicância, assumir
compromissos e responsabilidades, etc.). Apesar da rigidez das normas
para o ingresso na Maçonaria ela também apresenta falhas como qualquer
outra instituição humana, exemplo disso é o ex-governador do Distrito
Federal José Roberto Arruda (preso e cassado por corrupção) que dela
fizesse parte sendo Mestre Maçom Grau 3 da Augusta e Respeitável Loja
Simbólica “Areópago de Brasília”, nº 3001, filiada ao Grande Oriente do
Brasil, no DF. O ex-governador José Roberto Arruda colocou em seu
governo alguns companheiros de Maçonaria. Entidades ligadas aos maçons
foram favorecidas com contratos com o governo do Distrito Federal. Uma
delas é a Fundação Gonçalves Ledo que, sem participar de licitação
pública, foi contemplada com um contrato de mais de R$ 30 milhões, via
Secretaria de Ciência e Tecnologia (Projeto DF Digital). Arruda foi
expulso, mas o estrago já estava feito.
Grande Oriente Feminino do Mato Grosso do Sul
Uma das
questões que mais alimenta o imaginário coletivo é quanto a não admissão
de mulheres em seu seio. De acordo com o que apuramos a entidade
mantém-se fiel a uma antiga regulamentação que diz, textualmente, “As
pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e de
princípios virtuosos, nascidos livres de idade madura, sem vínculos que o
privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim
como homens de comportamento duvidoso ou imoral.” Afirma-se, pois, que
estão seguindo apenas uma tradição herdada dos antigos maçons
operativos. Ressaltamos que em algumas raras ocasiões algumas mulheres
chegaram a acessar várias corporações antes da Maçonaria especulativa.
No imaginário popular atribuem-se inúmeras razões para o fato da
entidade não admitir mulheres, mas a Igreja Católica restringe o acesso
das mulheres aos seus postos mais visíveis e também de comando e nem por
isso vê-se envolta em questionamentos que sugiram mistérios, rituais
secretos e coisas piores. Mesmo após o movimento feminista deflagrado na
década de 1960 e as suas inúmeras conquistas a mulher ainda sofre
discriminação, explícita ou implícita. Na Maçonaria existe a Ordem
Internacional Arco-Íris para Meninas da Ordem Internacional DeMolay
fundada em 1919 em Kansas, Missouri, EUA, (Jacques DeMolay foi o último
dos cavaleiros Templários executado pela Inquisição em 1314). Até 1949 a
Maçonaria feminina atuava em conjunto com o Grande Oriente do Brasil e a
partir deste ano seguiram sozinhas e denomina-se Grande Oriente
Feminino do Brasil. Há uma imensa gama de artigos escritos satanizando a
Maçonaria com uma ferocidade assombrosa. No entanto, em todas as
refutações que tive a oportunidade de estudar os argumentos oferecidos
se sustentam em passagens das Sagradas Escrituras e, portanto, nesta
perspectiva, fica patente a ligação da sociedade com Lúcifer. Mas,
convenhamos, dentro da perspectiva religiosa cristã existe um sem número
de elementos que, de alguma forma e em algum momento, estão
relacionados com o diabo. Excluindo-se a perspectiva divina e adotando
critérios que possam avaliar a Maçonaria como entidade juridicamente
constituída e suas ações no sentido de acatar as leis, preservar a
ordem, etc. verificaremos que jamais foi uma sociedade nociva à nação
brasileira (ao contrário do Fórum de São Paulo onde só tem gente da pior
espécie e ninguém o combate). A própria independência entre as lojas
maçônicas e as diversidades entre umas e outras impedem que se articulem
e construam um consenso que possa ameaçar as instituições da República.
Certamente que abrigará em seu seio homens mal intencionado, mas isto
não é um privilégio da Maçonaria, tendo-se em conta que estão presentes
em todos os recantos da Terra. O que devemos temer e lutar é contra a
devastadora atuação da elite socialista Fabiana globalista que vem
destruindo, corroendo e solapando-nos diuturnamente.
Charge da época onde o papa Pio IX aplica a palmatória no imperador D.Pedro II
No
Segundo Reinado tivemos a Questão Religiosa em 1870, conflito decorrente
de um enfrentamento entre a Igreja Católica e a Maçonaria cujas causas
remontam às divergências entre o catolicismo ultramontano (doutrina
política católica que reforça e defende o poder e as prerrogativas do
papa em matéria de disciplina e fé), o liberalismo (sistema
político-econômico baseado na defesa da liberdade individual nos campos
econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e
atitudes coercitivas do poder estatal) e o regime do padroado (criado
através de um tratado entre a Igreja Católica e os Reinos de Portugal e
de Espanha. A Igreja delegava aos monarcas destes reinos ibéricos a
administração e organização da Igreja Católica em seus domínios. O rei
mandava construir igrejas, nomeava os padres e os bispos, sendo estes
depois aprovados pelo papa), mas deste assunto trataremos em outra
oportunidade.
Na Primeira
Igreja Batista de Niterói (RJ) se instalou uma crise por conta da
presença de maçons em sua liderança. Há o depoimento de um diácono que
alega não haver contradição alguma em declarar-se maçom praticante há
trinta anos e cristão há vinte e oito anos. A polêmica em torno da
adesão de evangélicos à Maçonaria já provocou até racha numa das maiores
denominações do país, a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), no início
do século passado. Quando a Igreja proíbe que seus membros ingressem
e/ou participem da Maçonaria (ou de qualquer outra coisa) está coerente
com os seus princípios doutrinários e, portanto, caberá a seu membro
fazer uma opção e, caso não faça, abriu espaço para que dela seja
excluído. Por exemplo, os católicos são proibidos de envolverem-se com o
comunismo, mas se a Igreja expulsar todos os seus membros ligados ao
comunismo certamente contarão com um número apreciável de lugares vagos,
a começar pelo seu comando. Portanto, a Maçonaria pode ser vista sob
duas perspectivas. A divina e a humana. O que não deveria acontecer é
que o julgamento da primeira não anule, minimize ou despreze os
resultados positivos alcançados pela segunda. Os maçons estiveram
presentes na Independência dos Estados Unidos, na Revolução Francesa, na
Inconfidência Mineira, na Independência do Brasil, na Abolição da
Escravatura, na Proclamação da República, etc. Discriminá-los,
desprezá-los, desrespeitá-los ou ignorá-los vai muito além de uma
grosseria. Uma atitude nestes sentidos revela a nossa ignorância e
preconceito.
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