10 de novembro
Eleito com o nome de Leão I, foi um dos maiores pontífices da história
do cristianismo, embora pouco se saiba sobre sua vida antes de ocupar a
Cátedra de Pedro. É venerado por sua profunda sabedoria, suas
extraordinárias virtudes e sua brilhante direção, como relatam os
historiadores e teólogos.
Leão nasceu por volta do ano 400, na
região da Toscana, onde está situada a cidade de Roma. Tornou-se
sacerdote muito jovem e fez carreira consolidada num trabalho brilhante.
Em 430, já era arcediácono e depois foi conselheiro dos papas Celestino
I e Xisto III. Era tão respeitado e conceituado que, após a morte deste
último papa, foi eleito para substituí-lo Com o título de Leão I,
assumiu o governo da Igreja em agosto do ano 440.
Eram tempos difíceis. Por um lado, o
Império Romano esfacelava-se e já não conseguia conter as hordas de
bárbaros que invadiam e saqueavam seus domínios. Por outro lado, a
Igreja enfrentava divisões e dissidências doutrinárias em seu interior.
Um panorama tão sombrio que só não levou o Ocidente ao caos por causa da
atuação de Leão I nos dois terrenos: o espiritual e o material.
Na esfera espiritual, ele permaneceu
firme, defendendo as verdades do catolicismo diante das grandes heresias
que sacudiram o século V, e atuou participando de discussões, encontros
e concílios. Foi nessa época que escreveu um dos documentos mais
importantes para a fé: a “Carta dogmática a Flaviano”, o patriarca de
Constantinopla, defendendo as posições ortodoxas do cristianismo. “Pedro
falou pela boca de Leão”, diziam os sacerdotes da Igreja que acabavam
concordando com os argumentos. Estão guardados mais de cem dos seus
sermões, além de cento e quarenta e três cartas contendo ensinamentos
sobre a fé cristã, seguidos e respeitados ainda hoje.
Já no plano material, era o único que
poderia conseguir, graças ao seu prestígio e à sua eloqüência, que o
terrível rei Átila, comandante dos bárbaros hunos, não destruísse Roma e
a Itália. A missão poderia ser fatal, pois Átila já invadira,
conquistara e destruíra a ferro e fogo o norte do país. Mesmo assim Leão
I foi ao seu encontro e saiu vitorioso da situação. Mais tarde, foi a
vez de conter os vândalos, que, liderados pelo chefe bárbaro Genserico,
entraram em Roma. Só não atearam fogo à Cidade Eterna e não dizimaram
sua população graças à atuação do grande pontífice.
Não existem relatos sobre os seus
últimos dias de vida. O livro dos papas diz que Leão I governou vinte e
um anos, um mês e treze dias. Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi
sepultado na Basílica de São Pedro, em Roma. O papa Bento XIV
proclamou-o doutor da Igreja em 1754. Leão I foi o primeiro papa a
receber o título de “o Magno”.
São Leão I, rogai por nós!
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