[osenhortedeapaz]
Por: Wander Venerio C. de Freitas- Teólogo.
Essa
pergunta tem sido a dúvida de muitos católicos "praticantes" e
principalmente daqueles que ainda não são "praticantes". E,
infelizmente, tem se divulgado
por "ai", alguns ensinos (doutrinas) acerca da Eucaristia totalmente
distorcidos, não compatíveis com as verdades ensinadas pela Igreja de
Cristo Jesus. Por isso, quero aqui fazer alguns esclarecimentos acerca
do assunto, para que muitas dúvidas sejam dissipadas definitivamente da
cabeça e do coração principalmente dos que se dizem católicos. Para
isso, não farei uso de conceitos meus, ou seja, daquilo que penso ou
acho, mas sim, dos
ensinamentos da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério da
Igreja, e também, da herança espiritual dos Santos Padre da Igreja. Diante do exposto não percamos mais tempo vamos ao que interessa: ........
Nosso
Senhor Jesus Cristo, sabendo que chegara a hora de partir deste mundo
para voltar a seu Pai, no decurso de uma refeição lavou os pés dos
apóstolos e deu-lhes o mandamento do amor (cf. Jo 13,1-17). Para
deixar-lhes uma garantia deste amor, para nunca afastar-se dos seus e
para fazê-los participantes da sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como
memória da sua morte e da sua ressurreição, e ordenou aos seus
apóstolos que a celebrassem até à sua volta, “constituindo-os então
sacerdotes do Novo Testamento” (Concílio de Trento). Jesus escolheu o
tempo da Páscoa para realizar o que tinha anunciado em Cafarnaum: dar
aos seus discípulos seu Corpo e seu Sangue. (Catecismo da Igreja
Católica). Quando chegou a hora, Jesus se pôs à mesa com os apóstolos. E
disse: “Desejei muito comer com vocês esta ceia pascal, antes de
sofrer. Pois eu lhe digo: nunca mais a comerei, até que ela se realize
no Reino de Deus”. (Lc 22,14-16). A seguir, Jesus tomou um pão,
agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: “Isto é o meu
corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim”. Depois da
ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova
aliança do meu sangue, que é derramado por vocês”. (cf. Lc 22,19-20). O
mandamento de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras “até que ele
volte” não pede somente que se recorde de Jesus e do que ele fez. Visa
a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial
de Cristo, da sua vida, da sua Morte, da sua Ressurreição e da sua
intercessão junto ao Pai (cf. C.I.C). No relato da instituição, a força
das palavras e da ação de Cristo, e o poder do Espírito Santo, tornam
sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do vinho, o Corpo e
o Sangue de Cristo, seu sacrifício oferecido na cruz uma vez por todas
(C.I.C). “Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou,
aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós” (Rm 8,34),
está presente de múltiplas maneiras na sua Igreja (Lumen Gentium): na
sua Palavra, na oração da sua Igreja, “lá onde dois ou três estão
reunidos em meu nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos
(Mt 25,31-46), nos seus sacramentos, dos quais ele é o autor, no
sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas, sobretudo (está
presente sob as espécies eucarísticas (Sacrosanctum concilium – C.I.
C)). No Santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos
verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue
juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por
conseguinte, o Cristo todo” (Concílio de Trento). “Esta presença
chama-se ´real` não por exclusão, como se as outras não fossem `reais`,
mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo,
Deus e homem, se torna presente completo” (Mysterium Fidei). É pela
conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se
torna presente em tal sacramento. Os padres da Igreja afirmaram com
firmeza a fé da Igreja na eficácia da palavra de Cristo e da ação do
Espírito Santo para operar esta conversão. Assim, São João Crisóstomo
declara: não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tornem
Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por
nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia essas palavras, mas a
sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz ele. Estas
palavras transformam as coisas oferecidas. (Prod. Jud. 1.6: PG 49,380).
O Concílio de Trento resume a fé católica ao declarar: “Por ter
Cristo, nosso Redentor, dito que aquilo que oferecia sob a espécie do
pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre se teve na Igreja esta
convicção, que o santo Concílio declara novamente: pela consagração do
pão e do vinho opera-se a mudança de toda a substância do pão na
substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor e de toda substância do
vinho na substância do seu Sangue; esta mudança, a Igreja Católica
denominou-a com acerto e exatidão transubstanciação”. A presença
eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também
enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente
inteiro em cada uma das espécies e inteiro em cada uma das partes
delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo. (cf.
C.I.C). “Deus se fez homem para nos salvar. Mas, tendo-se feito homem,
quis tornar-se alimento a fim de que, alimentando-nos dele, nos
tornássemos outros Cristo. Ora, uma coisa é ver Jesus (como se
tivéssemos vivido no seu tempo), outra coisa é ser novamente Jesus:
poder ser um outro Cristo na terra. E a Eucaristia tem justamente este
objetivo: alimentar-nos de Jesus para fazer-nos ser outros-ele, porque
ele nos amou como a si mesmo”. “A comunhão do corpo e do sangue de
Cristo fez com que nos transformemos naquilo que recebemos” (cf. L.G).
Acrescenta Santo Tomás de Aquino: “O efeito característico da
Eucaristia é a transformação do homem em Deus”: a divinização. Outros
santos da Igreja confirmam tal conceito. Eis o que encontrei em São
Cirilo de Jerusalém: “Sob a aparência de pão recebes o corpo e sob a
aparência de vinho recebes o sangue, para que te tornes, tendo
participado do corpo e do sangue de Cristo, concorpóreo e consangüíneo
dele”. Continua Cirilo: “Assim nos tornamos também portadores de
Cristo, porque o seu corpo e o seu sangue se distribuem pelos nossos
membros; e segundo a expressão de São Pedro, ´tornamo-nos também
participantes da natureza divina´ (2 Pd. 1,4). São Leão Magno
acrescenta: “A participação ao corpo e ao sangue de Cristo atua de tal
maneira que nos transformamos naquilo que recebemos e, com plenitude,
levamos-no espírito e na carne – aquele com o qual morremos, com que
fomos sepultados e ressuscitados”. Escreve santo Agostinho a respeito
do Augusto Sacramento da Eucaristia: “Sou o alimento dos grandes.
Cresce e te nutrirás de mim. E não serás tu a transformar-me em ti,
como o alimento da tua carne, mas serás transformado em mim”. Que
profundidade nos ensina também Santo Alberto Magno a respeito: “Este
sacramento nos transforma no corpo de Cristo ao ponto de nos tornarmos
ossos dos seus ossos, carne da sua carne, membros dos seus membros”. E
mais, diz o Doutor da Igreja: “Sempre que duas coisas se unem
(Eucaristia e o Homem) de modo que uma delas se deve transformar num
todo, então aquilo que é mais forte (Eucaristia) transforma em si aquilo
que é mais fraco (Homem). Portanto uma vez que este alimento possuiu
uma força muito mais potente do que aqueles que o recebem, ele
transforma em si aqueles que dele se nutrem”, esplendida demais essa
verdade! Por tudo isso que foi escrito e muito mais que não caberiam
nesse artigo, podemos afirmar que realmente Jesus está presente na
Eucaristia. Mas, se ainda existir dúvidas em alguns corações
incrédulos, farei ainda alusão aos Milagres Eucarísticos pra que elas
sejam dissipadas definitivamente. Um deles é o milagre de Lanciano que
aconteceu no século VIII. “Um monge da ordem de São Basílio estava
celebrando na Igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a
Consagração, que ele realizara, a hóstia transformou-se em carne e o
vinho em sangue depositado dentro do cálice. Pois, o exame das
relíquias, segundo critérios rigorosamente científicos, foi efetuado em
1970-71 e outra vez em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli, catedrático
de Anatomia e Histologia Patológica e Química e Microscopia Clínica,
Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena. E
teve como resultados: 1) A hóstia é realmente constituída por fibras
musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. 2) Quanto ao sangue,
trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que
pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido na carne e o sangue
do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue
comum aos Judeus). Este é também o grupo que o professor Pierluigi
Baima Bollone, da universidade de Turim, identificou no Santo Sudário.
3) Apesar da sua Antigüidade, a carne e o sangue se apresentam com uma
estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais; este
fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros
fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, apesar
da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e
biológicos”. Portanto, caros leitores, não há como negar o inegável,
falsificar o verdadeiro, Jesus realmente está presente na Eucaristia,
quer acreditemos ou não, Ele sempre esteve e sempre estará!
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