[reporterdecristo]
É patente alguns acharem lícito responder sim as perguntas do título,
confirmando que nas Sagradas Palavras de Deus, contém inverdades como a
Arca de Noé, Jonas e o “grande peixe”, que segundo os indivíduos que
fazem estas prerrogativas, não existiram verdadeiramente e que na mesma
Escritura existem mitos como o caso de Adão e Eva, que em tese seriam
“metáforas” ou outros tipos de figuras de linguagem que não refletem a
realidade e veracidade em si, esta linha de pensamento é norteada e
proposta também por alguns teólogos católicos tendo como principal nome
Teilhard de Chardin, que influenciados pelo modernismo teológico
(evolução, modificação ou transformação do dogma) do séc. XIX
constituíram uma tentativa de conciliar a crença evolucionista com a
narração da Criação bíblica, aliando a teologia ao pensamento cientifico
o que é típico do pensamento teológico modernista.
Sobre tal defronta ou sobreposição entre as ciências humanas e a
doutrina revelada, disse (Pio XII) “Se tais conjecturas opináveis se
opõem direta ou indiretamente à doutrina que Deus revelou, então esses
postulados não se podem admitir de modo algum”.
Hoje essas afirmações estão presentes na chamada ‘Nova Teologia’
entre outros equívocos, acreditam estes no (Poligenismo- significa
muitas origens, ou muitas gênesis – poli = muitas, genismo = origem)
crença em que Adão e Eva prefiguram os “casais que originaram a raça
humana” não foram nossos primeiros pais na realidade, sim alusão a os
“vários pais”, contrariando o ensinamento católico (Monogenismo) crença
na existência de Adão e Eva nossos únicos pais cujo descendemos, o
Poligenismo é rejeitado pela Igreja por contradizer o pecado original e
sua transmissão assim como a outros pontos teológicos. Se não existiram
realmente Adão e Eva, não houve pecado original, onde fica então a
redenção operada por Cristo na Cruz? É pretensiosa e de má fé esta
crença.
O Concílio de Trento, (Sess. 5, can. 1): “o primeiro homem, Adão,
transgrediu o mandamento de Deus”; can. 2: “o pecado de Adão afetou toda
a descendência deste, à qual comunica culpa e morte”; e can. 3: “o
pecado de Adão é um ato único; transmite-se por geração, não meramente
por imitação”.
O Catecismo da Igreja Católica, no número 390 vêm dizer: “A Revelação
dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo
pecado original cometido pelos nossos primeiros pais.” (CIC nº 390)
Pio XII disse que não há liberdade nesta discussão estendida aos leigos sobre este assunto :
“Mas,
tratando-se de outra hipótese, isto é, a do poligenismo, os filhos da
Igreja não gozam da mesma liberdade, pois os fiéis cristãos não podem
abraçar a teoria de que depois de Adão tenha havido na terra verdadeiros
homens não procedentes do mesmo protoparente por geração natural, ou,
ainda, que Adão signifique o conjunto dos primeiros pais; já que não se
vê claro de que modo tal afirmação pode harmonizar-se com o que as
fontes da verdade revelada e os documentos do magistério da Igreja
ensinam acerca do pecado original, que procede do pecado verdadeiramente
cometido por um só Adão e que, transmitindo-se a todos os homens pela
geração, é próprio de cada um deles” [cf. Rom 5, 12-19]. (Papa Pio XII,
Humani Generis, 35-39: 12 de agosto de 1950).
Mais voltando ao assunto especifico e central as Sagradas Escrituras
contém mitos, metáforas, narrações imaginarias e etc. observando o
contexto histórico dos escritos, retórica e Inerrância bíblica.
A exegese e hermenêutica tradicional da Igreja Católica, vetam a
existência de tais argumentos encontrados entre os teólogos modernos,
uns sucateiam as Escrituras e tentam rebaixá-las, desfiguradas, como
ficaria a Inspiração do Espírito de Deus? Se nas mesmas existissem
mitos, seriam então literalmente falsas algumas partes e narrativas da
bíblia, tudo isto proporcionaria um passo para extrair a confissão de
que há erros na Bíblia? Ou que pior que a Ressurreição de Cristo foi uma
metáfora, mais não um fato histórico.
Obviamente é uma heresia, um erro gravíssimo, visto que “a inspiração
divina estende-se a todas as partes da Bíblia sem a menor exceção, não
podendo haver erro no texto inspirado” (Papa Bento XV, na Encíclica
“Spiritus Paraclitus”). Infelizmente a propaganda teológica moderna traz
confusão para alguns católicos pouco “letrados”.
“Todavia, o que se inseriu na Sagrada Escritura tirado das narrações
populares, de modo algum deve comparar-se com as mitologias e outras
narrações de tal gênero, as quais procedem mais de uma ilimitada
imaginação do que daquele amor à simplicidade e à verdade que tanto
resplandece nos livros do Antigo Testamento, [..]” (Papa Pio XII, Humani
Generis).
Concílio Ecumênico Vaticano II, no documento Dei Verbum, declarou:
“Porque a sagrada Escritura é a Palavra de Deus tal como foi
consignada por escrito sob a inspiração do Espírito Santo [...] a
Palavra de Deus que foi confiada por Cristo e pelo Espírito Santo aos
Apóstolos”
“Escreviam unicamente aquelas coisas que o Espírito Santo os ordenava
escrever” (Papa Leão XIII, na Encíclica “Providentissimus Deus”)
É certo que nossos primeiros Pais foram Adão e Eva, e que antes deles
não existiram outros homens e nem houve ser humano posterior que não
descenda deles. Assim ensina a Santa Igreja.
As figuras históricas de Adão e Eva e todo o episódio do pecado
original, é testificada pelo exegeta francês, altamente autorizado pela
Igreja, o Pe. Luís Claúdio Fillion:
“a narração é de uma grande beleza; todos seus detalhes são
históricos e reais, de nenhum modo alegóricos ou figurados [....] A
serpente [....] o que nos mostra que já, sob o reptil material e vulgar
se escondia aquele que os primeiros rabinos chamavam, em lembrança a
esse episódio, ‘a serpente antiga’, o chefe dos demônios. Porque o mal
já havia penetrado no mundo” (L.-CL. Fillion, La Sainte Bible Commentée
d’après la Vulgate et les textes originaux, Letouzey et Ané, Éditeurs,
Paris, 1899, tomo I, p. 30).
Há ainda outros que duvidem dos livros que compõem o Pentateuco e sua
autoria, então no séc. XIX a Comissão Pontifícia para os estudos
bíblicos enviou ao arcebispo de Paris, dando parecer por carta sobre
estas duvidas em torno da autenticidade do Pentateuco:
“Dúvida I: Se os argumentos, acumulados pelos
críticos para combater a autenticidade mosaica dos livros sagrados que
se designam com o nome de Pentatêuco são de tanto peso que, sem ter em
conta os muitos testemunhos de um e outro Testamento considerados em seu
conjunto, o perpétuo consentimento do povo judeu, a tradição constante
da Igreja, assim como os indícios internos que se tiram do próprio
texto, dêem direito a afirmar que tais livros não têm a Moisés por
autor, mas que foram compostos de fontes, na maior parte, posteriores à
época mosaica. Resposta: negativamente”. (Resposta da Comissão Bíblica em 27 de Junho de 1906. Cfr. Denzinger, 1996).
Sobre esta carta lembrou o Papa Pio XII:
“Essa carta adverte claramente que os onze primeiros capítulos do
Gênesis, embora não concordem propriamente com o método histórico usado
pelos exímios historiadores greco-latinos e modernos, não obstante,
pertencem ao gênero histórico em sentido verdadeiro, que os exegetas hão
de investigar e precisar; e que os mesmos capítulos, com estilo singelo
e figurado, acomodado à mente do povo pouco culto, contêm as verdades
principais e fundamentais em que se apóia a nossa própria salvação, bem
como uma descrição popular da origem do gênero humano e do povo
escolhido. Mas, se os antigos hagiógrafos tomaram alguma coisa das
tradições populares (o que se pode certamente conceder), nunca se deve
esquecer que eles assim agiram ajudados pelo sopro da divina inspiração,
a qual os tornava imunes de todo erro ao escolher e julgar aqueles
documentos.”
“Os
livros inspirados ensinam a verdade. «E assim como tudo o que os
autores inspirados ou hagiógrafos afirmam, deve ser tido como afirmado
pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da
Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus
quis que fosse consignada nas sagradas Letras em ordem à nossa
salvação»” (CIC nº 107).
Já no século passado alertava o Papa Pio XII “é deplorável a maneira
extraordinariamente livre de interpretar os livros históricos do Antigo
Testamento.” O que diria ele hoje da interpretação moderna que tem sido
construída sobre os textos sagrados.
Mas observemos o que diz Cristo o consumador de nossa fé: “Passarão os céus e a terra, mas minhas palavras não passarão” (Mc. 8, 31; Lc. 21, 33; Mt 24, 35).
Fonte: Veritatis Splendor
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