Por Carlos Moioli
RIO DE JANEIRO, terça-feira, 11 de dezembro de 2012 (ZENIT.org)
- Nesta terça-feira, 11 de dezembro, a Província do Brasil “Cristo
Redentor” está realizando uma peregrinação ao Rio de Janeiro, até o
local aonde os primeiros religiosos somascos chegaram no país.
Para os religiosos presentes no Brasil este é um momento muito
especial que comemora 50 anos de trabalhos e esperanças realizados sob
muito sacrifício, mas também com muito entusiasmo e fé.
Consta na peregrinação a visita ao Santuário do Cristo Redentor, no
Corcovado, e na primeira capela dedicada a São Jerônimo Emiliani
(fundador), situada na Favela da Varginha,em Bonsucesso. Naocasião, o
irmão Evandro fará a renovação dos votos. A peregrinação termina com
Santa Missa às 18h, na Capela Cristo Redentor, das irmãs Missionárias da
Caridade (Av. Brasil, 4.947), em Bonsucesso, presidida pelo arcebispo
do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.
Neste momento tão significativo estarão presentes, além dos
religiosos residentes no Brasil, o Padre Geral Franco Moscone, o
provincial da Província Romana, padre Michele Grieco, e ainda, o padre
Tizziano Marconato, padre Pietro Trezzi, ambos residiram no Brasil e o
irmão Luigi Maule, visitando pela primeira vez o Brasil.
Rio de Janeiro
Os primeiros religiosos somascos, os padres Miguel Pietrangelo e
Heitor Giannella, chegam ao Rio de Janeiro em 14 de dezembro de1962,
aconvite do Cardeal Dom Jaime Barros Câmara.
Em 17 de janeiro de 1963, chegam mais dois clérigos de teologia: Libero Zappone e Marino Nati.
Após um período de inserção na missão, os religiosos transferem-se do
seminário arquidiocesano, no Rio Comprido, para a Igreja Cristo
Redentor, em Bonsucesso, vinculada a Paróquia dos Navegantes (erigida em
17 de março de 1963).
A prioridade das atividades dos somascos no Rio era o acompanhamento
pastoral e a organização da promoção humana com os mais pobres nas
comunidades. No auge da missão, os religiosos constroem na Favela da
Varginha uma igreja dedicada a São Jerônimo Emiliani, cuja missão
pastoral hoje é fortalecida pelas Missionárias da Caridade, congregação
fundada por Santa Teresa de Calcutá.
Nesta casa, marco fundacional da congregação no Brasil os religiosos
permanecem apenas dez anos. No decreto de fechamento, datado de 11 de
maio de 1973, o padre geral alegava uma ação mais concreta no aspecto
vocacional, que foi concretizada com a fundação de uma nova casa, na
cidade mineira de Uberaba.
Somascos no Brasil e no mundo
A Ordem dos Clérigos Regulares de Somasca está presente nos 5
continentes, em 17 países. A casa mãe está localizada em Somasca,
pequeno vilarejo no norte da Itália. A última comunidade somasca aberta
foi na República Dominicana bem próximo do Haiti, com o objetivo de
amparar e educar as centenas de crianças e adolescentes que ficaram
órfãos após o terremoto que devastou o país.
No Brasil, a Ordem está presente desde1962. A primeira casa dos religiosos somascos foi aberta no Rio de Janeiro. Hoje, existem quatro comunidades, nas cidades de Uberaba, Presidente Epitácio, Santo André e Campinas.
Fundamento da Obra
Segundo São Jerônimo Emiliani, a oração, o trabalho e a caridade, são os fundamento da obra.
Por isso, os religiosos somascos procuram viver uma vida de oração
pessoal e comunitária através da Liturgia das Horas em comunidade, na
recitação do Terço, na adoração ao Santíssimo Sacramento, na meditação
individual, nos retiros e nas celebrações eucarísticas. A oração compõe a
base do fundamento, como alimenta para realizar outras ações.
"Quem não trabalha, também não coma". As palavras do apóstolo São
Paulo foram adotadas por São Jerônimo Emiliani. O trabalho ajuda no
crescimento espiritual, no serviço aos irmãos de comunidade e aos mais
necessitados. O estudo, os trabalhos manuais e caseiros, a pastoral, o
apostolado com as crianças e adolescentes são elementos que compõe a
dimensão do trabalho.
A caridade é exercida na convivência entre os irmãos e na assistência
"aos pequenos e pobres que empobrecidos e abandonados, clamam por um
mundo mais justo e fraterno". As obras de serviço às crianças e
adolescentes são núcleos que visam a valorização da vida e do respeito
entre as pessoas através da educação.
São Jerônimo Emiliano
Jerônimo nasceu em Veneza, em 1486. Órfão de pai, foi sabiamente
educado na fé cristã pela sua mãe, Dionora Morosini. Aos 15 anos
tornou-se soldado e, aos 25, senador. Amante dos prazeres, das festas,
Jerônimo Emiliani tinha 28 anos quando caiu prisioneiro de guerra de
Luís XII. Na prisão começou a meditar sobre o sentido da vida.
Depositando as cadeias sobre o altar de Nossa Senhora, no Santuário da
"Madonna Grande", em Treviso, Jerônimo mudou radicalmente de vida.
Ao voltar a Veneza, vendeu o que possuía e entregou tudo aos pobres e
necessitados. Dedicou-se de corpo e alma aos órfãos, às viúvas e aos
jovens entregues à prostituição. Fundou hospitais, orfanatos, asilos,
escolas profissionalizantes para os meninos. Vivia em companhia dos
pobres, dos mendigos, dos injustiçados, de quem se tornou pai e
defensor.
Suas atividades apostólicas se estenderam por várias cidades da
Itália, como Verona, Brescia, Como e Bergamo. Em Somasca, Bergamo, surge
a Sociedade dos Clérigos Regulares, os Padres Somascos, por ele
fundada, cujo apostolado era o ensino gratuito de órfãos e jovens
carentes.
São Jerônimo Emiliani morreu em Somasca, aos 51 anos, vítima da sua
própria caridade, enquanto assistia aos doentes, no dia 8 de fevereiro
(data de sua festa) de 1537. Foi canonizado no ano de 1767. O Papa Pio
XI o proclamou "Patrono universal dos órfãos e da juventude abandonada".
Serviço:Contato no Brasil: Padre Carlos, tel: (19) 3256-2790 / (19) 8169-0080 e padre Américo (provincial)
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