01/12/2012
unisinos - Assim que Drew Burkemper se levantou para pregar, o peso da sua tarefa era evidente. Seu colega no Seminário de Kenrick-Glennon, Adam Maus,
tinha sido simplesmente perfeito. Assim como Burkemper, Maus e outros
seminaristas católicos foram instruídos a preparar e a proferir à sua
classe uma homilia para um evento imaginário.
A reportagem é de Tim Townsend, publicada no sítio Religion News Service, 29-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O cenário de Maus era um casamento entre uma noiva de 42 anos de idade, com quatro filhos, e seu noivo, que recentemente havia voltado para a Igreja Católica. Os nove outros seminaristas na sala adoraram a sua abordagem, derramando sobre ele um retorno brilhante.
Burkemper foi o próximo, diante de um cenário de pregação que desafiaria qualquer futuro sacerdote de 23 anos. Sua homilia era para um casamento entre um homem católico e uma mulher judia.
A reportagem é de Tim Townsend, publicada no sítio Religion News Service, 29-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O cenário de Maus era um casamento entre uma noiva de 42 anos de idade, com quatro filhos, e seu noivo, que recentemente havia voltado para a Igreja Católica. Os nove outros seminaristas na sala adoraram a sua abordagem, derramando sobre ele um retorno brilhante.
Burkemper foi o próximo, diante de um cenário de pregação que desafiaria qualquer futuro sacerdote de 23 anos. Sua homilia era para um casamento entre um homem católico e uma mulher judia.
Assim que começou, ele trabalhou duro no seu discurso, como o seu professor lhe ensinara. "O padre Wester é muito bom ao proferir a homilia", disse Burkemper mais tarde. "E não apenas lendo-a".
O Pe. Don Wester, pároco da Igreja de Todos os Santos em St. Peters, Missouri, é professor de homilética – a arte da pregação – no Seminário de Kenrick.
Ele
acredita que as homilias devem ser práticas e diretas – devem desenhar
uma conexão entre as lutas diárias dos paroquianos e as verdades
bíblicas.
E esse é exatamente o tipo de pregação que os bispos católicos dos Estados Unidos esperam que faça parte de um novo esforço nacional para promover melhores homilias católicas.
No seu encontro anual de outono deste mês, a Conferência dos Bispos dos EUA votou esmagadoramente pela aprovação do novo documento sobre a pregação, o primeiro desde 1982.
O
documento é uma admoestação à pregação pobre, dizendo que os bispos
estão "conscientes de que, pesquisa após pesquisa ao longo dos últimos
anos, o Povo de Deus pediu pregações mais poderosas e inspiradoras. Uma dieta
constante de homilias mornas ou mal preparadas é frequentemente citada
como causa de desencorajamento por parte do laicato e até mesmo levando
alguns a se afastar da Igreja".
O arcebispo de St. Louis, Robert Carlson, trabalhou no documento por quase dois anos com Wester como um de seus assessores. Em uma entrevista, o arcebispo disse que o seu próprio pai tinha fortes opiniões sobre a pregação.
"Não
é suficiente me contar o que a Bíblia diz", Carlson lembra o que seu
pai dizia. "Eu preciso saber como aplicar o que a Bíblia diz no meu
papel como pai, como esposo e como homem de negócios".
Os bispos têm discutido a possibilidade de um documento sobre a pregação desde 2006. Mas o Papa Bento XVI os inspirou a agir, emitindo duas "exortações apostólicas" nos últimos cinco anos.
Na primeira dessas declarações, Bento XVI escreveu em 2007 que, "dada a importância da palavra de Deus, a qualidade das homilias precisa ser melhorada".
Depois, em um comunicado de 2010, o papa ofereceu mais especificidades.
"Homilias
genéricas ou abstratas que obscurecem a natureza direta da palavra de
Deus devem ser evitadas, assim como digressões inúteis que correm o
risco de atrair mais atenção para o pregador do que para o coração da
mensagem do Evangelho", escreveu.
Carlson, que dirige a Comissão Episcopal para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações,
disse que os bispos esperavam que o novo documento sobre a pregação
seria usada não só pelos seminaristas, mas também por bispos, padres e
diáconos.
"Você não pode se sentar no sábado à noite, digitar uma
homilia e esperar comover as mentes e os corações das pessoas", disse
Carlson.
O padre jesuíta David Meconi, professor de teologia da Universidade de St. Louis e editor da revista Homiletic & Pastoral Review, disse que a Igreja precisa de "pregadores dispostos a pregar a partir do seu próprio coração".
"Muitos
sacerdotes leem como se estivessem dando uma palestra, e outros não
fazem nenhuma preparação e apenas improvisam", disse Meconi. "O coração de uma boa mensagem é o pathos, a paixão".
De
acordo com o novo documento dos bispos, e usando o termo católico
"catequizar" para ensinar a fé, o pregador de hoje "deve perceber que
ele está se dirigindo a uma congregação que é culturalmente mais diversa
do que anteriormente, uma congregação profundamente afetada pela agenda
secular circundante e, em muitos casos, inadequadamente catequizada".
Wester disse
acreditar que o documento faz um bom trabalho ao sugerir um equilíbrio.
De um lado, está a responsabilidade do padre de usar o seu tempo na
frente de um público cativo a cada domingo para ensinar, e, de outro,
está o dever de fomentar uma conexão mística entre Deus e o seu rebanho.
"Se queremos que as pessoas entendam a sua fé, a catequese deve fazer sentido para elas na sua própria vida", disse Wester.
"Às vezes eu quero que você saiba que eu sou o seu pastor, uma
autoridade. Jesus não tinha medo de falar a verdade, e então amar as
pessoas".
Carlson disse que outra característica do novo documento é o incentivo dos bispos a que os pregadores examinem a sua própria fé.
"Nesse
documento, também pedimos que os pregadores cresçam espiritualmente, de
modo que o que eles comuniquem tenha um significado poderoso no
testemunho da sua própria vida", disse.
Vida real
Recentemente, no Kenrick, Wester fez com que os seus alunos passassem a primeira meia-hora de aula contemplando versículos da carta de São Paulo aos Filipenses.
Um deles leu os versículos em voz alta para os demais, e depois os 10 jovens se sentaram em silêncio, alguns lendo o texto, outros com os olhos fechados em oração ou refletindo.
Os estudantes repetiram o processo mais duas vezes, e no fim dos 30 minutos compartilharam com os outros como a Escritura mexeu com eles.
Wester disse aos seminaristas que, depois de um tempo, no mundo real, a tentação de pular a meditação sobre a Escritura e de passar diretamente para a escrita da homilia iria crescer. Ele os exortou a evitar o pragmatismo pela oração.
Esse é o conselho que Burkemper trazia no coração enquanto preparava a sua falsa homilia para o casamento entre um homem católico e uma mulher judia.
Seus colegas ficaram impressionados com o produto final. Eles afirmaram que ele fez "um grande trabalho ao discutir a relação de aliança em ambas as religiões". Eles também gostaram do fato de que ela foi "curta, doce e direto ao ponto". Wester disse que ela durou cinco minutos e sete segundos.
"Primeiro você tem que levá-los até lá e fazer com que eles saibam que não vão ter um ataque cardíaco", disse Wester. "Mas depois que eles superam o medo inicial, é maravilhoso ver esses rapazes caminhando com as próprias pernas".
Recentemente, no Kenrick, Wester fez com que os seus alunos passassem a primeira meia-hora de aula contemplando versículos da carta de São Paulo aos Filipenses.
Um deles leu os versículos em voz alta para os demais, e depois os 10 jovens se sentaram em silêncio, alguns lendo o texto, outros com os olhos fechados em oração ou refletindo.
Os estudantes repetiram o processo mais duas vezes, e no fim dos 30 minutos compartilharam com os outros como a Escritura mexeu com eles.
Wester disse aos seminaristas que, depois de um tempo, no mundo real, a tentação de pular a meditação sobre a Escritura e de passar diretamente para a escrita da homilia iria crescer. Ele os exortou a evitar o pragmatismo pela oração.
Esse é o conselho que Burkemper trazia no coração enquanto preparava a sua falsa homilia para o casamento entre um homem católico e uma mulher judia.
Seus colegas ficaram impressionados com o produto final. Eles afirmaram que ele fez "um grande trabalho ao discutir a relação de aliança em ambas as religiões". Eles também gostaram do fato de que ela foi "curta, doce e direto ao ponto". Wester disse que ela durou cinco minutos e sete segundos.
"Primeiro você tem que levá-los até lá e fazer com que eles saibam que não vão ter um ataque cardíaco", disse Wester. "Mas depois que eles superam o medo inicial, é maravilhoso ver esses rapazes caminhando com as próprias pernas".
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