domingo, 27 de janeiro de 2013

Gays católicos praticantes buscam seu espaço na Igreja

27/01/2013 

A psicóloga Cristiana Serra, de 38 anos, brinca que deve sua união com a confeiteira Juliana Luvizaro, de 32, ao papa Bento XVI.



O cantor porto-riquenho, que estreou cantando nas missas, reafirma sua dignidade cristã homossexual.(Foto: )
Não há nenhum tom desrespeitoso na brincadeira. É que, no Natal de 2008, o pontífice fez um pronunciamento em que considerou tão importante "salvar" a humanidade do comportamento gay quanto livrar as florestas do desmatamento. Indignada, Juliana mandou e-mail à Arquidiocese do Rio. Dizia que era gay e católica, mas que uma restrição da própria Igreja poderia fazê-la deixar a religião.
Juliana conta que recebeu de um padre da arquidiocese uma resposta "mais que amorosa" e a sugestão de entrar em contato com o padre jesuíta Luís Corrêa Lima, que coordena um grupo de pesquisa sobre diversidade sexual na PUC-RJ. Esse contato a levou ao Diversidade Católica, um grupo leigo de reflexão, oração e debate formado por gays católicos, em que conheceu Cristiana.
As duas estão juntas desde março de 2009 e há três anos formalizaram em cartório a união estável. Têm expectativa de convertê-la em casamento civil.
Cristiana e Juliana fazem parte de um movimento de gays católicos praticantes que pretendem conciliar as duas identidades. Nos últimos anos, eles têm se reunido em espaços como o Diversidade Católica, no Rio, e a Pastoral da Diversidade, em São Paulo. Participam de celebrações, estudam, trocam experiências. No cotidiano, frequentam igrejas e muitas vezes participam das atividades paroquiais.
Os grupos têm o apoio de alguns padres, como d. Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, PR, que atuam com discrição para evitar sanções da hierarquia da Igreja, como o silêncio (restrição a entrevistas e pronunciamentos públicos), já imposto a alguns sacerdotes.
A doutrina católica, reforçada nos textos e discursos do papa Bento XVI, acolhe o homossexual, mas condena a prática da homossexualidade. E rejeita vigorosamente a união de pessoas do mesmo sexo e mais ainda a adoção de crianças por esses casais.
Para mostrar o outro lado da Igreja, os integrantes do Diversidade Católica recorrem a palavras do próprio Bento XVI: "A Igreja não é apenas os outros, não é apenas a hierarquia, o papa e os bispos; a Igreja somos nós todos, os batizados". Como primeiro passo, eles querem participar da vida religiosa sem ter de esconder que são gays, como relatam terem feito durante anos.
Vivências
Após infância e adolescência vividas no ambiente católico, o empresário Arnaldo Adnet, um dos fundadores do Diversidade Católica, se afastou da Igreja no período em que assumiu ser gay. Anos depois, quando retornou à religião, ia discretamente à missa aos domingos, na Igreja da Ressurreição. Aos poucos, passou a participar da vida da paróquia. Foi chamado para cantar no coro e fez parte da coordenação pastoral. "Para mim, dizer que sou católico é que foi sair do armário", diz Adnet, que vai às missas dominicais com o companheiro e a mãe.
Cristiana e Juliana frequentavam as missas de um padre "acolhedor" no bairro da Glória e, após se mudaram para Copacabana, também passaram a ir na Igreja da Ressurreição. "A gente vê gays antirreligiosos e, entre os religiosos, a homofobia é cada vez mais arraigada. Isso tende a obscurecer um campo intermediário que fica silencioso, por não ser tão extremista. A polarização impede o diálogo", diz Cristiana.
Histórias de acolhimento e rejeição se alternam. Um rapaz que cumpria atividades em uma paróquia conta que, ao revelar ao padre que era homossexual, foi perdendo suas funções. Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Madri, em 2011, ele encaminhou por escrito, sem esperança de ser atendido, uma pergunta ao arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, sobre como a Igreja lida com a presença dos gays católicos. O rapaz se surpreendeu ao ver que sua pergunta foi respondida por d. Orani, que, segundo ele, pregou a existência de uma Igreja para todos. Hoje, o rapaz participa da organização da nova edição da JMJ, que ocorrerá em julho no Rio, com a presença de Bento XVI.
Em São Paulo, os integrantes Pastoral da Diversidade, que não tem vínculo com a arquidiocese, reúnem-se a cada 15 dias em uma missa comandada pelo padre inglês James Alison, na casa do sacerdote ou em espaços de ONGs.
Por ter deixado a ordem dominicana e não ser subordinado à hierarquia da Igreja, Alison fala sem restrições. Ele sustenta que a Igreja parte de um pressuposto equivocado ao considerar que a homossexualidade vai contra a natureza e, portanto, não pode ser aceita como prática.
"Será verdade que os gays são héteros defeituosos ou será que é uma variante minoritária e não patológica da condição humana? Na medida em que a sociedade se dá conta de que não é um defeito, a situação vai mudando, queira a hierarquia da Igreja ou não", diz Alison. "Expus minha consciência há 17 anos e eles (autoridades do Vaticano) nunca me chamaram a dar explicações. Eles têm uma dificuldade sobre qual é o meu status canônico como padre. A única razão por que posso falar abertamente é que não tenho nada a perder", afirma.

A reportagem é de Luciana Nunes Leal e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-01-2013.
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jbpsverdade: O senhor (padre James Alison) tem muito a perder sim, a própria alma para a condenação eterna caso ainda continue com este pensamento e sendo iludido pelo príncipe das trevas que se apresenta como anjo de luz para fazer com que acreditem na mentira. Onde já se viu, dizer que algo abominável para Deus é correto? A quem estaria o senhor padre e todos os que aderem a tal prática diabólica enganando? Deus? Não, a vocês próprio. A Palavra de Deus tem passagens que condena tal prática, basta examina-la pela luz do Espírito Santo e ver o quanto isto (homossexualismo) é destetável aos olhos de Deus. Vejamos algumas a começar pelo Antigo Testamento:
Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação. (Lv 18, 22); Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa. (Lv 20, 13)
No Novo Testamento nós temos... Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza.
Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario.
Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno.
São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade.
São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais.
(Rm 1, 26-30); Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus. (I Cor 6, 9s); Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte. (Ap 21, 8) 

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