30 de janeiro
O pai de Martinha era um homem público, eleito três vezes cônsul de
Roma. Ele pertencia a nobreza, era muito rico e cristão. Quando a menina
nasceu, no começo do século III, o acontecimento foi amplamente
divulgado na corte, entre o povo e pelos cristãos, pois a pequena logo
foi batizada.
Martinha cresceu em meio à essa
popularidade, muito caridosa, alegre e uma devota fiel ao amor de Jesus
Cristo. Com a morte de seu pai a jovem recebeu de herança duas fortunas:
uma material, composta de bens valiosos e a outra espiritual, pois foi
educada dentro dos preceitos do cristianismo. A primeira, ela dividiu
com os necessitados assim que tomou posse da herança. A segunda, foi
empregada com humildade e disciplina, na sua rotina diária de diácona da
Igreja, na sua cidade natal.
Desde o ano 222, o imperador romano era
Alexandre Severo, que expediu um decreto mandando prender os cristãos
para serem julgados e no caso de condenação seriam executados. Chamado
para julgar o primeiro grupo de presos acusados de praticar o
cristianismo, o imperador se surpreendeu ao ver que Martinha estava
entre eles e tentou afastá-la dos seus irmãos em Cristo. Mas ela
reafirmou sua posição de católica e exigiu ter o mesmo fim dos
companheiros. A partir deste momento começaram os sucessivos fatos
prodigiosos que culminaram com um grande tremor de terra.
Primeiro, Alexandre mandou que fosse
açoitada. Mas a pureza e a força com que rezou, ao se entregar à
execução, comoveram seus carrascos e muitos foram tocados pela fé. Tanto
que, ninguém teve coragem de flagelar a jovem. O imperador mandou então
que ela fosse jogada às feras, mas os leões não a atacaram. Condenada à
fogueira, as chamas não a queimaram. Martinha foi então decapitada. No
exato instante de sua a execução a tradição narra que um forte terremoto
sacudiu toda cidade de Roma.
O relato do seu testemunho correu rápido
por todas as regiões do Império, que logo atribuiu à santidade de
Martinha, todos os prodígios ocorridos durante a sua tortura assim como o
terremoto, ocasionando um cem número de converções.
No século IV, o papa Honório mandou
erguer a conhecida igreja do Foro, em Roma, para ser dedicada à ela,
dando novo impulso ao seu culto por mais quatrocentos anos. Depois, as
relíquias de Santa Martinha ficaram soterradas e sua celebração um pouco
abandonada, durante um certo período obscuro vivido pelo Cristianismo.
Passados mais quinhentos anos, ou melhor
catorze séculos após seu martírio, quando era papa, o dinâmico Urbano
VIII, muito empenhado na grande contra-reforma católica e disposto a
conduzir o projeto de reconstrução das igrejas. Começou pela igreja do
Foro, onde as relíquias de Santa Martinha foram reencontradas. Nesta
ocasião, proclamou Santa Martinha padroeira dos romanos e ainda compôs
hinos em louvor à ela, inspirado na vida imaculada, da caridade exemplar
e do seu corajoso testemunho a Cristo.
Santa Martinha, rogai por nós!
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