Do UOL, em São Paulo
Antes da renúncia oficial do papa Bento 16, programada para o dia 28 de
fevereiro, o pontífice vai se reunir com todos os cardeais para revelar
as descobertas feitas pela comissão de inquérito que apura o escândalo
do vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé, chamado VatiLeaks.
A informação foi publicada pelo jornal italiano "La Stampa", nesta
sexta-feira (22).
ENTENDA O PROCESSO SUCESSÓRIO DO PAPA
Quando o chefe da Igreja Católica renuncia a sua função ou morre, seu sucessor é eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior. Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar no conclave. Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
A previsão é que a reunião seja realizada no início da próxima semana.
As revelações serão feitas pelos cardeais Julián Herranz (Espanha),
Jozef Tomko (Eslováquia) e Salvatore De Giorgi (Itália). Os três foram
designados por Bento 16 no ano passado para iniciar uma investigação
sobre os escândalos que vieram à tona em maio de 2012.
As investigações se transformaram em um relatório de 300 páginas que
foi entregue ao pontífice em dezembro do ano passado. O documento é
sigiloso, mas, conforme informado pelo jornal italiano "La Reppublica",
revela um sistema de "chantagens" internas baseado em fraquezas sexuais e
ambições pessoais.
O periódico, que relacionou as descobertas com a renúncia de Bento 16,
também apontou a existência de uma "rede transversal unida pela
orientação sexual", além da descrição de casos de mau uso de dinheiro e
relações homossexuais dentro da Cúria Romana.
As revelações feitas por Bento 16 e pela comissão de inquérito poderão
orientar os cardeais durante o conclave, que irá eleger o novo papa.
Ainda não há definição quando a reunião de cardeais eleitores terá
início. Mas, espera-se que o próximo pontífice seja conhecido até a
Páscoa, no final de março.
A renúncia
O papa Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro em um
discurso pronunciado em latim durante um encontro de cardeais no
Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou
fragilidade por conta da idade avançada.
O pontífice disse que "no mundo de hoje (...), é necessário o vigor
tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu
em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para
exercer bem o ministério que me foi encomendado".
O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da renúncia. Mas, segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", uma disputa interna de poder praticada por ex-aliados
nos últimos meses pode ser uma das razões para a tomada de decisão do
pontífice. Esta é a primeira vez na era moderna que um papa da Igreja
Católica renuncia ao pontificado.
Já o jornal italiano "La Reppublica"
relacionou à renuncia do pontífice a um relatório com cerca de 300
páginas sobre o escândalo do vazamento de documentos confidenciais da
Santa Sé, redigido por três cardeais e entregue à Bento 16 em dezembro
de 2012. O Vaticano reconheceu a existência do documento, mas descartou
qualquer relação com a decisão do papa.
A renúncia de bento 16 será oficializada no dia 28 de fevereiro. E o
cargo ficará vago até a eleição do próximo papa. A expectativa é que o
Conclave de cardeais, eleja um novo papa ainda em março, antes da
Páscoa. O Vaticano anunciou que a eleição deve começar entre 15 e 20 de março. A data, no entanto, pode ser adiantada para o dia 10, caso os cardeais cheguem ao país.
Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave. Segundo a
última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar no
próximo papa. Para participar da papa, o cardeal precisa ter menos de 80
anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício
do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
Em sua primeira aparição pública desde o anúncio da renúncia, o papa
Bento 16 disse que tomou a decisão "pelo bem da igreja". Bento 16
agradeceu pelo "amor" e apoio dos fieis.
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