14 fevereiro 2013
Pe. David Francisquini (*)
Por ocasião do carnaval, mais uma vez o governo brasileiro agiu de
modo irresponsável ao fazer grande estardalhaço com a difusão milhões de
preservativos, sob pretexto de “sexo seguro”, portanto, sem risco das
chamadas DST, entre as quais a famigerada AIDS. A propósito, vi
recentemente uma comparação que me pareceu bastante esclarecedora.
Trata-se de uma análise entre a campanha que vem sendo feita em
âmbito mundial contra o tabagismo e, de outro lado, a campanha
igualmente mundial contra a AIDS. A partir do momento em que autoridades
mundiais concluíram que o uso do cigarro é perigoso para a saúde, os
governos começaram a adotar todo tipo de medidas, inclusive recorrendo a
leis proibitivas.
Para quê? — Para desencorajar aqueles que fumam, é claro! Daí a
proibição de se fumar em ambientes fechados e, hoje, até em certos
lugares públicos. Nada mais eficaz. Ninguém ouviu falar de uma campanha
nacional ou internacional para promover o “cigarro seguro” encorajando o
uso de filtros capazes de reduzir o risco de câncer, insuficiência
cardíaca e outras enfermidades decorrentes do fumo.
Com efeito, ninguém promove distribuição maciça de filtros para
cigarros em escolas, em prisões como vem ocorrendo com os preservativos.
Qual seria a razão? — Parece óbvia. Os promotores das campanhas contra o
tabagismo são convictos que a abstinência do fumo constitui a maneira
mais eficiente e eficaz para evitar as doenças decorrentes do fumo.
Por que então não se procede da mesma maneira em relação a AIDS? —
Não. As mesmas autoridades que combatem as doenças provenientes do
hábito de fumar insistem paradoxalmente em promover e patrocinar o dito
“sexo seguro”. Quantas vezes ouvi o refrão nascido da sabedoria popular
“para os mesmos males, os mesmos remédios”… Incoerência e contradição do
século XXI?!
O que nossas autoridades deveriam fazer era, no caso da AIDS, advogar
a abstinência, incentivar a fidelidade conjugal, desencorajando assim a
promiscuidade. Por que não o fazem? — Infelizmente, essas mesmas
autoridades rejeitam a castidade a priori, pois defendem uma cultura
erótica, sustentam que o prazer sexual é um “direito humano”…
A Igreja Católica ensina que a castidade dentro e fora do casamento
está de acordo com a Lei natural e a Revelação cristã e contribui para
elevar o padrão moral da sociedade. Além de trazer benefícios para a
saúde, ela é o meio mais eficaz para combater a AIDS e outras doenças
sexualmente transmissíveis. Mas por preconceito ideológico, a prática da
castidade é simplesmente rejeitada.
A propósito, afirma a Congregação para a Doutrina da Fé: “A união
carnal, por conseguinte, não é legítima se entre o homem e a mulher não
se tiver instaurado, primeiro e de maneira definitiva, uma comunidade de
vida [...]. Para que a união sexual possa corresponder verdadeiramente
às exigências de sua finalidade própria e da dignidade humana, o amor
tem de contar com uma salvaguarda na estabilidade do matrimônio. Tais
exigências demandam um contrato conjugal sancionado e garantido pela
sociedade”. (Declaração sobre alguns pontos de ética sexual, 1976,
Vozes, Petrópolis) Portanto, comete grave pecado todo relacionamento
sexual que não seja entre pessoas legitimamente casadas.
A distribuição em massa de preservativos abre as portas para o amor
livre, para a licenciosidade dos costumes, desencadeando chagas e
desordens sociais em cascatas, verdadeiros tsunamis da moralidade
pública e individual bem como da estabilidade social. Com isso se
esvaece a ordem e sem ordem não há paz.
Nosso Senhor — e Ele é Deus — asseverou que as portas do inferno não
prevalecerão contra a Igreja, que é o seu corpo místico. Nesse sentido,
nosso Redentor se encontra junto a nós, enquanto pai amoroso,
predisposto a nos compreender, perdoar e até usar de clemência para
conosco. Enquanto pastor de almas, tenho alertado a inutilidade de um
vigia cego.
Ao escrever essas linhas o faço com o espírito da caridade ensinada
pelo próprio Cristo, que se encarnou, padeceu e morreu na Cruz pela
salvação de cada um de nós. Pelos méritos dEle temos sede de almas,
razão que me leva a estar sempre alerta perante o favorecimento da
corrupção, que difundi ou incentiva o pecado que cedo ou tarde conduzirá
a ruína da sociedade.
Quem viver, verá!
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira – RJ
(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira – RJ
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