Do UOL, em São Paulo
"Deus me pediu para dedicar-me à oração e à meditação", afirmou neste
domingo o papa Beto 16 para milhares de pessoas reunidas na praça de São
Pedro para sua última oração do Angelus como pontífice, mas ele
completou que não abandonará a Igreja.
Com a voz marcada pela emoção e interrompido pelos aplausos, o papa
declarou: "Neste momento de minha vida, sinto que a palavra de Deus está
dirigida a mim. O Senhor me chama a subir ao monte, a dedicar-me ainda
mais à oração e à meditação".
Mas, mesmo fora do comando da Igreja Católica, o papa disse que estará
sempre junto e próximo aos fiéis e à Santa Sé em "oração". "Isso não
significa abandonar a Igreja, ao contrário, se Deus me pede isso é para
que eu possa continuar a servi-la do mesmo modo dedicado com que o fiz
até agora, mas de acordo com a minha idade e as minhas forças", disse
Bento 16.
O pontífice reforçou o valor da oração, que, segundo ele, dá fôlego a
vida espiritual. "Orar não é isolar-se do mundo e de seus problemas, mas
tomar o caminho da ação."
Ao fim, agradeceu ainda aos fiéis pelas orações dedicadas a ele e à
igreja nesta fase de transição. O agradecimento foi feito em sete
diferentes idiomas, entre eles alemão, italiano, polonês, espanhol e
português.
"Obrigado pela presença e todas as manifestações de afeto e
solidariedade, em particular pelas orações que estão me acompanhando
todos esses dias."
Cerca de 200 mil fiéis, peregrinos e turistas acompanham a cerimônia
para se despedir do pontífice alemão. A segurança do local foi reforçada
por 2.000 homens, entre agentes de polícia e voluntários. Também foram
instalados detectores de metal na praça.
A renúncia
O papa Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro em um
discurso pronunciado em latim durante um encontro de cardeais no
Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou
fragilidade por conta da idade avançada.
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