terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O beato Francisco Palau y Quer O.C.D. anteviu para nossa era a libertação de Satanás anunciada no Apocalipse

24 Feb 2013
Beato Francisco Palau y Quer O.C.D. (1811-1872)
Beato Francisco Palau y Quer O.C.D. (1811-1872)
O bem-aventurado Francisco Palau y Quer O.C.D. nasceu no dia 20 de dezembro de 1811 em Aitona, na província espanhola de Lérida, e faleceu 20 de março de 1872 socorrendo as vítimas de uma epidemia em Tarragona. 
Fundou em Barcelona a “Escola da Virtude”, modelo de ensino catequético. Em 1860-61 fundou congregações de irmãos e irmãs carmelitanas terceiras, que deram origem posteriormente às congregações de Carmelitas Missionárias Teresianas e às Carmelitas Missionárias.
Pregou missões populares e difundiu a devoção a Nossa Senhora. Foi beatificado em 24 de abril de 1988. Sua festa litúrgica se celebra em 7 de novembro.

O Beato Palau professou solenemente seus votos na Ordem Carmelitana em 15 de novembro de 1833, tempo de perseguição religiosa. Em 25 de julho de 1835 as turbas republicanas, socialistas e comunistas incendiaram os conventos e as casas religiosas, inclusive o convento do Beato.
Ele teve que partir para o exílio e usou o resto de sua vida o hábito carmelita por baixo de uma batina de padre secular. Escolheu para morar uma gruta a dois quilômetros de Aitona, hoje conhecida como Cueva del Padre Palau e transformada em santuário mariano.
Mas a perseguição chegou até ali. Ele sofreu atentados de morte e teve de partir para o exílio na França, onde residiu por onze anos até 1851. Na França, a sua fama de santidade se espalhou entre o povo e a nobreza, pelo que também foi perseguido pelo anticristianismo.
Voltou à Espanha em 13 de abril de 1851. Nomeado diretor espiritual do seminário diocesano de Barcelona, ele organizou a “Escola da Virtude” na paróquia de Santo Agostinho.
Gruta de Aitona, onde foi ermitão, hoje é local de romaria
Gruta de Aitona, onde foi ermitão, hoje é local de romaria
O extraordinário sucesso da Escola em tirar o povo da influência revolucionária anticristã motivou arruaças socialistas e comunistas.
O governo liberal desterrou então o Beato Palau para a ilha de Ibiza, onde ele permaneceu durante seis anos e fundou uma ermida consagrada a Nossa Senhora das Virtudes, primeiro santuário mariano da ilha.
É autor de vários livros. No fim de sua vida dirigiu e foi o principal redator do semanário “El Ermitaño”, onde publicou suas reflexões sobre o presente e o futuro da Igreja. Seus escritos se destacam pelas suas luzes proféticas. 
Nos anos finais de sua vida o Beato Palau trabalhou muito como exorcista. Até concebeu o projeto de uma Ordem de exorcistas e enviou ao Concilio Vaticano I um amplo escrito sobre o tema. 
Muitas das formulações mais caras ao Beato encontram-se incluídas no exorcismo para uso público e privado aprovado por S.S. Leão XIII.
Em seu jornal “El Ermitaño”, o Beato Palau tratou especialmente dos eventos de sua época. 
Ele via os problemas religiosos, políticos, sociais, econômicos – e até tecnológicos – como fazendo parte de um só e imenso movimento que, animado por Lúcifer e seus sequazes, procurava derrubar a Igreja Católica e a ordem social cristã.
Arguto e intenso analista das informações que chegavam a Barcelona através dos jornais e telégrafos, ele teceu visualizações inspiradas pela Fé e pelos seus estudos teológicos às quais é difícil recusar uma inspiração profética.
Sua linguagem, como era usual em seu tempo, utiliza muitas figuras e símbolos. 
Por exemplo, no artigo seguinte, intitulado “Um cometa”, publicado em 25 de Agosto de 1870. O cometa simboliza aqui a libertação de Satanás para fazer o dano ao mundo previsto no Apocalipse:
Exilado a Ibiza, ia ao rochedo Vedrà (foto) a fazer retiro espiritual
Exilado a Ibiza, ia ao rochedo Vedrà (foto) a fazer retiro espiritual
“Eu vi um cometa, o mesmo cometa, aquele sinal misterioso, sobre o qual fiz tantas reflexões. Sua cauda tinha forma de espada, de uma espada de fogo que lançava bolas de fogo em direção à terra. Eu fiquei atento olhando para a espada. Horrivelmente fiquei tomado de espanto, porque apareceu uma mão misteriosa que empunhou a espada, e na hora pelo orbe inteiro se ouviram hinos de guerra: guerra no mundo oficial político, guerra entre os reis, guerra por razões de interesse puramente material.
“Enquanto eu olhava a mão que empunhava a espada de aço voltada contra a cabeça dos reis, saiu do cometa outra cauda, e apareceu na hora uma outra mão que pegou a cauda do cometa que era toda de fogo e em forma de espada, e entre trovões e relâmpagos a espada jogava raios e faíscas contra o globo terrestre, e as duas espadas, batendo entre elas, acendiam sobre a terra a mais encarniçada guerra que os séculos já viram: na política e na religião: uma guerra universal. (...)
“O cometa era um sinal colocado no firmamento do mundo espiritual. Ele joga uma luz que ilumina a história presente e vindoura deste mundo material visível onde acontece a atividade humana. (...)
“A luz desse cometa ilustra o cumprimento desta profecia: ‘Satanás será solto da prisão. Sairá dela para seduzir as nações dos quatro cantos da terra’ (Apoc. cap. XX, 7-8).
“À luz deste cometa se vê a obra de Satanás, aquele mistério de iniquidade que começou a se tramar contra a Igreja, quando Ela estava ainda em seus primórdios. Satanás desencadeado seduziu todos os reis e todos os príncipes da terra; ele voltou suas espadas e cetros contra a Igreja: esta é a sua obra. 
“O cometa mostra duas mãos e as duas empunham uma espada, e as duas vão contra Cristo e sua Igreja, e anunciam uma guerra igual à dos primeiros séculos, porém mais horrorosa, sem comparação. (...)
“Satanás desencadeado consumou sua maldade, porque obteve nesta ordem material política a apostasia de todos os reis e governos.
“Eu, o Ermitão, percebendo este fato, peguei dois pedaços de madeira, fiz uma Cruz e escrevi nela Quis ut Deus? (...)
“O cometa significa e desvenda o desencadeamento e a libertação do diabo e, em consequência, a apostasia predita pelo apóstolo: um reino de trevas e de maldade, uma época de incredulidade e de erros.
“O cometa descobre anátema, maldição, morte, guerra anarquia social, dias de luto e pranto; e quando o Ermitão vir este sinal, quer dizer, o diabo desencadeado, vos dirá, e vos repetirá sempre a mesma coisa, certo de que o tempo confirmará a verdade destes fatos.”

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