21 de fevereiro
Pedro nasceu em Ravena, em 1007. Teve uma infância muito sofrida, ficou
órfão muito cedo e foi criado de forma improvisada pelos irmãos que eram
em grande número. Mesmo assim, o irmão mais velho, Damião, acabou por
se responsabilizar sozinho por seus estudos. Estudou em Ravena, Faenza e
Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro
camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas
atividades reformadoras. Pedro, em retribuição à seu irmão Damião,
assumiu também o seu nome ao se ordenar sacerdote.
Pedro Damião, aos vinte e um anos, então
na Ordem Camaldulense, por seus méritos logo tornou o superior diretor.
As regras da Ordem já eram duras, mas ele as tornou mais rígidas ainda.
Passou a criticar severamente conventos onde não havia pobreza e sua
influência se estendeu por mosteiros da Itália e da França, entre eles
Montecassino e Cluny, que passaram a seguir seus conceitos. Com seu
reformismo, trabalhou incansavelmente para devolver à vida religiosa seu
sentido de consagração total a Deus, na austeridade da solidão e da
penitência.
Pedro Damião era um sacerdote
contemplativo, de vida simples, adepto à vida monástica e desse modo
singular atacava o luxo dos cardeais. Citava os apóstolos Pedro e Paulo
como exemplos, pois percorreram o mundo para evangelizar, sendo magros e
andando descalços, ou seja, para levar a Palavra de Deus, era
necessário sobretudo se despojar dos apegos materiais. Foi desse modo
que solidificou a austeridade religiosa e como viveu toda sua existência
terrena.
Seu trabalho não parou aí. Havia, na
época, a venda de títulos, funções e cargos da Igreja, como se fazia com
os títulos feudais. A essa troca de favores se deu o nome de simonia
clerical. O ato de comprar ou vender benesses espirituais, era antigo e
esse nome deriva de Simão, o Mago, que procurou comprar dos Apóstolos
graças espirituais. Dessa forma, cargos da Igreja acabavam ocupados por
pessoas despreparadas e indignas que se rebelavam contra a disciplina
exigida deles, principalmente com relação ao celibato.
A Igreja, assim dilacerada, vitimada
pelas discórdias e cismas, tinha necessidade de homens cultos e austeros
como padre Pedro Damião. Por isso, ele foi chamado à Santa Se para
auxiliar nesses combates. Esteve ao lado de seis papas, como viajante da
paz, e em particular colaborou com o cardeal Hildebrando, o grande
reformador que se tornou o Papa Gregório VII.
Pedro Damião após várias peregrinações à
cidade de Milão, à França e à Alemanha, se tornou cardeal e foi
designado para a diocese de Óstia. Seus escritos, após a sua morte,
prosseguiram doutrinando religiosos importantes. Aos poucos, a situação
da Igreja foi se normalizando. Já velho, foi enviado à Ravena para
recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, na cidade italiana de
Faenza, quando voltava de uma missão de paz.
A fama de sua santidade em vida se
cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo.
Em 1828 o papa Leão XII declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também
doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela
incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja
Católica de Roma.
Santo Pedro Damião, rogai por nós!
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