Entrevista com Vanderlei Lima, autor da obra: Papa Bento XVI: aspectos polêmicos do seu pontificado
Brasília,
(Zenit.org)
Thácio Lincon Soares de Siqueira
Buscar restabelecer a verdade deturpada pelas polêmicas
baixas e caricaturais do Pontificado de Bento XVI, da sua eleição à sua
renúncia, é o objetivo do escritor Vanderlei de Lima, que está lançando a
obra com o título “Papa Bento XVI: aspectos polêmicos do seu
pontificado. Da inesperada eleição à surpreendente renúncia”,
Vanderlei afirma que “O livro foi escrito porque o católico precisa
conhecer a verdade para não se deixar enganar e também para ajudar a
esclarecer quem já foi enganado ou tem dúvidas a respeito do que ouve
falar sobre a Igreja e o Papa”.
“Com firmeza e rigor, o livro rebate os fluídos argumentos dos que
contestam as afirmações papais, não poucas vezes veiculadas por pessoas
que não permitem críticas às suas convicções e maneira de ser, mas
sentem-se seguras e autorizadas para criticar as convicções alheias”,
escreve no prefácio da obra o Dr. Ives Gandra.
Vanderlei de Lima cursou Filosofia e Iniciação Teológica pela Escola
Mater Ecclesiae, no Rio de Janeiro. É formado em Filosofia pela
PUC-Campinas, e pós-graduado em Psicopedagogia no processo
ensino-aprendizagem pelo Centro Universitário Amparense-UNIFIA.
Escreveu artigos e livros, entre eles “Opus-Dei: um envolvente estudo
a partir das críticas” (2008); “Enfrentar o Papa?” (2009) e “O
verdadeiro católico pode votar em partidos defensores do aborto?”
(2012).
É editor, desde 2008, da Revista “Refletindo”, que trata de questões atuais, pelo prisma da fé católica.
A obra é lançamento da Editora Ecclesiae, de Campinas, SP e pode ser adquirida pelo site www.ecclesiae.com.br ou pelo telefone: (19) 32490580.
Publicamos a seguir a sua entrevista sobre o livro “Papa Bento XVI:
aspectos polêmicos do seu pontificado. Da inesperada eleição à
surpreendente renúncia”:
***
ZENIT: O que é a polêmica? Qual é o sentido de polêmica no
seu livro? E por qual motivo nós, católicos, devemos prestar atenção nas
polêmicas da Igreja?
Vanderlei: Segundo bons Dicionários, polêmica
significa especialmente, “discussão na imprensa”, debate. Há, contudo, a
polêmica sadia dos que propõem pontos de vistas diversos e fazem, com
isso, crescer o conhecimento e há a polêmica de baixo nível dos que
inventam, atacam e nunca apresentam provas convincentes do que dizem. É
esse segundo tipo de polêmica, baixo e caricatural, que o livro enfrenta
buscando restabelecer a verdade deturpada.
Sabendo que a imensa maioria das polêmicas movidas em torno da Igreja
é de raiz mentirosa ou distorcida, o fiel católico deve estar atento a
fim de não se deixar enganar, mas, ao contrário, buscar a verdade dos
fatos. Ora, para que essa busca seja possível, precisamos de fontes
seguras. Eis a razão do lançamento do livro sobre o Papa Bento XVI que
trata desde sua eleição até a renúncia, inclusive.
ZENIT: A mídia muitas vezes se alimenta de polêmicas, e acaba
criando polêmica de assuntos que são muito mais simples do que os que
ela apresenta. Por que um livro para falar dos aspectos polêmicos do
Pontificado de Bento XVI?
Vanderlei: Realmente, certos veículos de comunicação
vivem da polêmica de baixo nível. Parecem trabalhar a serviço da
mentira, infelizmente. Fala-se, na mídia, por exemplo, que o Papa
defendeu o uso de preservativos, que acobertou casos de pedofilia, que
falou sem saber a respeito dos nativos latino-americanos, que vive
isolado do mundo, que cria novos dogmas etc.
Enfim, é uma infinidade de grosserias para difamar a Igreja e isso
exige esclarecimentos, daí o livro expõe e comenta cada uma das maiores
polêmicas que certos órgãos de imprensa ou escritores independentes
levantaram (e levantam), no Brasil, contra Bento XVI e,
consequentemente, contra a Igreja.
O livro foi escrito porque o católico precisa conhecer a verdade para
não se deixar enganar e também para ajudar a esclarecer quem já foi
enganado ou tem dúvidas a respeito do que ouve falar sobre a Igreja e o
Papa.
ZENIT:Qual é o texto mais polêmico do pontificado de Bento XVI, na sua opinião?
Vanderlei: A aula magna que ele proferiu na
Universidade de Regensburg, na Alemanha, em 2006. Nela, a citação de
Miguel II, o Paleólogo, foi tomada como uma ideia pessoal do Papa e
divulgada pelo mundo como se o Santo Padre quisesse afrontar os
muçulmanos.
Na verdade, porém, o texto tinha outro sentido, conforme o próprio
Papa explicou em nota, dias depois, e está no livro. Por esse incidente
já se vê a existência de uma “fábrica de polêmicas” contra o Pontífice.
Basta um pontinho erroneamente interpretado para que se tenha uma grande
celeuma.
ZENIT: Por que tanta crítica ao Papa nos meios de comunicação? No século passado houve algum Papa que não tenha sido criticado?
Vanderlei: As críticas, cada vez mais ácidas ao Papa
nos meios de comunicação visam desacreditar a Igreja, referencial
seguro nesse caos em que vivemos. Tomo apenas um exemplo: a Igreja
afirma, e é acompanhada por bons cientistas – provo isso no livro –, que
só a castidade é capaz de frear a escalada da AIDS. Castidade significa
abstenção de relações sexuais para solteiros e fidelidade recíproca dos
casados. É preciso perguntar o quanto isso incomoda a consciência dos
que pensam apenas em “sair”, “curtir”, “ficar”, ter relações fora do
matrimônio nos dias de hoje? E mais: quanto isso não incomoda a chamada
“indústria da AIDS” que muito lucra financeiramente com a venda de
preservativos, remédios aos contaminados pelo vírus HIV ou promoção de
caríssimas campanhas preventivas?
Desdobrando a questão, devo dizer que, no século passado, tivemos
nove Papas e é difícil encontrar um que tenha passado ileso às críticas.
Até João Paulo I, que, em 1978, ficou 32 dias na Sé Romana, mereceu
ataques quando disse que Deus é pai e mãe. Os “inquisidores” de plantão
acharam que era uma blasfêmia.
ZENIT: A sua obra contém um capítulo com aspectos
arqueológicos que provam que o apóstolo Pedro viveu em Roma. Como você
abrange esse tema?
Vanderlei: Na verdade, esse assunto está na terceira
parte do livro. Aí reproduzo um oportuno estudo do teólogo beneditino
Dom Estevão Bettencourt e acrescento alguns dados de outras fontes a
respeito das provas arqueológicas de que São Pedro esteve em Roma.
São particularmente interessantes os testemunhos de Gaio, que, em
199, escrevia ter em Roma o troféu (= túmulo) de Pedro, no Vaticano. Já,
em nossos dias, o historiador protestante espanhol Justo González,
muito usado nos cursos de Teologia reformada, afirma que entre tudo o
que se diz sobre os apóstolos, o mais certo é que São Pedro esteve em
Roma, exerceu seu ministério e aí foi martirizado.
ZENIT: O Dr. Ives Gandra escreve o prefácio da obra. O que ele diz?
Vanderlei: O Dr. Ives Gandra é um dos grandes
intelectuais brasileiros da atualidade e católico fervoroso que fez um
excelente prefácio para a obra. Além de apresentar muito didaticamente o
livro e seu autor, ele afirma: “com firmeza e rigor, o livro rebate os
fluídos argumentos dos que contestam as afirmações papais, não poucas
vezes veiculadas por pessoas que não permitem críticas às suas
convicções e maneira de ser, mas sentem-se seguras e autorizadas para
criticar as convicções alheias”.
Por fim, agradeço à Zenit a oportunidade da esclarecedora entrevista e
faço votos de que os leitores se interessem pelo livro “Papa Bento XVI:
aspectos polêmicos de seu pontificado”. É livro genuinamente
brasileiro, escrito por amor à Igreja, e pode ser considerado um curso
enciclopédico sobre a Igreja, uma vez que, como disse o Dr. Ives Gandra,
enfrenta os grandes problemas de nosso tempo nos aspectos da liturgia,
da história, da moral, etc.
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