“Então o Diabo lhe disse: ‘Se és o filho de Deus, atira-te para baixo, porque está escrito…” (Mateus 4,5).
A
Sagrada Escritura é uma lâmpada que ilumina o nosso caminho para a Casa
do Pai (Salmo 119,105), porém, quando mal utilizada, pode nos levar a
danos físicos e morais e até mesmo à perdição eterna. O próprio Diabo se
valeu desta técnica para inutilmente tentar derrubar Jesus.
O
profeta Amós anunciou (8,11): “Chegará o dia em que Deus mandará fome
sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a Palavra
de YHWH” . Como esta fome de ouvir a Palavra de Deus é inerente à
natureza humana, que deseja conhecer o seu Criador, devemos, nesta
busca, estar atentos às infinidades de doutrinas errôneas inventadas
pelo homem, que tenta baseá-las na Bíblia mal-interpretada. Já o
apóstolo Pedro advertia em 2Pedro 3,16, que haveria quem viesse a torcer
o seu ensino para sua própria perdição.
Alguém disse: “Da Bíblia mal-intepretada pode se extrair até petróleo”…
Joseph
Smith, fundador dos mórmons, baseando-se na ordem divina de Gênese 1,22
e 35,11 (“crescei e multiplicai-vos”), aprovou a poligamia.
Joseph
F. Rutherford, 2º líder mundial dos Testemunhas de Jeová, apoiou a já
conhecida recusa às transfusões de sangue, que tantas mortes causou
entre eles, a partir do texto de Atos 15,20, quando a Igreja proclamou
uma ordem transitória e circunstancial de vir a abster-se do sangue.
Os
líderes dos Adventistas do 7º Dia, utilizando Êxodo-20,8 (“recorda-te
do dia de sábado para santificá-lo”), obrigam os seus adeptos a
observá-lo como faziam os judeus do Antigo Testamento e rejeitam o
domingo, o “Dia do Senhor”, próprio dos cristãos.
Os
cristãos fundamentalistas (Igreja da Fé em Cristo Jesus e outras da
mesma linha doutrinária), lendo Atos 8,16 (“unicamente tendo sido
batizados em nome do Senhor Jesus”), dizem que os cristãos devem ser
batizados apenas em nome de Jesus e não no nome das Três Pessoas da
Santíssima Trindade, muito embora esta seja a ordem expressa de Cristo
em Mateus 28,19.
A
grande maioria das Igrejas Cristãs Evangélicas, citando Romanos 3,28
(“concluímos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei”),
proclama que a justificação (salvação) é obtida somente pela fé sem
obras, em oposição ao que diz Tiago 2,26.
Entre
os pentecostais, têm surgido casos de pessoas virem à falecer –
principalmente crianças – em razão de seus pais não recorrerem ao médico
para tratar das suas doenças, já que crêem que, segundo Lucas 8,48,
tudo pode ser curado apenas pela fé e as orações. No entanto, os judeus –
o povo da Bíblia – recorriam aos médicos (Eclesiástico 39); e entre os
apóstolos, havia um médico eminente: São Lucas (Colossenses 4,14).
Em
San Luis Potosi, numa comunidade de pessoas que seguia esta linha
doutrinária, algumas morreram ao inalar gas butano. O pastor lhes dizia
que se tratava da ação do Espírito Santo (Heraldo de Chih, 1° de janeiro
de 1992).
Os
seguidores da urinoterapia (=beber da própria urina), justificam esta
prática no texto de Provérbios 5,15 (“toma a água da tua própria
fonte”)!
As
práticas mais absurdas podem ter apoio na Bíblia mal-interpretada;
citar todas seria interminável. Para evitarmos ser vítimas destes e de
outros danos tão terríveis, leiamos a Sagrada Escritura sempre seguindo a
interpretação do Magistério da Igreja Católica, a quem Jesus conferiu
esse ministério (Lucas 10,16) e não o que é proclamado à margem deste.
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