21 Mar. 13
MADRI, (ACI/EWTN).-
O cientista espanhol Emilio Jesús Alegre del Rey apresentou em Paris,
com ocasião do Congresso Europeu de Farmácia Hospitalar, realizado do 13
ao 15 de março, uma rigorosa investigação sobre a pílula do dia seguinte (PDS), confirmando seu caráter abortivo.
Em seu Relatório sobre a pílula do dia seguinte, Alegre del Rey,
farmacêutico especialista em Farmácia Hospitalar, concluiu que "a
disponibilidade da PDS atenta contra a vida
dos embriões ainda não implantados, supõe riscos para as usuárias,
carece de benefícios em termos de redução da taxa de gravidez imprevista
e aborto provocado, e ocasiona um gasto supérfluo".
O farmacêutico assinalou que "parece muito provável que a PDS atue
parcialmente mediante mecanismos pós-fecundação que dariam conta, ao
menos, de 30% -e possivelmente, de 50%- de seu efeito na diminuição das
gravidez confirmadas".
"A negação do efeito pós-fecundação (abortivo) carece atualmente de
base científica relevante e não é consistente com a melhor evidencia
clínica disponível", assinalou.
Para o cientista, "o fato de que a PDS possa atuar parcialmente
mediante mecanismos que causam a eliminação do embrião, supõe um dado de
partida para a discussão ética e para as cláusulas de consciência, e
deve ser comunicado aos profissionais".
"A eliminação do embrião ainda não implantado tem relevância ética e
psicológica para as potenciais usuárias, muitas das quais manifestam que
não tomariam um produto desse tipo", indicou.
Emilio Alegre advertiu que "resulta imprescindível" que as mulheres
que poderiam recorrer à pílula do dia seguinte "sejam informadas, sem
ambiguidades nem omissões, de que a PDS pode ter um efeito abortivo
antes da implantação".
O farmacêutico acrescentou também que "existe evidência experimental
de máximo nível que mostra que facilitar a disponibilidade da PDS não
diminui a taxa de gravidez imprevista nem a de aborto provocado a nível
populacional".
As afirmações de que a disponibilidade da pílula do dia seguinte, com
ou sem controle médico, contribuiria para diminuir a gravidez
imprevista ou abortos provocados "são contrárias à melhor evidencia
científica disponível e supõem uma grave desinformação em matéria
sanitária", assegurou.
Emilio advertiu também que a pílula do dia seguinte "supõe riscos
para a saúde, e ainda mais quando se usa em populações escassamente
representadas nos ensaios clínicos (como por exemplo, em adolescentes,
mulheres com ciclos irregulares), em condições não provadas nos mesmos
(administrações repetidas, mais ou menos frequentes), e/ou em pessoas
com riscos específicos (alterações de coagulação, histórico de gravidez
ectópica, salpingitis, interações, etc.)".
"A expansão atual da disponibilidade deste produto hormonal, sabendo
que esta aumenta sua utilização, mas não contribui com benefícios e sim
com riscos, parece uma decisão contraditória do ponto de vista da saúde
pública, além das considerações éticas", assegurou.
Ao comentar esta investigação, a Dra. María Alonso, coordenadora da
Área de Medicina de Profissionais pela Ética, assinalou que "a
investigação do Emilio J. Alegre implica consequências bioéticas
evidentes já que ao ter a PDS um efeito abortivo, devemos afirmá-lo com
claridade".
"Na Espanha a sua distribuição continua sem limite de idade nem
prescrição médica, o qual resulta uma barbaridade do ponto de vista
médico e bioético", denunciou.
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