sexta-feira, 22 de março de 2013

O pecado

[radiocatedral] 
18 de Março de 2013
Luke23 46 FatherIntoYourHands free christ imagesSe olharmos para a vida de Jesus, nos Evangelhos, vamos perceber que suas palavras e suas ações visavam livrar os homens do pecado e do Mal. Por muitas vezes, o Senhor chamou os homens a conversão – a abandonar o caminho da desobediência. Em tantas outras, Ele perdoou os pecadores e os ordenou a não recair no pecado. Seu empenho em fazer com que os homens se tornassem amigos de Deus foi tão intenso que entregou a sua vida voluntariamente para redimir a humanidade. Relativizar ou negar a existência do pecado é, no fundo, não valorizar o sacrifício de Cristo na Cruz.

O que é o pecado?
A resposta nº 67 do YouCat nos diz que “o pecado é a rejeição de Deus e a recusa de aceitar o seu amor”. O CIC apresenta duas definições de pecado que são interdependentes: ele é uma falta contra a razão, a verdade e a consciência reta e ele é uma ofensa a Deus, na desobediência de seu amor. Todo pecado, além de ferir o próprio pecador e a comunidade humana, se torna causa de afastamento de Deus. O pecado é um ato deliberado, uma escolha, por aquilo que é mal, pois o homem pode escolher viver de acordo com a vontade de Deus (o bem moral) ou se opor a ela (o mal moral). Pode se pecar não só por atos, mas também por palavras, pensamentos e omissões.

O Pecado Original
Deus não criou o pecado. Ele dotou alguns seres de inteligência, de vontade e de liberdade. Fez isto porque estas três faculdades são boas e fazem estes seres mais plenos do que aqueles que nãos as têm. Através delas os anjos e os homens podem conhecer, obedecer e amar a Deus. Todavia, alguns anjos usaram de sua liberdade para se fechar ao amor divino. Estes ainda sugeriram aos nossos primeiros pais um caminho diferente daquele que o Criador tinha para eles. Em Gn 3, nós temos o relato da queda original. Adão e Eva desobedecem ao mandamento direto de Deus de “não comer do fruto da árvore”. Desta forma, geram uma série de consequências para si e para seus filhos – aparece a diversidade de pecados, o sofrimento causados por eles e a morte eterna.

O Pecado Originado
Depois do Pecado Original, foram aparecendo uma diversidade de pecados. Estes são chamados de pecados originados, porque encontram sua raiz na desobediência e na ferida originada no Pecado de Adão e Eva. De fato, a natureza humana foi ferida pela atitude de nossos pais. Eles transmitiram a nós uma natureza decaída, ou seja, privada da santidade e da justiça originais. Esta situação do homem não é uma falta pessoal. Ela é um pecado “contraído” e, não “cometido”. A natureza humana decaída tem suas forças naturais enfraquecidas. Ela está inclinada para as atitudes más – tal direcionamento se chama concupiscência. Mesmo inclinado ao mal, o homem não perdeu a liberdade. Com a ajuda da graça de Deus, ele pode optar pelo bem e realizá-lo.

 
Pecado Mortal e Venial
A rica e complexa gama de pecados pode ser classificada em mortais e veniais de acordo com a gravidade deles. O pecado mortal é aquele que destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da Lei de Deus. O pecado venial é aquele que ofende e fere a caridade no coração do pecador. Diante de um pecado mortal é necessário a celebração do sacramento da Penitência.
Para se cometer um pecado mortal é necessário que três condições se estabeleçam: precisa ter uma matéria grave, ou seja, algo que fira os 10 mandamentos da Lei de Deus; precisa ter conhecimento pleno, isto é, a pessoa deve saber que sua ação está contra a vontade de Deus; e, precisa ser deliberado - a pessoa sabendo que vai agir contra Deus, opta resolutamente por isto. Quando um destes três elementos é atenuado se comete um pecado venial.

Combate contra o pecado
Deus para resgatar o homem enviou seu Filho Jesus Cristo para comunicar as suas graças. Com o sacramento do Batismo, nossos pecados são perdoados. Todavia, a concupiscência permanece nos inclinando a escolher um caminho de afastamento do Amor de Deus. A perseverança na santidade batismal se torna um combate espiritual, ou seja, a luta do batizado em permanecer obedecendo a Deus. Sozinho o homem não pode alcançar e manter-se na santidade. Ele precisa cooperar com a graça divina através de uma vida de oração, de práticas penitenciais e da obediência.

Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, nos 385 até 421 e 1846 até 1876; o Compêndio do Catecismo, pergunta 73 a 78 e 391 a 400; o Youcat, da pergunta 61 a 70 e da 312 a 317; e, Gaudium et Spes nº 13.

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