28 Feb 2013
Sabemos
que os originais (autógrafos) dos Evangelhos, tais como saíram das mãos
Mateus, Marcos, Lucas e João, se perderam, dada a fragilidade do
material usado (pele de ovelha ou papiro), mas isto não impede que a
História prove a sua existência.
Ficaram-nos as cópias (manuscritos)
antigas desses originais, que são os papiros, os códices unciais
(escritos em caracteres maiúsculos sobre pergaminho), os códices
minúsculos (escritos mais tarde em caracteres minúsculos) e os
lecionários (textos para uso litúrgico).
Conhecem-se cerca de 5236 manuscritos
(cópias) do texto original grego do Novo Testamento, comprovados como
autênticos pelos especialistas. Estão assim distribuídos: 81 papiros;
266 códices maiúsculos; 2754 códices minúsculos e 2135 lecionários.
Os papiros são os mais antigos testemunhos do texto do Novo Testamento. Estão assim distribuídos pelo mundo:
Os papiros são os mais antigos testemunhos do texto do Novo Testamento. Estão assim distribuídos pelo mundo:
P1 – Evangelhos – Filadélfia (EUA), do século III;
P2 – Evangelhos – Florença (Itália), do século III;
P3 – Evangelhos – Viena (Áustria), do século VI-VII;
P4 – Evangelhos – Paris (França), do século III;
P5 – Evangelhos – Londres (Inglaterra), do século III;
P6 – Evangelhos – Estrasburgo, do século IV;
P7 – Atos dos Apóstolos – Berlim (Alemanha), do século IV.
Existem 76 papiros do texto original do Novo Testamento. Acham-se ainda em Leningrado (p11, p68), no Cairo (p15, p16), em Oxford (p19), em Cambridge (p27), em Heidelberg (p40), em Nova York (p59, p60, p61), em Gênova (p72, p74, p75)… Desses papiros alguns são do ano 200, o que é muito importante, já que o Evangelho de São João foi escrito por volta do ano 100. São, por exemplo, do ano 200 aproximadamente, o papiro 67, guardado em Barcelona.
Os códices unciais são verdadeiros livros
de grande formato, escritos em caracteres maiúsculos (unciais). Uncial
vem de “uncia”, polegada em latim. Eis a relação de alguns deles:
A 01 (Sináitico) – Novo Testamento, Londres, do século IV;
A 02 (Alexandrino) – Novo Testamento, Londres, do século V;
B 03 (Vaticano) – Novo Testamento, Roma, do século IV;
C 04 (Efrém rescrito ) – Novo Testamento, Paris, do século V;
D 05 (Beza) – Evangelhos – Cambridge, do século VI;
D 06 (Claromantono) – Paulo – Paris, século VI.
Há mais de duzentos códices unciais,
espalhados por Moscou (K 018; V 031; 036); Utrecht (F 09); Leningrado (P
025); Washington (W 032); Monte Athos (H 015; 044); São Galo (037)…
Desses dados é fácil entender que a
pesquisa e o estudo dos manuscritos do Novo Testamento não dependem de
permissão do Vaticano, pela simples razão que a sua maioria não está em
posse da Igreja. Só há um código datado do século IV, no Vaticano. As
pesquisas sempre foram realizadas independentemente da autorização da
Igreja Católica, o que dissipa qualquer dúvida. Os manuscritos bíblicos
são manuscritos da humanidade; muitos foram levados do Oriente, por
estudiosos e outros interessados, para as bibliotecas dos países
ocidentais, onde se acham guardados até hoje.
Como vimos, existem hoje mais de cinco
mil cópias manuscritas do Novo Testamento datadas dos dez primeiros
séculos. Algumas são papiros dos séculos II-III. O mais antigo de todos é
o papiro de Rylands, conservado em Manchester (Inglaterra) sob a sigla
P. Ryl. Gk. 457; do ano 120 aproximadamente, e contém os versículos de
João 18,31-33.37.38.
Se observarmos que o Evangelho de São
João foi escrito por volta do ano 100, verificamos que temos um
manuscrito que é, então, cópia do próprio original. As pequenas
variações encontradas nessas cinco mil cópias são meramente gramaticais
ou sintáticas e que não alteram o seu conteúdo. Os estudiosos,
analisando este grande número de manuscritos antigos, concluem que é
possível reconstruir a face autêntica original do Novo Testamento, que é
o que hoje usamos.
Prof. Felipe Aquino
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