Introdução de João Batista
Trechos retirados do livro {Como entender a NOVA ERA} de Walter Martin.
A reencarnação e a Bíblia
As passagens bíblicas que se seguem são citadas com frequência por defensores da reencarnação a fim de substanciar seu ponto de vista. Embora nem todos os reencarnacionistas utilizem as mesmas passagens bíblicas como textos de prova, esses versículos que dou são continuamente citados em quase todo livro que já li sobre o assunto.
Passagens do Antigo Testamento
Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. (jó 1, 21)
Os reencarnacionistas argumentam que Jó estava sugerindo um futuro retorno ao ventre da mãe para renscer.
A resposta cristã: Uma compreensão apropriada do Antigo Testamento sobre o ventre é muito revelador. Os hebreus equiparavam o ventre ao pó da terra (Gn 3,19). Eles raciocinavam que assim como o homem veio do pó da terra na criação, também voltaria ao pó na morte. Uma ilustração disso é vista claramente no Salmo (139, 13-15), onde "ventre" e "profundezas da terra" são equivalentes. Portanto, o contexto da declaração de Jó se referia ao destino do corpo na morte, seu apodrecimento e desintegração final no pó de onde tinha vindo, não a uma futura reencarnação.
O Senhor me criou, como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da terra. Desde a eternidade fui formada, antes de suas obras dos tempos antigos. Ainda não havia abismo quando fui concebida, e ainda as fontes das águas não tinham brotado. Antes que assentados fossem os montes, antes dos outeiros, fui dada à luz; antes que fossem feitos a terra e os campos e os primeiros elementos da poeira do mundo. Quando ele preparava os céus, ali estava eu; quando traçou o horizonte na superfície do abismo, quando firmou as nuvens no alto, quando dominou as fontes do abismo, quando impôs regras ao mar, para que suas águas não transpusessem os limites, quando assentou os fundamentos da terra, junto a ele estava eu como artífice, brincando todo o tempo diante dele, brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias junto aos filhos dos homens. (Pv 8, 22-31)
Os reencarnacionistas argumentam que essas passagens se referem à pré-existência da alma, e, portanto, uma alusão óbvia às almas pré-encarnadas que aguardam o renascimento.
A resposta cristã: Primeiro, a pré-existência da alma não prova que a reencarnação seja verdadeira. Segundo, não se segue necessariamente que a crença na pré-existência da alma requeira a crença na reencarnação. Argumentando dessa maneira, os reencarnacionistas presumem o que estão tentando provar. Terceira, o contexto de Provérbios 8 não se refere à pré-existência literal de almas ou reencarnação. Antes, o contexto se refere à Sabedoria de Deus como tendo existido desde toda a eternidade como guia daqueles que a buscam no Senhor. Ademais (e a maioria dos comentários modernos corroborarão isto), o escritor de Provérbios está comunicando (em poesia hebraica) uma Sabedoria personificada mais antiga do que a criação, algo que a mente judaíca compreendia com clareza.
Foi-me dirigida nestes termos a palavra do Senhor: Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações. (Jr 1, 4-5)
Aqueles que acreditam na reencarnação dizem que essa passagem prova que Deus literalmente conhecia os indivíduos antes que eles nascessem. Portanto, Jeremias havia vivido antes.
A resposta cristã: O contexto da passagem indica que Deus não se estava referindo à vida passada de Jeremias ou à pré-existência literal, mas à presciência e vocação de Jeremias como profeta às nações, mesmo antes de ele ter nascido. Em outras palavras, a vocação e o nascimento de Jeremias existiam na mente de Deus antes de terem de fato ocorrido.
Ademais, a presciência de Deus é um tema que nada tem de incomum em todo o Antigo e o Novo Testamento. (Ver: Is 46, 9-10; Gl 1, 15; Rm 4, 17). Visto ser Deus onisciente, tendo conhecimento de todos os eventos (passados, presentes e futuros), seria uma conclusão lógica o fato de Ele poder falar de indivíduos ou eventos que ainda não fossem fisicamente uma realidade. Paulo confirma isso em Romanos 4, ao observar que Deus "chama à existência as coisas que não são como se fossem" (4,17).
(Continua...)
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