Quando
seguramos fortemente os dois extremos de uma corrente, diremo-nos
modificando uma expressão célebre, temos que evitar soltá-los pelo
motivo de que não vemos como os anéis se unem entre si.
Eis aí uma máxima sobre a
qual os católicos devem regular inicialmente seu julgamento, e,
consequentemente, sua conduta em relação às infiltrações maçônicas na
Igreja. O como que ofereceria a explicação desta invasão
lhes escapa; mas isso não poderia ser para eles um pretexto razoável
para fechar os olhos sobre um fato que está incontestavelmente ligado a
dois outros cuja realidade é tão clara quanto o dia.
A Maçonaria criou o propósito infernal de corromper insensivelmente os membros da Igreja, tanto do clero quanto da hierarquia, em lhes inoculando, sob formas especiosas e aparentemente inofensivas, os falsos princípios com os quais ela prometeu agitar o mundo cristão. Eis o primeiro desses dois fatos e um dos extremos da corrente.
De outra parte, o observador, ainda que seja pouco atento, não pode se impedir de constatar
que os dogmas sociais sobre os quais numerosos católicos e padres
baseiam hoje a renovação do cristianismo têm uma fórmula idêntica
àqueles que a Franco-maçonaria se propunha em lhes fazer aceitar, e
que os procedimentos dos quais eles se servem para determinar, arrastar
a Igreja nesta transformação, são identicamente aqueles cuja Maçonaria
tinha decretado o emprego. Eis o segundo fato e o outro extremo da corrente.
Daí, a conexão entre esses dois fatos não pode ser o objeto de dúvida. Há realmente infiltrações maçônicas na Igreja.
Como elas se produziram?
Como elas acontecem mesmo sob nossos olhos? A quais cumplicidades ou a
quais vaidades práticas elas são devidas? Eis a explicação que permanece
misteriosa, ou, ao menos, que não saberemos, no momento, dar
completamente. Não há nada de singular nisso, pois estamos diante de umcomplô tramado com uma habilidade satânica e perseguido segundo um método igualmente prudente e sábio, regulado pelos cálculos de um ódio tão frio quanto feroz.
O triunfo deste método é
de nos iludir. Mas, hoje, a ilusão seria culpável, pois ela poderia ser
apenas o efeito de uma cegueira voluntária. Longe, portanto, de desviar
os olhos de um mal cujas devastações aumentam a cada dia sob o pretexto
de que eles não entendem a forma, os católicos têm um dever rigoroso de
se prevenir contra seus golpes, de vigiar, de se determinar em
reconhecer os indícios e a extirpar as menores raízes dele.
É no próprio fato que
eles devem se deter no esforço de um exame e de uma investigação
sinceros de seu estado, sem procurar responsabilidades indefiníveis, e, a
priori, de forma alguma colocar em questão as intenções, a cumplicidade
das pessoas ou das obras católicas. Mas, de outra parte, o que
provariam os protestos destas, e a pureza de seus propósitos, contra o
fato da infiltração devidamente constatada?
Não nos propomos aqui em
fazer um estudo geral, mas somente em esboçar muito sumariamente a
demonstração dele, a fim de darmos completamente seu valor à certos
documentos inéditos, os quais seguiremos e que têm uma importância
capital, singularmente instrutiva, para a história desta invasão da qual
certo número de católicos se fazem inconscientemente os cúmplices.
Abbé Emmanuel Barbier. Les infiltrations maçonniques dans l'Église. De Brouwer et Cie, France.
Abbé Emmanuel Barbier. Les infiltrations maçonniques dans l'Église. De Brouwer et Cie, France.
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