Por causa de um amor surgido em plena Ditadura Militar, Ana e Maura enfrentaram o preconceito e a rejeição da família. Mas 37 anos depois, a relação continua forte e agora é reconhecida pela lei
“Estou tão nervosa que entrei fumando no cartório e quase levei uma bronca”, confessa Maura de Almeida Moraes
, 57 anos, enquanto apaga rapidamente o cachimbo com as mãos trêmulas, minutos antes de se casar. A outra noiva, Ana Lúcia Scapolatiello,
63, faz graça para descontrair a tensão evidente no semblante de ambas.
“Olha lá, você se comporte, ou eu vou falar para o juiz que a resposta é
‘não’”, provoca a companheira de 37 anos, abrindo um largo sorriso.
Apesar de dividirem o mesmo teto há quase quarenta anos,
as culinaristas paulistas Maura e Ana só recentemente conquistaram o
direito de oficializar a sua união e garantir os mesmos direitos legais
que os casais heterossexuais recebem.
“Quando nós entramos com o pedido de casamento, em
janeiro, a lei ainda não estava em vigor”, explica Maura, se referindo
decisão do judiciário do estado de São Paulo, que desde 1º de março
garante equivalência de diretos entre casais gays e héteros que se casam
no civil.
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Quem tem que decidir o meu futuro na hora da doença é quem mora comigo, quem me conhece (Maura)
“Resolvemos casar no civil porque queríamos conquistar
todos os direitos de um casal. E ainda existem as questões médicas
envolvidas, de hospitalização, de herança e tudo mais. Quem tem que
decidir o meu futuro na hora da doença é quem mora comigo, quem me
conhece”, afirma Maura com uma certeza inabalável.
Convictas e conscientes de seus direitos, ela
oficializaram seu casamento e trocaram alianças na ensolarada manhã do
último sábado (20), num cartório da Praia Grande, no litoral paulista.
Para a cerimônia simples, mas carregada de emoção, foram convidados
apenas amigos íntimos e alguns familiares.
Mas a impossibilidade de “casar no papel” não é nem de
longe a maior dificuldade que as duas enfrentaram por causa de seu amor.
Por esse sentimento, Ana e Maura enfrentaram os familiares e sofreram
preconceito nas ruas. Sem apoio dos pais, as duas começaram a namorar em
um momento político conturbado no País.
“Em 1975, ainda existia a Ditadura Militar, era tudo
muito mais complicado. A gente era obrigada a se encontrar escondidas”,
lembra Ana. “Sofremos pressão das famílias. Quando a gente saía para um
chá, sempre tinha alguém seguindo, tínhamos que mudar de hábitos para
ninguém pegar a gente. Era uma vergonha você ter um filho homossexual,
éramos tratadas como se tivéssemos uma doença infecciosa”, completa
Maura.
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“Em 1975, ainda existia a Ditadura Militar, era tudo muito mais
complicado. A gente era obrigada a se encontrar escondidas” (Ana)
A maneira encontrada para fugir da não
aceitação dos pais veio com um grande pesar: o afastamento de toda a
família. Mantendo contato à distância com os irmãos e os sobrinhos, Ana e
Maura até se mudaram da capital paulista para a praia. “Quando você não
tem apoio das únicas pessoas que poderiam te ajudar a passar por
isso...”, emociona-se Maura, interrompendo sua fala.
Prosseguindo, Maura fala mais das dificuldades
que elas enfrentaram em todos esses anos. “Nós nos amamos, então
tivemos que nos afastar de todos aqueles que tentaram nos prejudicar.
Vivemos só nós duas. Nunca tivemos uma casa para comemorar Natal, fim de
ano, ninguém que nos chamasse para algum evento de família. Então nós
duas levamos as nossas vidas, e isso não interessava a mais ninguém. Com
amor, blindamos a vida e não deixamos ninguém se intrometer. São raras
as pessoas que entram em casa”, desabafa ela.
Se por um lado, o convívio familiar foi
conturbado, por outro, os anos de luta trouxeram maturidade ao casal.
“Nós temos cumplicidade. Passamos pela etapa da paixão, depois pela da
serenidade e amor, agora estamos na fase do amor e da cumplicidade.
Chegamos ao ponto em que ninguém precisar abrir a boca. Basta um olhar”,
diz Ana.
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“Vivemos só nós duas. Nunca tivemos uma casa para comemorar Natal, fim
de ano, ninguém que nos chamasse para algum evento de família. Então nós
duas levamos as nossas vidas, e isso não interessava a mais ninguém.
Com amor, blindamos a vida (Maura)
Elas veem o casamento como uma forma de coroar os 37 anos
de união. “Para nós teve um motivo maior. A gente sentiu como se
estivesse fechando um ciclo que a gente não via como poderia ser
fechado. A gente pensou que nunca teria um fim e a gente viu que dava,
sim. É uma satisfação poder fechar uma história de amor com chave de
ouro", analisa Maura.
A cerimônia foi marcada por gargalhadas e também por
lágrimas. Discretas, as noivas optaram por não dar o beijo na boca após o
tão esperado “sim”. “Temos que celebrar o amor”, conclui Maura, que
agora adotou o sobrenome da mulher e se chama agora Maura de Almeida
Moraes Scapolatiello.
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jbpsverdade: Jesus nos ensina o seguinte: Não julgueis, e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? (Mt 7, 1-4), e é verdade, jamais eu irei contestar as Palavras de Jesus Cristo, Ele que é a Palavra viva do Pai, mas as Escrituras nos ensina que o homossexualismo é uma prática abominável aos olhos de Deus, haja visto que é algo contra a própria natureza humana, isto é, o relacionamento sexual entre pessoas do mesmo sexo. Isto já era proibido desde o princípio. Deus criou homem e mulher para que juntos se tornem uma só carne e deem continuidade à criação, ou seja, o homem e a mulher foram criados por Deus para serem juntos colaboradores da criação humana. No livro do Levítico podemos confirmar a abominação desta prática (homossexualismo), vejamos: Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação. Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa.(Lv 18, 22--20,13)
Além do que, a Palavra nos exorta a não esconder as obras infrutíferas das trevas... Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente. (Ef 5, 10s)
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