Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 12 de Abril de 2013 (Zenit.org) - Depois de abordar os discursos explicativos e persuasivos, quero agora falar com vocês sobre o discurso emotivo.Toda
palestra ou discurso emotivo se volta especialmente à sensibilidade,
afetividade e sentimentos dos ouvintes: eu quero fazê-los sentir uma determinada verdade, para que eles se emocionem, se sensibilizem e, como resultado, ajam.Lembrem-se de que a palestra ou discurso explicativo se volta
principalmente à mente.
A palestra persuasiva se volta à vontade. E a palestra emotiva se volta principalmente à sensibilidade.É uma palestra muito propícia em determinados momentos do ano: Natal, Semana Santa, casamentos, aniversários, missas de exéquias, discurso na formatura do filho…
A palestra persuasiva se volta à vontade. E a palestra emotiva se volta principalmente à sensibilidade.É uma palestra muito propícia em determinados momentos do ano: Natal, Semana Santa, casamentos, aniversários, missas de exéquias, discurso na formatura do filho…
Primeiro, vamos às características deste discurso emotivo:
- Devo desenvolver, como sempre, apenas um tema, de forma vívida, aprofundando dois ou três aspectos lógicos e estruturados.- Devo suscitar diversos sentimentos conforme as circunstâncias: alegria ou tristeza, temor ou confiança, amor ou desafeto, atração ou aversão.- Devo fazer uso, como também no discurso persuasivo, dos famosos tópicos do filósofo grego Aristóteles: quem, o que, quando, onde, por quê, para quê, quantas vezes, como(quis, quid, quando, ubi, cur, ad quid, quotiens, quomodo).- Devo pronunciá-lo com emoção e carga afetiva. O poeta Horácio
dizia: “Se queres que eu chore, tens que chorar primeiro” (Si vis me
flere, dolendum est primum ipsi tibi).- Devo evitar a ternura barata e os parágrafos patéticos de oratória
fora de moda. Hoje é mais emocionante contar um fato histórico, um
exemplo bem narrado e com um protagonista concreto, do que usar muitas
palavras dramáticas e lágrimas fáceis.- No final, é sempre recomendável citar um papa abordando o tema em
questão, pois citar um Santo Padre é subir em ombros de gigante.
Segundo, vejamos o esquema de todo discurso emotivo:
- Uma introdução viva e emocionada, com estatísticas, exemplos,
notícias, fatos históricos, contrastes. Tudo narrado com forte carga
afetiva.- Um parágrafo estruturado e cheio de sentimento, que, na oratória,
chamamos de proposição: nele eu especifico qual é o fruto espiritual e
interior que deve ser conseguido com esta palestra.- Desenvolvimento do tema em dois ou três aspectos bem valorizados, desenvolvidos e visualizados.- Uma conclusão ou peroração intensa, em que faço um breve resumo ou recapitulação do discurso.Terceiro, sugiro o esquema de um possível discurso emotivo.- Tema: o pecado machuca Deus.- Em primeiro lugar, o pecado machuca Deus, que é teu Pai… Que tristeza para Deus!- Em segundo lugar, o pecado machuca Cristo, que é teu amigo íntimo… Que ingratidão!- Em terceiro ligar, o pecado machuca o Espírito Santo, que é o doce hóspede da tua alma... Que descaramento!- Por isso, afasta o pecado da tua vida e sente o quanto Deus fica
feliz contigo, e sente, ao mesmo tempo, a felicidade e o amor de Deus
dentro do teu coração.- São João Crisóstomo tem um texto esplêndido sobre este assunto. Vou
contar para vocês o caso da menina santa Maria Goretti, mártir da
pureza, que preferiu morrer a ofender a Deus com o pecado.
O artigo anterior pode ser lido clicando aqui.
Padre Antonio Rivero tem licenciatura e doutorado em Teologia
Espiritual pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum em Roma.
Atualmente exerce seu ministério sacerdotal como professor de teologia e
oratória, e diretor espiritual no Seminário Maria Mater Ecclesiae do
Brasil.
Caso você queira se comunicar diretamente com o Pe. Antonio
Rivero escreva para arivero@legionaries.org e envie as suas dúvidas e
comentários.
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