Papa Francisco na Basílica São Paulo Fora dos Muros. Foto: News.va |
15 Abr. 13
Vaticano, (ACI/EWTN Noticias).-
Em sua homilia ontem (14/04), pela Missa do terceiro domingo de Páscoa,
em sua primeira visita como Bispo de Roma à Basílica de São Paulo Fora
dos Muros, o Papa Francisco assinalou aos fiéis que Deus pede
proclamá-lo "com a palavra e o testemunho de nossa vida no cotidiano".
O Santo Padre assinalou que "o Senhor nos chama cada dia a segui-lo
com valentia e fidelidade; concedeu-nos o grande dom ao escolher-nos
como seus discípulos; convida-nos a anunciá-lo com alegria como o
Ressuscitado, mas nos pede para fazer isso com a palavra e com o
testemunho da nossa vida no cotidiano".
"O Senhor é o Único, o único Deus da nossa vida, e nos convida a
despojar-nos de tantos ídolos e a adorar somente a ele. Anunciar,
testemunhar, adorar", sublinhou.
Fazendo referência a sua visita à Basílica de São Paulo Fora dos
Muros, Francisco indicou que "estamos sobre o túmulo de São Paulo, um
humilde e grande Apóstolo do Senhor, que o anunciou com a palavra, o
testemunhou com o martírio e o adorou com todo o coração".
O Papa assinalou que "Pedro e os Apóstolos anunciam com coragem, com
parresia, aquilo que receberam, o Evangelho de Jesus. E nós? Somos
capazes de levar a Palavra de Deus a nossos ambientes de vida? Sabemos
falar de Cristo, do que representa para nós, em família, com as pessoas que formam parte da nossa vida cotidiana?".
"A fé nasce da escuta, e se reforça no anúncio", sublinhou.
Além disso, remarcou o Papa, "o anúncio de Pedro e dos Apóstolos não
foi feito somente de palavras, mas a fidelidade a Cristo toca a vida
deles, que muda, recebe uma direção nova, e é com a própria vida que
eles rendem testemunho à fé e ao anúncio de Cristo".
O pedido feito três vezes por Jesus a Pedro de pastorear o seu
rebanho e seu anúncio de que "quando fores velho, estenderás as mãos, e
outro vai te amarrar e te levará para onde não queres ir" está dirigido
"a nós, os Pastores", disse o Papa.
"Não se pode pastorear? o rebanho de Deus se não se aceita ser levado
pela vontade de Deus também onde não queremos, se não existe a
disponibilidade de testemunhar Cristo com o dom de nós mesmos, sem
reservas,?sem cálculos, as vezes também? com o preço da nossa vida".
O Santo Padre sublinhou que "isto vale para todos: o Evangelho deve
ser anunciado e testemunhado. Cada um deveria perguntar-se: Como eu
testemunho Cristo com a minha fé??Tenho a coragem de Pedro e dos outros
Apóstolos de pensar, fazer escolhas e viver como cristão, obedecendo a
Deus?".
"É verdade que o testemunho da fé tem muitas formas, como num grande
afresco existe uma variedade de cores e de sombras; mas todas são
importantes, também aquelas que não se destacam".
O Papa indicou que "temos Santos para todos os dias, os Santos
‘escondidos’, uma espécie de ‘classe média da santidade’, como dizia um
escritor francês, essa ‘classe média da santidade’ da qual todos podemos
participar".
"Mas?em várias partes do mundo existem aqueles que sofrem, como Pedro
e os Apóstolos, por causa do Evangelho; tem quem doa a sua vida para
permanecer fiel a Cristo com um testemunho marcado pelo preço do
sangue".
O Santo Padre também advertiu que "a incoerência dos fiéis e dos
Pastores entre o que dizem e o que fazem, entre a palavra e o modo de
viver, mina a credibilidade da Igreja".
Anunciar e dar testemunho de Deus somente é possível, indicou o Papa
se "reconhecemos Jesus Cristo, porque foi Ele quem nos chamou, nos
convidou a percorrermos a sua estrada, nos escolheu".
Francisco advertiu a importância de "viver um relacionamento intenso
com Jesus, uma intimidade de diálogo e de vida, de tal maneira que o
reconheçamos como ‘o Senhor’".
O Papa pediu também que "nos questionássemos: Você, eu, adoramos o
Senhor? Nos dirigimos a Deus somente para pedir, para agradecer, ou
vamos a ele também para adorá-lo?".
"Mas, então, o que quer dizer adorar a Deus? Significa aprender a
estar com ele, a parar para dialogar com ele, sentindo que a sua
presença é a mais verdadeira, a melhor, a mais importante de todas".
O Santo Padre assinalou que "adorar o Senhor quer dizer dar a Ele o
lugar que lhe corresponde; adorar o Senhor quer dizer afirmar, crer, não
somente em palavras que somente Ele guia verdadeiramente a nossa
vida;?adorar o Senhor quer dizer que somos convictos diante d’Ele que
somente Ele é Deus, o Deus da nossa vida, o Deus da nossa história.".
Adorar a Deus, indicou o Papa, "tem uma consequência na nossa vida:
despojar-nos de tantos? pequenos ou grandes ídolos que temos e nos quais
nos refugiamos, os quais procuramos e muitas vezes colocamos a nossa
segurança".
"São ídolos que frequentemente? temos bem escondidos, podem ser a
ambição, o carreirismo, o sabor do sucesso, o colocar a si mesmo no
centro, a tendência de estar por cima dos outros, a pretensão de ser os
únicos senhores da nossa vida, qualquer pecado ao qual estamos apegados,
e muitos outros".
"Esta tarde gostaria que uma pergunta ressoasse no coração de cada um
de nós e que respondêssemos com sinceridade:?Qual ídolo escondido tenho
em minha vida, que me impede de adorar o Senhor??Adorar é despojar-nos
dos nossos ídolos também daqueles mais escondidos, e escolher o Senhor
como centro, como estrada mestra da nossa vida".
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