janeiro 26, 2011
Nos últimos dias, em pequenos avisos recebidos, tenho sido instado a escrever sobre o futuro da Igreja. Aproveito então colocar abaixo parte das visões tidas pela grande mísitica Ana Catarina Emmerich, relativas ao calvário final da Igreja e a sua reconstrução rumo a Jerusalém Celeste. Algumas explicações serão dadas ao texto, que infelizmente recebi traduzido do espanhol por um programa de computador e nem sempre consegui dar a fidelidade devida. Desconheço a fonte, a autoria e o remetente.
A demolidora obra da maçonaria eclesiástica e laica nas Visões e Revelações à "Venerável Ana Catalina Emmerick ” Tomada do Livro 3, Cap.XXV “Visões do Anticristo e do triunfo da Igreja”.
Introdução.
Entre o cúmulo de visões de acontecimentos passados e presentes, em
alguns dos quais intervém misteriosamente Ana Catarina, alude-se
reiteradas vezes à luta dos poderes das trevas contra os filhos da luz.
Algumas podem ser consideradas proféticas, porque se referem a certos
acontecimentos ocorridos com posterioridade à morte da vidente e a nossa
época (então final da guerra de 1939). Entre outras, aplanasse quadros
que julgamos apocalípticos, como os que descrevem a desolação da
terra, a apostasia das massas, as tribulações dos cristãos sob o
reinado do Anticristo e o Triunfo glorioso da Igreja de Cristo.
A visão da besta “do mar” é semelhante à consignada no Apocalipse, com o
adicionado, sobre o texto canônico, de que o monstro tem fila de peixe
e várias cabeças que formam como uma coroa em torno da maior. As notas
nas páginas contribuem a identificar algumas destas cenas com as de
São João, cujo maravilhoso livro era desconhecido pela estigmatizada de
Dülmen (Região da Alemanha onde nasceu e morreu Ana Catarina).
1. Maquinações dos malvados contra a Igreja. (Oitava de Natal de 1819)
Vi à Igreja de São Pedro e a uma grande multidão de homens afanados em
destruí-la, enquanto outros trabalhavam em restaurá-la. Os
trabalhadores estavam espalhados por todo mundo e me admirava a
conformidade de seus trabalhos. Os obreiros que tratavam de destruir o
templo, arrancavam pedaços do mesmo; entre estes distingui a muitos
hereges e apóstatas. Trabalhavam de acordo a certas regras os que
levavam mantos brancos, com bolsos, bordados com faixas azuis e planas
sujeitas à cintura. Estavam vestidos com toda classe de trajes; entre
eles tinha homens altos e corpulentos, com uniformes e estrelas; mas
estes não trabalhavam, senão que indicavam nos muros, com a plana, onde e
como tinham de demolir.
Vi com espanto que entre eles tinha sacerdotes católicos. Às vezes,
quando não sabiam como demolir, acercavam-se a um dos seus, que tinha um
grande livro, no qual parece que estava indicado como estava feito o
edifício e a maneira de derrubá-lo. Depois assinalavam com a plana uma
parte dele, para que fora destruída, a qual, efetivamente se derrubava.
Os que derrubavam o edifício faziam calma e seguramente, mas com
timidez, secretamente, postos como em espreita.
Vi ao Papa em oração rodeado de falsos amigos, que muitas vezes faziam o contrário do que se lhes mandava (A). Vi
a um homem malvado, negro e de baixa estatura, trabalhar muito
ativamente contra a Igreja. Enquanto o templo era destruído por estes em
alguma parte, reedificando outros por outra parte, mas sem energia nem
vigor. Vi também muitos eclesiásticos a quem conhecia entre eles o
Vigário Geral, cuja vista me causou muita alegria. Passou sem turvar-se
por entre os demolidores e dispôs o necessário para a conservação e
restauração do templo.
(A) Esta frase é profética e se refere à situação deste papa e dos últimos. Ela
na verdade quase não conseguem mais trabalha, porque imobilizados por
um segundo escalão desobediente, que muitas vezes faz o contrário do
que o papa quer, e ainda por cima usa malignamente o nome dele.
Vi também a meu confessor levar uma grande pedra, dando um bom rodeio.
Vi outros sacerdotes, preguiçosos, rezar as horas com seu breviário e
levar, muito de vez em quando, alguma pedrinha sob os hábitos ou
alongar-se a outros. Parecia que nenhum tinha confiança nem gosto no
trabalho, já que trabalhavam sem direção e sem saber o que faziam.
Aquilo era aflitivo. Já estava destruída a parte anterior da Igreja e
não ficava em pé mais do que o Sacrário. Eu estava muito triste,
pensando onde se acharia aquele homem com veste vermelha e bandeira
branca, que se me tinha representado outras vezes sobre a mesma Igreja,
salvando-a da destruição.
2. A Santíssima Virgem protege a Igreja.
Então vi a uma grande Senhora, cheia de majestade, que vinha pela
grande vaga que há adiante do templo. Tinha um manto estendido, sujeito
com ambos os braços e se movia impassivelmente no ar. Deteve-se no alto
da cúpula e estendeu seu manto, que brilhava como o ouro, sobretudo o
recinto da igreja.
Os demolidores deixaram de trabalhar naquele momento. Quiseram
prosseguir sua obra de destruição, mas não puderam acercar-se ao espaço
protegido pelo largo manto. Enquanto os que trabalham em reedificar a
igreja, mostravam extraordinária atividade. Vieram muitos homens
escuros, anciões e impedidos e muitos jovens vigorosos; mulheres e
meninos, sacerdotes e seculares, e muito cedo esteve quase do tudo
restaurada a Igreja.
Vi então vir um novo pontífice em procissão. O Papa era bem mais jovem e enérgico que o anterior (B).
Foi recebido com grande solenidade. Parecia que ia consagrar a igreja,
mas ouvi uma voz que dizia que o templo não precisava nova
consagração, pois a parte principal dele, o tabernáculo, não tinha sido
destruída. Devia celebrar-se uma dupla festa em toda a Igreja: um
jubileu universal e a restauração da Igreja.
(B) – Mais uma constatação atual, pois seguramente o Papa Bento XVI
está bem fisicamente se comparado aos últimos dias de seu antecessor.
Esta visão do Tabernáculo não caído, certamente quer significar que
embora todos os esforços dos demolidores eles não conseguirão derrubar
todos os sacrários da terra.
Antes que o Papa começasse a festa que tinha preparado aos seus e estes
lançaram da assembléia, sem contradição nenhuma, a uma multidão de
eclesiásticos, uns de elevado poder, outros de pouca significação, os quais saíram murmurando, cheios de cólera (C).
O Pontífice tomou ao seu serviço a outros eclesiásticos e a outros
seculares. Depois começou a grande solenidade na Igreja de São Pedro. Os
que trabalhavam com mantos brancos mantiveram-se silenciosos,
circunspetos e tímidos, olhando se algum os observava.
(C) – Terá ela visto a reunião de Aparecida? Não está dito que eles
ficarão furiosos com o Santo Padre? Acaso o Papa não está desagradando
aos seus inimigos, por trocar alguns cargos por pessoas de confiança?
Tudo então se confirma como verdadeira profecia.
3. O Arcanjo São Miguel luta pelo Triunfo da Igreja. (30 de dezembro de 1819)
Vi novamente a Igreja de São Pedro com sua grande cúpula. Sobre ela
resplandecia o Arcângelo São Miguel vestido de cor vermelha, tendo uma
grande bandeira de combate nas mãos. A terra era um imenso campo de
batalha. Os verdes e azuis lutavam contra os brancos e estes sobre os
quais havia uma espada de fogo parecia que iam sucumbir; nem todos
sabiam por que causa combatiam.
A Igreja era de cor sangrenta como o vestido do Arcanjo. Ouvi que me
diziam: “Terás um batismo de sangue” (D). Quanto mais se prolongava o
combate, mais se apagava a viva cor vermelho da Igreja e se voltava mais
transparente. O Arcanjo desceu e se acercou aos alvos. O vi adiante de
todos. Estes cobraram grande valor, sem saber de onde lhes vinha.
(D) – Certamente que estas visões se referem aos acontecimentos de
um futuro bem próximo, onde novamente haverá martírios em massa. Por
uma lado a Igreja está já hoje sendo batizada com sangue, porque nos
últimos tempos têm se acentuado os assassinatos de padres e fiéis
católicos.
O Anjo derrotou aos inimigos, os quais fugiram em todas as direções. A
espada de fogo que estava sobre os alvos, desapareceu. No meio do
combate aumentavam as filas dos alvos: grupos de adversários passavam a
eles e uma vez passaram em grande número. Sobre o campo de batalha
tinha no espaço, legiões de santos que faziam sinais com as mãos,
diferentes uns de outros, mas animados do mesmo espírito.
4. Vê a São Francisco de Assis e Santa Juana de Chantal. (Domingo de infra oitava da Santíssima Trinidade, 1820)
Para consolo meu vi quadros da vida dos dois santos: São Francisco de
Assis e Santa Juana de Chantal. Diziam que os tempos que corremos são
muito tristes; mas que depois de muitos desastres, virá um tempo suave e
aprazível, em que os homens estarão muito unidos uns com outros e se
amarão muito; então florescerão muitos mosteiros no verdadeiro sentido
da palavra. Vi também uma imagem destes longínquos tempos, a qual não
posso descrever; daí se afastavam as trevas da noite e surgiam a luz e o
amor. Vi toda classe de quadros relativos ao Renascimento das ordens
religiosas.
Os tempos do Anticristo (1) não estão tão próximos como alguns crêem.
Têm de vir precursores do mesmo. Vi em algumas cidades mestres de cujas
escolas poderão sair esses precursores.
5. Vê a Igreja de São Pedro em perigo. (28 de agosto de 1820)
Vi uma imagem da Igreja de São Pedro, onde me parecia que o tempo
boiava sobre a terra e que muitos corriam pressurosos a pôr-se embaixo
dele para transportá-lo, grandes e pequenos, sacerdotes e seculares,
mulheres e meninos e ainda anciões impedidos. Eu sentia grande angústia e
inquietude, pois estava vendo que a igreja ameaçava ruínas por todas
as partes. Mas todas aquelas gentes se puseram embaixo dela
sustentando-a com seus ombros; quando isto o faziam, todos tinham a
mesma estatura.
Cada um estava em seu posto: os sacerdotes embaixo dos altares; os
leigos embaixo das colunas e as mulheres à entrada. Era tão grande o
peso que todos suportavam que cri que seriam esmagados. Sobre a Igreja
aparecia o céu aberto e os coros dos santos a sustentavam com suas
orações e seus méritos e ajudavam aos que a sustentavam sobre seus
ombros. Eu estava flutuando entre uns e outros. Vi que os que a levavam
se moviam para diante e que uma fila de casas e palácios que havia
defronte caíam por terra, como as espigas de um campo, ao passar sobre
eles a igreja e que a mesma igreja foi posta ali sobre a terra.
Então tive outra visão. Vi que a Santíssima Virgem estava sobre a
Igreja e ao redor dela os apóstolos e bispos. Abaixo vi grandes
procissões e solenidades. Vi que todos os maus pastores da igreja, que
tinham crido que podiam fazer algo com suas próprias forças, sem receber
a virtude de Cristo, dos copos de seus santos predecessores e da
igreja, foram lançados e substituídos por outros. Vi que desde o alto
recebiam bênçãos e que se faziam grandes mudanças. Vi ao Papa que
dirigia todas estas coisas. Vi elevar-se a dignidades, a homens muito
pobres e a jovens.
OBS: Recorde-se que esta visão tem quase dois séculos. Abreviaram-se os
tempos. Quando Ana Catarina fala do Anticristo o faz sempre como de
uma pessoa e não de uma sociedade ou estado anticristão. Só num mundo
anticristão poderá imperar o Anticristo. No mesmo sentido fala Santa
Hildegarda em seu livro Scivias.
6. Vê uma Igreja falsa na contramão da Igreja de Roma. (12 de setembro de 1820)
Vi construir uma igreja curiosa, falsa e perversa. Tinha no coro três divisões, cada uma de várias arquibancadas, umas mais altas do que as outras. Embaixo se estendia uma escura extensão cheia de trevas. Sobre a primeira destas divisões vi que arrastavam um assento, na segunda uma grande xícara cheia de água; sobre a mais alta tinha uma mesa. Não vi nenhum anjo presente na construção; mas estava a espécie mais ardente e curiosa de múltiplos espíritos imundos, destes que pesteiam os ares, que transportavam toda classe de objetos que depositavam debaixo daquele teto, e ali abaixo, certas pessoas envoltas numa espécie de mantas ou capas eclesiásticas, levavam todas essas coisas afora.
Nada vinha do alto naquela igreja; tudo provia da terra e da escuridão,
e os espíritos imundos o traziam e preparavam tudo. Só a água parecia
ter em si mesma força saudável e em certo modo santificante. Vi trazer
depois para dentro dessa igreja uma grande quantidade de instrumentos.
Muitas pessoas e também meninos levavam utensílios e instrumentos da
mais variada espécie para fazer e produzir alguma coisa; mas tudo era
escuro, pervertido, privado de vitalidade e não se via mais do que
separação e divisão.
Perto desta vi outra igreja luminosa, plena de graças do alto; vi aos
anjos subir e descer e vi ali vida e crescimento, ainda que também
dissipação e negligência. Apesar de tudo era uma árvore cheia de seiva e
de força vital em comparação da pseudo-igreja, que parecia um
sarcófago de relíquias mortas e de figuras. Uma igreja era como uma ave
que voa e se remonta nos ares; a outra como um barrilete feito de
papel pelos meninos, cheio de nodos, de enfeites e de bocados de papel
de cores na fila, que se arrasta sobre um campo árido talher de estopa,
em vez de remontar-se aos ares.
Tenho visto que muitas das coisas reunidas naquela igreja estavam amontoadas na contramão da igreja vivente: assim vi dardos e flechas. Cada um se empenhava em levar aí dentro alguma coisa, como bengalas, varas, pompas de água, garrotes de toda classe, bonecos e espelhos. Ali tinha trombetas, chifres, foles e toda classe de objetos de toda classe e maneira. Sob a abóbada da sacristia se afanavam por fazer pão; mas não fermentou e ficou tudo abandonado. Vi àqueles homens com as mantas levar lenha adiante das arquibancadas sobre as quais estava o púlpito e acender fogo e soprar com os foles e com a boca e afanar-se muito; mas não saía de ali mais do que fumaça de uma escuridão horrível.
Então fizeram uma abertura por acima e colocaram um tubo; mas aquele
fogo não quis prender e se fez tão denso de fumaça que terminou por
sufocar. Outros sopravam nas trombetas e clarines e se esforçavam de tal
modo que parecia lhes saíam aos olhos pelas órbitas; mas tudo ficou
ali abandonado no solo e depois desapareceu sob terra; de maneira que
tudo era morto e fictício e vã obra humana.
Esta igreja é em verdade feita pelos homens, em conformidade com a nova
moda, como o é a nova igreja, não católica, de Roma, que é também
dessa espécie (E).
(E) – Não é preciso ter muito conhecimento para entender que ela
está aqui se referindo a esta falsa igreja moderna, voltada para o
homem, que os inimigos de Deus estão construindo. Uma falsa igreja
social, que nada tem a ver com o Santo Padre e a Igreja de Roma.
7. Vê a obra dos espíritos maus na falsa igreja. (12 de novembro de 1820)
Viajei por um país escuro e frio e cheguei a uma grande cidade. Ali
dentro vi de novo a estranha grande fábrica da igreja; mas tenho visto
que ali não há nada de santo, senão inumeráveis espíritos planetários
(segundo Ana, estes são espíritos imundos, provenientes das classes
mais baixas de anjos e de pouco poder, não tão culpados pela queda) que
trabalhavam em torno dela. Vi tudo isto como se fosse real, de modo
parecido, fazer-se uma obra eclesiástica católica de comum acordo entre
os anjos, os santos e os cristãos; mas aqui as formas empregadas eram
mecânicas, e as ajudas e os meios de outra espécie.
Vi subir e baixar e enviar raios e luz por muitos espíritos planetários
cobre aquela gente que trabalhava. Tudo se fazia e resultava segundo a
pura razão humana. Vi lá acima, nas altas regiões, como um espírito
fazia linhas e desenhava figuras e como depois aqui na terra se
executava, porque via que um abria os alicerces e fazia aberturas ou
planos. Tenho visto que a ação destes espíritos planetários, que
trabalham para si e para essa grande fábrica, como estendiam seu influxo
maléfico às mais remotas comarcas.
Tudo aquilo que parecia necessário ou só útil à fabricação e existência
desta igreja, vi excitá-lo e pô-lo por obra nos mais apartados lugares
e distâncias e vi porem-se de acordo homens e coisas, ensinos e
opiniões para cooperar à esta obra. Tinha em todo esse quadro um pouco
de admiravelmente egoístico, de orgulhosamente seguro e violento; e que
tudo teve sucesso o vi num quadro múltiplo de coisas; mas não vi
sequer um só anjo ou um santo coincidindo à obra. O quadro que vi era
grandioso e perverso.
Vi também bem mais longe e por trás daquele assento ou trono, um povo
feroz armado de picaretas, e um rosto feio que sorria e dizia: “fabrica do modo mais sólido que puderes; nós a destruiremos“.
Penetrei ademais numa sala grande daquela cidade onde se celebrava uma
cerimônia odiosa, uma horrível e falsa comédia. Tudo estava pintado de
negro. Um foi posto dentro de um caixão e depois ressuscitou.
Ele estava presente em pessoa e levava no peito uma estrela. Parecia
que isto significava uma ameaça de que assim sucederia. Vi dentro ao
diabo em mil formas e figuras. Tudo era densa e escura noite: aquilo era
horrível.
8. Vê novamente a igreja de São Pedro. (10 de setembro de 1822)
Vi a Igreja de São Pedro do tudo destruída, exceto o coro e o altar
maior. São Miguel, armado e cingido, desceu à Igreja e com sua espada
impediu que entrassem nela muitos maus pastores, e os impeliu para um
ângulo escuro, onde se sentaram olhando-se uns a outros. Tudo o que
tinha sido destruído da igreja foi reconstruído em poucos momentos de
sorte que pudesse celebrar-se o culto divino. Vieram sacerdotes e leigos
de todo mundo trazendo pedras para reedificar os muros, já que os
alicerces não tinham podido ser destruídos pelos demolidores.
9. Vê em êxtase à Igreja abandonada e afligida.
Vi a Igreja inteiramente abandonada por completo e só. Parecia que
todos fugissem dela. Tudo é contenda em torno dela; pois de todos os
lados vejo grandes misérias, ódio, traição e engano, inquietude, falta
de auxílio e cegueira absoluta. De um lugar escuro vejo saírem
mensageiros anunciando por toda parte más novas, que causam amargura nos
corações dos que as ouvem, e acendem neles a cólera e o ódio.
Eu rogo com muito fervor pelos oprimidos. Sobre os lugares onde alguns
fazem oração vejo descer luzes, e sobre todos os demais, negras trevas.
Este estado de coisas é horrível. Roguei a Deus que tenha
misericórdia. ¡Oh cidade!… (Roma) ¡Oh cidade!… ¡Que grande calamidade te
ameaça!… A tempestade está próxima; prepara-te, pois. Confio, no
entanto, em que tens de permanecer firme.
10. Sobrevivência da Igreja e indignidade dos cristãos. (4 de outubro de 1822)
Quando esta noite vi a São Francisco levando sobre seus ombros a
igreja, segundo a visão que teve o Papa (3), vi que um homem de baixa
estatura em cujo rosto tinha um pouco de judeu, levava a costas a Igreja
de São Pedro, o qual me pareceu muito perigoso. Na parte norte, sobre a
Igreja, estava Maria protegendo-a sob seu manto. Dir-se-ia que aquele
homem ia cair. Parecia-me que o conhecia. Aqueles doze a quem sempre
vejo como novos apóstolos vinham socorrer-lhe, mas demasiado devagar.
Já ia cair, quando por fim chegaram todos e se puseram embaixo dela;
também ajudaram muitos anjos. Tratava-se de salvar só o solo e a parte
posterior da igreja, pois tudo o demais o tinham destruído pelas seitas e
ainda os mesmos eclesiásticos. Aqueles levavam à igreja a outro lugar e
parecia que a seu passo vinham por terra muitos palácios como se
fossem campos de lavoura. Vendo em ruína à Igreja de São Pedro e os
muitos eclesiásticos que tinham trabalhado em destruí-la sem que nenhum
quisesse dizer adiante dos demais o que tinha feito (F), senti tal
tristeza que tive de clamar em alta voz pedindo a Jesus misericórdia.
(F) – Como se sabe, existem estes artífices do mal infiltrados nos
escalões elevados da Igreja, conforme o denunciam inumeráveis profecias
e também o livro do Apocalipse de São João. Eles trabalham de forma
solerte e bandida, escondidos por trás de vestes pomposas, mas na
realidade são soldados de satanás, que não têm coragem de se declarar
publicamente. Mas a revelação do 3º Segrêdo de Fátima virá colocá-los a
nu.
Então vi adiante de mim a meu Celestial esposo em figura de um mancebo,
que falou longo tempo comigo. Disse-me que esta translação da Igreja
significava que na aparência tinha de cair em terra por completo, mas
que descansava nestas colunas e que delas tinha de surgir de novo; que
ainda que não ficasse mais do que um só cristão católico no mundo, ela
podia vencer, pois não está fundada na razão nem no conselho dos homens.
Depois me mostrou que na Igreja nunca tinham faltado fiéis que fizessem oração e padecessem por ela. Mostrou-me ademais o que Ele tinha padecido pela Igreja, a virtude que tinha comunicado aos méritos e trabalhos dos mártires e que tudo o voltaria a padecer de novo se fora possível. Também me mostrou em inumeráveis cenas a miserável conduta dos cristãos e dos eclesiásticos, em círculos cada vez maiores, em todo mundo e em minha pátria, e me exortou a orar com perseverança e a padecer por eles.
Havia uma grandeza e tristeza incompreensíveis nesta cena, que não
posso descrever. Também se me deu a entender que, já quase não restavam
mais cristãos verdadeiros, bem como entendi que muitos judeus que agora
existem, são fariseus e ainda piores do que os fariseus do tempo de
Jesus. Só o povo de Judit na África está composto de antigos verdadeiros
judeus.
(4). Esta visão me afligiu muito.
(3) Inocêncio III aprovou o Instituto de São Francisco a raiz de ter
visto num sonho misterioso como o santo sustentava em seus ombros à
Igreja de São João de Latrão que estava a ponto de desaprumar-se.
(4) Desta Judit se fala extensamente no capítulo Visões de uma comunidade hebréia em Abissínia.
11. Visão da besta do mar e do Cordeiro de Deus. (Agosto a Outubro de 1820)
Esta visão, segundo diz Brentano em suas anotações, está cheia de
interrupções, porque Ana Catarina via as coisas em tal forma que lhe era
muito difícil descrevê-las depois ordenadamente. Nota também que a
visão tem muitas formas de semelhança com as revelações de São João, que
ela não tinha lido antes.
Vejo aos novos mártires, não de agora, senão de tempos futuros. Vejo
sua aflição e vejo que se precipitam os fatos. Vi às sociedades secretas
trabalhar e combater cada vez com maior intensidade para destruir à
grande Igreja; e vi entre esta gente a um horrível animal, saído do mar
(5).
O monstro tinha escamas como de peixe, juba como de um leão e muitas
cabeças ao redor de uma maior do que as outras, arrepiada, formando uma
coroa. Suas fauces eram grandes e vermelhas. Estava manchado como um
tigre e andava confiadamente entre aqueles sectários destruidores.
Muitas vezes estava no meio deles, enquanto trabalhavam, e também eles
iam procurá-lo na caverna onde costumava esconder-se (G).
(G) Nos artigos sobre as trevas, mostramos também as visões de uma
outra pessoa, que apontavam na mesma direção. Que a fera se esconde
muito bem em algum subterrâneo, de onde maquina a destruição. Só os seus
mais diretos colaboradores a visitam, entretanto não está longe o dia
em que a apresentarão a mundo como salvador.
Enquanto estas coisas sucediam, vi aqui e lá, no mundo inteiro, muitos
bons e piedosos homens, especialmente eclesiásticos, atormentados,
encarcerados e oprimidos, e tive o sentimento interior de que um dia
teria novos mártires. Quando a Igreja estava em grande parte destruída,
de tal modo que não ficava mais do que o coro e o altar maior vi a
estes destruidores, juntamente com a besta, entrarem na Igreja.
Ali encontraram a uma Senhora grande e magnífica, que parecia estar em
fita, pois caminhava lentamente (6). Os inimigos ficaram muito
admirados e espantados, e a besta não pôde dar um passo mais. Estendeu
furiosamente o pescoço para a Senhora, como se quisesse engoli-la (7),
mas ela se voltou e caiu prostrada sobre seu rosto.
Vi então à besta fugir de novo para o mar e aos inimigos correr,
confundidos e desconcertados, atropelando-se uns a outros: porque vi
que, em torno da Igreja, vinham desde longe e se aproximavam grandes
círculos, na terra e no céu. O primeiro círculo estava formado de jovens
e de donzelas; o segundo, de pessoas casadas de todos os estados,
entre eles reis e rainhas; o terceiro, de pessoas pertencentes às
ordens religiosas; o quarto, de guerreiros, adiante dos quais vi a um
ginete sobre um cavalo branco (8). O último círculo estava composto de
lavradores e gente da comarca, muitos deles assinalados com uma cruz
vermelha na testa (9). Enquanto se acercavam, os prisioneiros e
oprimidos foram liberados e se juntaram com eles.
(5) “E vi uma besta que subia do mar, a qual tinha sete cabeças e dez
cornos, e sobre os cornos dez diademas e sobre as cabeças nomes de
blasfêmias. E a besta que vi era semelhante a um leopardo e as patas
como de urso e a boca como de leão” (Ap.13, 1-2).
(6) (Cfr. Ap.12, 1-2). (7) (Cfr. Ap. 12, 4). (8) (Cfr. Ap. 19, 11). (9) (Cfr. Ap. 7, 3).}
Os destruidores e conjurados foram jogados de todos os pontos, reunidos
adiante daqueles círculos, e se encontravam, sem saber como, juntos
num esquadrão, envolvidos em confusão e trevas. Não sabiam nem o que
tinham feito nem o que deviam fazer e com a cabeça baixa se
precipitaram uns contra outros, como os vejo fazer com freqüência.
Quando todos estiveram reunidos confusamente, os vi abandonar a obra de
destruição e perderem-se desorientados entre os diversos círculos (H).
(H) Não restam dúvidas de que uma nova Torre de Babel acontecerá.
Eles hoje estão edificando este monstro em lugar da Igreja e é como a
antiga Babel. No momento oportuno Deus semeará a discórdia no meio
deles, de modo que não conseguirão concretizar seus maléficos objetivos.
Vi depois à Igreja, de novo, rapidamente restaurada, com maior esplendor
que antes, pois as gentes de todos os círculos, de uma extremidade à
outra do mundo, atingiam-se umas a outras as pedras para reedificá-la.
Quando esses círculos se aproximavam, o primeiro ou o mais interno se
colocava por trás dos outros. Parecia que se distribuíam entre eles as
obras diversas de oração e como se o círculo dos guerreiros começasse
obras de guerra.
Neste círculo me pareciam confundidos amigos e inimigos de todos os
povos. Eram verdadeiros soldados de nossa espécie e cor. Este círculo,
no entanto, não estava do tudo fechado, senão que para o Setentrião
tinha uma mancha ampla e escura, como uma abertura, como um abismo. Este
abismo se estendia para abaixo, nas trevas, precisamente como nos
umbrais do Paraíso, naquele ponto onde Adão, arrojado, saiu afora.
Parecia-me como se lá abaixo se estendesse um escuro e tenebroso lugar.
Vi como se porções deste círculo ficassem atrás e não quisessem
avançar e estes se mantivessem estreitados entre si e tristes os rostos,
olhando-se uns a outros. Em todos estes círculos vi a muitos que serão
mártires de Jesus Cristo, já que tinha também muitos maus e por esta
causa teria outra divisão.
Vi que a Igreja tinha sido do tudo restaurada, e sobre ela o Cordeiro
de Deus, em cima do morro, e em torno dele, um círculo de virgens com
palmas nas mãos, e os cinco círculos dos esquadros celestes, como os da
terra. Os círculos celestes tinham avançado juntamente com os
terrestres e faziam de comum acordo. Em torno do Cordeiro estavam as
quatro imagens apocalípticas dos animais sagrados.
12. Vê as abominações da Franco Maçonaria. (10)
Esta igreja maldita é pura imundícia, é com origem nas trevas. Quase
nenhum dos seus conhece as trevas nas quais trabalha (I). Tudo é nela vã
escuridão; seus escarpados muros nada contêm; o altar que usam, é uma
cadeira. Numa mesa há uma caveira coberta, entre duas luzes; às vezes a
descobrem. Em suas “consagrações” usam de mulheres nuas. Aqui está o
mal sem mistura de bem; esta é a comunhão da gente não santa. Eu não
posso declarar com palavras quão abomináveis são, e quão perniciosos e
vãos as tentativas desta associação, desconhecidos em grande parte por
seus mesmos adeptos.
(I) Realmente hoje se sabe que são bem poucos os maçons e sabem, com
toda profundidade, dos reais objetivos de sua entidade. Milhões de
incautos são cooptados para a maçonaria, mas desconhecem o que está por
trás disso, coisa somente permitida aos altos iniciados. É por isso que
tantas pessoas defendem a maçonaria e pertencendo a ela se julgam no
direito de permanecer católicos. São verdadeiros “bois de piranha”, pois
no final o projeto prevê a eliminação destes, depois que a fera tiver
alcançado o poder. Serão então mortos ou exilados.
Querem fazer-se todos um só corpo com algo que não é Jesus Cristo. Tendo
eu apartado a um deles, encheram-se de furor contra mim. Quando a
ciência se divorciou da fé, surgiu esta igreja sem Salvador, sem crença;
esta comunhão de santos sem fé; esta anti-igreja, cujo centro é a
maldade, o erro, a mentira, a hipocrisia, a fraqueza e a astúcia. Nasceu
assim um corpo, uma comunidade fora do corpo de Jesus Cristo, ou seja,
fora da Igreja; uma igreja falsa sem Salvador, cujo mistério é não ter
mistério algum.
(10) O Papa Pio VII condenou a seita secreta dos Carbonários, nome com
que se designavam os maçons “it alia” em setembro de 1821. (Permanece, pois em vigor a condenação dos católicos que se filiarem à maçonaria, e isso em todos os lugares do mundo).
Diferente em cada lugar, temporal, infinita, cortesã, egoísta, danosa e
que apesar das obras boas de que se aprecia, conduz finalmente ao
abismo da miséria. O maior perigo que oferece em sua aparente
inocuidade. Em todas partes fazem e desejam coisas diferentes; em muitas
fazem discretamente; em outras preparam ruínas sem que sejam
conhecidos, senão de poucos, seus malvados planos. Assim coincidem todos
com suas obras num centro que é o mau, e fazem e trabalham fora de
Cristo, porque nele unicamente é santificada toda vida.
13. Os trabalhos das seitas. (Festa da Candelária)
Nestes dias vi muitas maravilhas da Igreja. A Igreja de São Pedro
estava quase destruída pelas seitas; mas os trabalhos destas foram
aniquilados e todos seus pertences, mantos e utensílios, queimados num
lugar imundo pela mão do verdugo (J). Tinha ali cabelo de cavalo que
exalava tal fedor, que me causou muito dano. Nesta visão se me
apresentou a Mãe de Deus exercitando seu poder a favor da Igreja. Desde
então minha devoção a Maria é cada vez maior.
(J) Este ato de queimar as nossas imagens e objetos sagrados de
culto, está também relatada no livro O Eclipse do Sol. Quando tais
fogueiras forem acesas, o cheiro de fumo atingirá aos céus, e isso
acenderá p fogo da divina Ira. Neste momento acredito que mais de metade
da humanidade irá perder a vida, e isso em poucos minutos.
14. Visão da época do Anticristo.
Depois de ter visto a cessação do santo sacrifício da Missa, na época do Anticristo (11), continuou narrando o seguinte:
Vi um grande quadro eclesiástico, mas não sou capaz de reproduzir todo o conjunto. Vi a Igreja de São Pedro e em torno dela muitos campos, jardins, vizinhanças e bosques. Vi muitas pessoas contemporâneas nossas de todas as partes do mundo e muitíssimas outras que conheço pessoalmente ou por meio das visões, que entravam na Igreja, e parte delas passeavam com indiferença indo a outros postos diversos. Tinha dentro uma grande solenidade e sobre ela se via uma nuvem luminosa da qual desciam apóstolos e bispos santos, que se reuniam em coro sobre o altar. Entre eles vi a Agustinho e Ambrosio e a todos aqueles que fizeram muito pela exaltação da Igreja. Tinha uma grande solenidade e se celebrou a Missa.
E eu vi no meio da igreja um grande Cristo aberto de cujo lado mais longo pendiam três selos; de cada um dos mais estreitos dois sós (12) estava aberto mais bem para a parte anterior da igreja, que no centro da mesma. Vi também em cima ao evangelista João e soube que eram as revelações que teve na ilha de Patmos. Aquele livro estava apoiado sobre um átrio no coro. Alguma coisa tinha tido lugar (13) antes que este livro tivesse sido aberto, mas esqueci o que foi. É uma verdade, lástima que aqui tenha um aviso em minha visão. O Papa não estava na igreja. Estava escondido. Creio que aquelas gentes que tinha na igreja não sabiam onde estava ele. Não sei já se ele estava em oração, ou tivesse morto.
(12) “Vi na mão direita do que estava sentado no trono, um livro
escrito por dentro e por fora, selado com sete selos”. (Ap. 5, 1)
(13) Este acontecimento, que lamenta não recordar, tivesse-nos dado uma pauta para interpretar alguns capítulos do Apocalipse.
Vi pelos demais que todas aquelas gentes tinham que pôr a mão sobre
certa passagem no livro dos evangelhos, estes eram eclesiásticos ou
leigos, e que entre muitos deles desceu uma luz, como um sinal que os
santos apóstolos e bispos lhes participavam. Vi também que muitos faziam
este ato superficialmente.
Fora da igreja vi aproximar-se a muitos judeus que queriam entrar, mas
não o podiam fazer ainda (K). Ao fim chegou toda inteira a multidão que
ao princípio não tinha podido entrar adentro. Era um povo inumerável
(14). Então vi de improviso aquele livro ser tocado por um contato
sobrenatural e fechar-se em seguida. Isto me fez lembrar como uma vez no
convento, de noite, o demônio me apagou a luz e me fechou o livro.
(K) Isso aponta para a conversão do povo judeu que finalmente
aceitará a Jesus como Messias, entretanto isso acontecerá somente depois
daquele esperado episódio do encontro do cálice e da Missa do
Calvário.
Em torno de ali, mas na distância vi uma horrível e sangrenta batalha e
vi uma gigantesca luta do lado do Setentrião e do lado do Ocidente.
Este foi um quadro grande e muito sério. Sinto ter esquecido aquele
lugar do livro sobre o qual os homens deviam pôr os dedos.
15. Vê os estragos que causam os inimigos à Igreja e à futura restauração por meio de Maria. (Páscoa de 1820)
Quando Ana Catarina teve esta visão, o guia lhe disse que abarcava sete
espaços determinados de tempo; não pôde depois, ao relatar, fixar os
limites de cada tempo nem dizer qual desses tempos correspondiam a
ditos acontecimentos.
Vi à terra como numa superfície redonda, coberta de escuridão e trevas.
Tudo estava corrompido e a ponto de perecer. Isto o vi muito
detalhadamente em todas as criaturas, nas árvores, nos arbustos, nas
plantas, nas flores, nos campos. Parecia como se as águas dos ribeiros
das fontes, rios e mares fossem sorvidas e voltassem a sua origem (L).
Fui pela terra desolada e vi aos rios como linhas delgadas, aos mares
como negros abismos no meio dos quais só tinha algumas grotas com água.
(L) Este fato é realmente espantoso e está relatado no artigo “O
Caos”, que já está no site. Num determinado momento todos os elementos
que compõe a natureza se irão desagregar, descumprindo a ordem natural.
Isso virá para esmagar a ciência arrogante, para que entenda finalmente
que existe um Senhor e Criador de tudo. Então sim, se verá sim, a água
como que espirrando para fora da terra e subindo para as nuvens. E
rios e lagos inteiros serão sugados num abrir e fechar de olhos. Um horror!
Tudo o demais era lodo espesso e escuro onde via toda sorte de animal
monstruoso e peixes lutando com a morte. Vi tanta distância ao redor
que pude distinguir com toda clareza as orlas do mar onde em outra
ocasião eu tinha visto que São Clemente (15) foi submerso. Vi também
lugares e multidão de gentes tristes e turvadas e muitas ruínas.
À medida que cresciam a secura e a desolação da terra, aumentavam-se as
obras tenebrosas dos homens. Vi muitas maldades, em particular
reconheci a Roma e vi a opressão que padecia a igreja e sua decadência
no interno e no externo. Vi grandes exércitos que se dirigiam a um mesmo
ponto desde várias regiões e todos estavam empenhados em lutas e
batalhas. No meio deles vi uma grande mancha negra a maneira de um
enorme buraco e em torno dele os combatentes eram cada vez menos, como
se caíssem naquele abismo como se ninguém os visse cair.
(14) É um fato admitido que os judeus, constituídos já em nação
reconhecerão finalmente que Jesus Cristo é finalmente Messias ao que
desconheceram por tanto tempo e entrarão nas igrejas católicas. Alguns
colocam este fato durante o tempo da pregação de Elias e Enoc. Entre
outros muitos textos sobre a conversa dos judeus veja-se especialmente
no Cap. 11 da Epístola de São Paulo aos Romanos.
(15) São Clemente I, romano, governou as igrejas por nove anos; foi
martirizado no Quersoneso Taurico, precipitando-se no Mar Morto o ano
100.
Durante essa luta vi no meio de tanta ruína e corrupção a doze homens,
em diferentes comarcas. Sem conhecer nem ter notícias os uns dos
outros, receber como torrentes de água viva que deriva da vida eterna.
Vi que todos eles trabalhavam no mesmo, em diferentes lugares e que não
sabiam de onde lhes vinham os dons necessários, pois quando acabavam
uma missão lhes encomendavam outra.
Eram doze e nenhum deles passava dos quarenta anos. Três eram
sacerdotes e algum outro queria sê-lo. Vi também que algumas vezes eu
tinha contato com algum deles, como se lhe conhecesse ou estivesse cerca
dele. Em seus trajes não tinha nada de particular; cada um deles
vestia segundo o uso atual de seu país. Vi que obtivessem de Deus o que
se tinha perdido e como em todas as partes faziam o bem. Todos eram
católicos.
No meio da tenebrosa corrupção vi falsos profetas e outras pessoas que
trabalham contra os escritos destes doze apóstolos, os quais
desapareciam com freqüência no meio do tumulto e depois saíam outra vez
mais resplandecentes que antes. Vi umas mulheres que estavam como em
êxtases e junto a elas homens que as magnetizavam (16). Elas prediziam o
futuro; mas a mim me causava aversão e horror, pareceu-me ver aquela
mulher de Münster e pensei dentro de mim, com inquietude que ao menos o
pai Limberg, não estaria junto a elas.
Quando as filas dos que combatiam em torno daquele negro abismo se
aclararam mais e mais, e no meio do combate desapareceu toda uma cidade,
aqueles doze homens apóstolos aumentaram muito o número dos que
brigavam a seu lado e desde a outra cidade (a verdadeira cidade de Deus,
Roma) saiu um cone de luz que penetrou no escuro disco. Vi por acima
da igreja, humilhada e menoscabada, uma formosíssima Senhora com um
manto azul celeste muito estendido e com uma coroa de estrelas na
cabeça.
Dela procedia a luz que penetrava cada vez mais na escuridão, e ali
onde chegava essa luz, tudo era renovado e tudo voltava a prosperar. Os
novos apóstolos entraram todos naquela luz. Eu cria ter visto a mim
mesma com outros a quem conhecia, que estávamos diante, no alto. Numa
grande cidade vi uma igreja, a menor entre outras, que chegava a ser a
primeira. Os novos apóstolos foram alumiados pela luz. Creio ter visto
com eles à cabeça, a outros que não conheço.
Tudo voltou a florescer de novo. Vi um novo Papa muito severo. O abismo
se fazia cada vez mais estreito: fez-se tão pequeno que podia ser
coberto com um balde de água. Finalmente vi três exércitos ou
comunidades que se uniam à luz (M). Tinha entre eles pessoas boas e
ilustradas, as quais entraram na igreja. Tudo se tinha renovado e estava
florescente. Vi que se edificaram igrejas e mosteiros.
(M) Para mim isso significa finalmente a união das três grandes
Igrejas, a Católica a Ortodoxa e a Protestante, que se vergarão unidas
diante de Jesus que chega, para for um só rebanho e um só pastor.
Durante aquela tenebrosa aridez, fui transportada a um prado cheio de
verdor e de cândidas flores que outras vezes tinha tido que recordar
depois. Encontrei um valado de espinhas, com o qual me tinha lacerado e
arranhado muito durante aqueles tempos ocorridos. Agora estava tudo
florido e penetrei nele alegremente.
16. As chagas do Senhor derramam bênçãos sobre a Igreja e o mundo.
O arcanjo São Miguel desceu da igreja e vi sobre ela, no céu, uma
grande cruz luminosa, da qual pendia o Salvador. De suas chagas desciam
sobre o mundo faixas de luz que se difundiam por toda parte. As chagas
eram vermelhas e como brilhantes portas, e o centro delas, dourado como
o sol. Não levava a coroa de espinhas, mas das feridas de sua cabeça
saíam raios horizontais de luz que alumiavam o mundo. Os raios que saíam
das mãos e dos pés eram como o arco íris e se dividiam em raios muito
finos, e, muitos, iam alumiar aldeias, cidades e casas pelo mundo
inteiro.
Vi estes raios em muitos lugares ao mesmo tempo, perto e longe, descer
sobre toda classe de moribundos e atrair com violência às almas, as
quais, por um destas cores do arco íris, corriam-se para as chagas do
Salvador. Os raios da ferida do custado desciam sobre a igreja que
estava embaixo, como uma torrente larga e caudalosa. Desta sorte
resplandecia a igreja e por este torrente de luz entravam a maior parte
das almas no Senhor (N).
(N) Certamente aqui se pode entender a verdadeira avalanche de almas
que na última década entrou no Céu, tendo em vista as orações e também
ao nosso Movimento, especialmente formado por Deus para este fim. De
fato, elas têm subido diariamente aos céus em verdadeiras torrentes.
Vi oscilar no céu um coração vermelho e brilhante unido com a cruz por
uma faixa luminosa que dele saía para a ferida do custado do Salvador.
Outra faixa luminosa, que partia também do coração, estendia-se sobre a
igreja e sobre muitas comarcas. Estes raios de luz atraíam a muitas
almas ao coração e passando através dele iam pela faixa de luz que o
unia com a cruz e entravam no custado de Jesus. Se me disse que este
coração era o de Maria.
Além dos raios luminosos, pendiam das chagas umas escalas, algumas das
quais não chegavam a terra. Estas escalas eram umas trinta, diferentes
todas entre si: tinha-as largas e estreitas, umas com degraus juntos e
outras com degraus separados, umas isoladas, outras juntas e agrupadas.
Suas cores eram os mesmos do lugar de purificação, escuros, claros,
cinzas, cada vez mais vivos à medida que se subia nelas.
Por estas escalas vi subir trabalhosamente a muitas almas. Umas iam
rapidamente, como se tivesse quem as ajudasse a estar com firmeza;
outras se empurravam umas a outras e caíam nos degraus inferiores;
algumas caíam na escuridão mais profunda. Aquela trabalhosa subida
parecia mais comovedora quando se a comparava com a alegre entrada das
que eram atraídas a modo de absorção. As que subiam sem retroceder com
passo firme parecia que estavam mais unidas com a igreja que com as
outras que se detinham ou esperavam ou ficavam sós.
Por trás da cruz, muito adentro, lá no céu, vi muitas imagens da obra
da Redenção no caminho da divina graça, através da história do mundo
até seu cumprimento na Redenção. Eu não me detive em nenhum ponto;
percorri a faixa luminosa vendo-a toda.
17. Vê a proximidade do reino de Deus.
Quando teve cessado o combate na terra, a igreja e o anjo se tornaram
brancos e resplandecentes, e o anjo desapareceu. Também desapareceu a
cruz, e no lugar que ela ocupava apareceu uma Senhora alta e
resplandecente, em cima da igreja, estendendo sobre ela seu dourado e
brilhante manto. Embaixo na igreja se ouviram vozes de mútua humilhação e
reconciliação.
Vi então os bispos e pastores acercar-se e mudar seus livros (mudar sua
doutrina, sua falsa teologia). As seitas reconheceram à igreja por sua
admirável vitória e pela luz da revelação que tinham visto
resplandecer nela. Quando vi essa união, senti profundamente a
proximidade do reino de Deus. Vi um resplendor e uma vida superior em
toda a natureza e um santo impulsiono em todos os homens, como quando se
aproximava o nascimento de Jesus, e de tal maneira senti a proximidade
do reino de Deus, que me vi obrigada a sair a seu encontro. (Nesta
parte da visão, orava em alta voz).
Da vinda de Maria tive um vivíssimo pressentimento. Vi a sua estirpe
enobrecer-se à medida que se ia acercando a esta flor. Vi a Virgem
Maria: como a vi, não poderia dizê-lo. Da mesma maneira sinto a
proximidade do reino de Deus. Só posso comparar aquele sentir com este
modo de ver. O reino de Deus o vi acercar-se e se cumprindo o anseio de
muitos fiéis atraídos pela fé humilde e o ardentíssimo amor.
Vi aparecer na terra muitos rebanhos pequenos e luminosos de cordeiros,
apascentados por pastores; vi que estes eram verdadeiros pastores
daquele que, como Cordeiro, deu seu sangue por nós; e vi que um amor
infinito e uma virtude divina reinava entre os homens. Perto de mim vi
pastores, de quem eu sabia que não pensavam em nada disto, e desejei
vivamente que acordassem de seu sonho.
18. Vê a Igreja de Roma. (27 de Dezembro de 1820)
Vejo à Igreja Romana resplandecente como o sol. Dela saíam raios a torrentes que se dilatavam pelo mundo inteiro. Foi-me dito que isto se referia à revelação de São João, mediante os quais alguns cristãos deviam receber parte dessa luz e que esta recairia por inteiro a favor da igreja. Vi a respeito disto um quadro muito preciso, mas não o posso expressar com palavras.
19. Vê à Igreja depois do combate.
Vi à igreja depois do anterior combate resplandecente como o sol. Nela
se celebrava uma grande solenidade e vi que entravam muitas procissões.
Vi um novo Papa muito severo e rigoroso. Antes de começar a festa
tinha despedido a muitos bispos e pastores, porque eram maus. Vi que
coincidiram à celebração desta festa os santos Apóstolos especialmente.
Então vi muito próximo o cumprimento destas palavras: “Senhor, vinga
a nos o teu reino”. Aprecia-me ver descer do alto, luminosos jardins
celestiais e unir-se com lugares inflamados da terra e tudo ali
submergir-se na luz primitiva. Os inimigos, que tinham fugido do
combate, não foram perseguidos, mas se dispersaram.
20. Visão da Jerusalém celestial.
Vi nas brilhantes ruas da cidade de Deus muitos palácios e jardins
resplandecentes, nos quais tinha inumeráveis coortes de santos, que
discorriam louvando a Deus e derramando suas graças sobre os homens. Na
celestial Jerusalém não há nenhuma igreja: o mesmo Cristo é a igreja.
Maria reina na cidade de Deus, e sobre ela estão Cristo e a Santíssima
Trinidad. Desde Ela desce sobre Maria celestial orvalho, que se difunde
sobre toda a santa cidade.
Vi embaixo da cidade de Deus, à igreja de São Pedro e me regozijei
porque, apesar da negligência dos homens ela recebe sempre do céu a
verdadeira luz. Vi os caminhos que vão à Jerusalém celestial e aos
santos pastores que conduziam a ela às melhores almas de seu rebanho.
Estes caminhos não estavam muito cheios.
Vi também o caminho por onde eu tenho de ir à cidade de Deus, e vi,
como desde o centro de um amplo círculo, a todos aqueles a quem de algum
modo tinha eu ajudado. Vi a todos os meninos e aos pobres a quem tinha
cozido algum vestido e me admirei e me alegrei especialmente ao ver as
diversas maneiras em que os tinha cortado.
Depois vi todas as cenas de minha vida em que tinha sido útil a algum,
já com meu exemplo, ou com auxílios, orações e trabalhos. Vi o proveito
que de aqui se tinha seguido em forma de jardins nascidos de minhas
próprias obras. Estes jardins tinham sido cultivados de diferente modo
por seus diferentes modos; alguns os tinham deixado perder-se. Vi que
sorte coube a cada uma daquelas almas em quem eu tinha causado alguma
impressão.
Comentário final:
Lendo o relato destas visões, tenho a certeza de que Ana Catarina Emmerich é tão perseguida e odiada, até por gente que se diz católico, porque na verdade ela incomoda muito ao demônio. De fato, ele não quer que o mundo saiba da vitória da Igreja e da mudança radical que haverá na terra, depois que ele for expulso daqui, e para sempre.
Estas visões tidas há quase dois séculos, compõem um dos mais claros exemplos da ação de Deus em favor dos homens. Isso porque através delas nos é dado saber um pouco do futuro esplendor da Igreja católica, depois que Deus tiver submetido aos pés de Jesus todos os poderes que ousaram algum dia desafiá-la. Porque é eterna a frase:as portas do inferno não irão prevalecer contra ela.
Fonte: cot
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