Luis Dufaur
336 milhões de seres humanos foram exterminados na China pelo aborto
entre 1971 e 2010, segundo números do Ministério da Saúde. O total
equivale a mais de uma vez e meia toda a população brasileira, noticiou o
jornal“Financial Times”, de Londres.
O referido Ministério – que mais adequadamente deveria chamar-se
Ministério da Morte – divulgou em janeiro suas sinistras estatísticas
sobre esterilizações e abortos.
Também anunciou que faria uma fusão com a Comissão Nacional da
População e de Planejamento Familiar para melhor continuar sua cruel
tarefa.
Alguns analistas ingênuos ou simpatizantes do regime interpretaram a
reorganização como o início de uma flexibilização do número de
nascimentos permitidos. Mas não foi isso o que explicaram altos
funcionários do governo socialista. Antes, afirmaram justamente o
contrário.
“O planejamento familiar será reforçado, e não enfraquecido”,
declarou Wang Feng, diretor adjunto da agência de reforma do setor
público.
“Depois da reforma, a China seguirá com sua política de planejamento
familiar”, ou de extermínio de crianças inocentes, confirmou o
secretário-geral do governo, Ma Kai.
Desde o início dos anos 1980, vigora a inumana política do filho único para os residentes nas cidades.
Pequim comemorou como vitória seus múltiplos crimes: a realização de
336 milhões de abortos, mais de 196 milhões de esterilizações, e a
inserção de 403 milhões de dispositivos intra-uterinos impedindo que
pelo menos 400 milhões de bebês fossem concebidos ou nascessem.
Um número que supera em mais de 400% as ferozes chacinas e od extermínios praticados pela utopia socialista na China, segundo o Livro Negro do Comunismo – uma obra de referência sobre os morticínios socialistas.
A “política do filho único” estimulou a eliminação seletiva de
embriões e fetos femininos, desequilibrando em muitas dezenas de milhões
a proporção entre homens e mulheres.
Essa desproporção estimulou fenômenos morais e sociais degradantes,
como a venda de mulheres em idade de casar, impossibilidade de casamento
para os mais pobres e as mais perversas aberrações sexuais.
O número de abortos – muitas vezes forçados com violência contra as
mães – foi superior a 10 milhões por ano entre 1982 e 1992, com picos de
mais de 14 milhões em 1983 e 1991 – destacou com sádica frieza o
Ministério da Saúde.
Em junho do ano passado, causou grande escândalo o caso de uma mulher
grávida de sete meses que foi obrigada a abortar. Sua repercussão levou
as autoridades chinesas a pedir desculpas. Confira.
Analistas ocidentais com senso da realidade inferior ao senso humano
de que dão provas, acreditam que a China será obrigada em médio prazo a
flexibilizar o controle da natalidade.
As causas seriam o envelhecimento demográfico e a redução da
população ativa, que já estão produzindo graves problemas econômicos e
produtivos, além de desestruturar o que resta da família e induzir a
motins populares.
Porém, os raciocínios humanitários não resistem ao fanatismo
ideológico anti-humano que o comunismo exige e inocula em seus
seguidores.
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