IHU - Dentro da Conferência dos Bispos da Alemanha, as opiniões sobre o diaconato feminino divergem diametralmente. Enquanto o presidente da Conferência Episcopal, Robert Zollitsch, na conclusão da Assembleia Diocesana de Friburgo, prometeu se comprometer para criar uma nova função na Igreja Católica para as diaconisas, o bispo de Regensburg, Rudolf Voderholzer, também no domingo, não via nenhuma possibilidade para uma ordenação de mulheres como diaconisas.
A reportagem é do sítio Kathpress.at, 29-04-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Nessa segunda-feira, o Comitê Central dos Católicos Alemães (Zentralkomitee der Katholiken, ZdK), celebrou o "dia da diaconisa". Voderholzer
explicou no site da sua diocese que, assim como a função de presbítero e
de bispo, o diaconato também pertence inseparavelmente ao sacramento da
Ordem. Esse sacramento, segundo a tradição da Igreja fundada sobre as
Escrituras, é reservado aos homens.
Zollitsch, no fim de semana, diante de 300 delegados da Assembleia Diocesana de Friburgo, expressou-se de forma diferente. Ele afirmou que, segundo a agência de notícias católica KNA,
iria apoiar uma nova função eclesial diaconal para as mulheres. Ou
seja, ele se comprometeria "pelos novos serviços e funções que estão
abertos também às mulheres, como por exemplo um diaconato específico
para as mulheres". E que faria isso "com base na doutrina da Igreja
Católica".
Ele prometeu que retomaria também as outras propostas de reforma
eclesiais desenvolvidas: "Nada será esquecido ou ficará perdido.
Comprometo-me a manter essas questões em discussão", disse Zollitsch.
Por exemplo, ele tem a intenção de ir ao encontro dos divorciados em
segunda união que até agora são excluídos de aspectos importantes da
vida eclesial – por exemplo, da comunhão.
Na Baviera, ao contrário, Dom Voderholzer não vê
nenhuma possibilidade para a ordenação de mulheres como diaconisas. Além
disso, em sua opinião, uma abadessa, uma superiora-geral, uma
conselheiro de ordinariato ou uma diretora de uma escola eclesial teria
"muito mais possibilidades organizacionais" do que em uma nova função
sacramental de serviço para as mulheres. E nisso ele se referia
especificamente às atuais declarações de Zollitsch.
Na Assembleia Geral da primavera da Conferência Episcopal Alemã, o cardeal da Cúria Walter Kasper
havia proposto que se refletisse sobre uma função diaconal feminina
específica, um tipo de "diaconisa da comunidade". Até o presidente da Comissão de Pastoral da Conferência Episcopal, Dom Franz-Josef Bode, havia acolhido favoravelmente a proposta.
Nesse sentido, segundo Kasper, é possível
conectar-se à tradição particular das diaconisas na Igreja primitiva,
que ainda hoje continua em algumas Igrejas ortodoxas orientais.
Essa função, no estado atual da pesquisa, era fundamentalmente
diferente da função diaconal dos homens, que hoje constitui uma fase
inicial da ordenação a presbítero e a bispo. Por isso, uma participação
das mulheres na função presbiteral e no correspondente diaconato
específico dos homens não é possível por motivos dogmáticos.
Independentemente desses problemas, os bispos católicos haviam se
comprometido a aumentar sensivelmente o percentual de mulheres em
posições de direção que não pressupõem a ordenação.
A formação das diaconisas já está em andamento
O Comitê Central dos Católicos (ZdK) e a Rede Diaconato Feminino (Netzwerk Diakonat der Frau)
não pretendem aceitar a situação atual e, por isso, celebram juntos no
dia 29 de abril o "Dia da Diaconisa" pela primeira vez. "Trata-se de
fazer com que esse tema esteja no centro das atenções e que lhe seja
conferida uma importância pública", disse a presidente da Rede, Irmentraud Kobusch, ao site oficial da Igreja Católica na Alemanha, www.katholisch.de (Bonn
): "Simplesmente, chegou a hora. Há muito tempo se delineia uma
situação em que as gerações mais jovens não resistirão por muito tempo".
Por muito tempo, a pergunta ficou sem resposta.
Segundo a intenção dos organizadores, o "Dia da Diaconisa" é acima de tudo em favor da Igreja, explicou Kobusch. Cerca de 80% do serviço ao povo da Igreja é fornecido por mulheres.
Isso significa que a Igreja ganharia muito em credibilidade se as
mulheres estivessem presentes na função do diaconato. Naturalmente, as
mulheres podem cuidar dos doentes ou cuidar dos sem-teto, sem por isso
receber a ordenação. Mas algumas dessas mulheres se sentem "chamadas
para a função de diaconisa".
A Rede ofereceu a essas mulheres, há alguns anos, a
possibilidade de seguir essa vocação e de se qualificar para um serviço
de direção em uma Igreja diaconal. Portanto, tratou-se de algo mais do
que uma preparação para um caso puramente teórico, declarou Kobusch:
"As 23 mulheres que nós formamos até agora dão ao diaconato feminino um
rosto e uma história da sua vocação para a sua esperança. Ele também
contribuem para testar concretamente na vida o que poderia realmente
significar um diaconato feminino".
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