Empresário comemora o fato de ter sido um entre os quatro selecionados. Evento realizado em julho no Rio de Janeiro contará com o Papa Francisco.
Do G1 São Carlos e Araraquara
Suzana Amyuni
Produtor de hóstias diz que se sente honrado
(Foto: João Tadeu Benatti/arquivo pessoal)
(Foto: João Tadeu Benatti/arquivo pessoal)
“Para nós é uma honra muito grande.” Foi assim que João Tadeu Benatti,
sócio-proprietário da Fábrica de Hóstias São Francisco, recebeu a
notícia de que foi um dos quatro fornecedores escolhidos para abastecer a
Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento será realizado entre os
dias 23 e 28 de julho, no Rio, com a presença do Papa Francisco. A
empresa de Mococa (SP) produzirá 1,5 milhão de hóstias.
“São 20 anos nesse ramo, então a gente tem um apreço com a qualidade da
hóstia. Ser escolhido para esse evento representa uma honra muito
grande”, reforçou Benatti. Serão entregues 50 caixas com 30 mil hóstias,
o que corresponde a cerca de dois dias de produção.
A fábrica de Mococa produz de 16 a 18 milhões de hóstias por mês. Para
isso, são necessárias 20 toneladas de farinha. “Nós usamos uma farinha
especial extra clara, feita com o miolo do grão do trigo, sem aquela
casquinha escura que tem fora do trigo”, explicou Benatti.
A receita é simples. Para cada dez quilos de farinha, são usados oito a
nove litros de água. Mas garantir qualidade no produto final é um
desafio a ser enfrentado diariamente pelos 22 funcionários da fábrica.
Prensa industrial garante qualidade das hóstias
(Foto: João Tadeu Benatti/arquivo pessoal)
(Foto: João Tadeu Benatti/arquivo pessoal)
“A hóstia não pode quebrar, tem que ter superfícies perfeitas, um corte
bem feito e um bom acabamento para não deixar fragmentos. É uma grande
responsabilidade, porque você imagina se depois da missa sobrarem muitos
fragmentos, o padre tem que recolher e consumir. Então não pode ter
fragmentos”, afirmou o empresário.
Para que tudo saia sob medida, uma prensa assa as ‘placas de obreia’,
onde são colocadas a farinha e a água. Em seguida, as partículas são
cortadas. Um dos maiores gastos da empresa é com energia elétrica, para
esquentar as 24 prensas. As hóstias são vendidas a R$ 17 o milheiro.
Confusão que virou renda
A ideia de vender hóstias nasceu de uma "confusão". Benatti vendia malas de couro para os padres e quando foi fazer a entrega em uma igreja, em Minas Gerais, o padre se confundiu e perguntou se o vendedor tinha levado as hóstias. A confusão virou um desabafo e o padre comentou a dificuldade que tinha para conseguir o produto. Benatti e o sócio viram ali uma grande oportunidade.
A ideia de vender hóstias nasceu de uma "confusão". Benatti vendia malas de couro para os padres e quando foi fazer a entrega em uma igreja, em Minas Gerais, o padre se confundiu e perguntou se o vendedor tinha levado as hóstias. A confusão virou um desabafo e o padre comentou a dificuldade que tinha para conseguir o produto. Benatti e o sócio viram ali uma grande oportunidade.
“Aí fomos atrás das máquinas e começamos a fabricar hóstias. E o
mercado era excelente, porque as igrejas faziam muitos pedidos”, falou.
Ao longo do tempo, o processo foi ajustado para atingir a qualidade
atual.
“No começo, a gente tinha um funcionário para duas máquinas manuais.
Hoje tem um funcionário para 12 máquinas industriais, quer dizer, nossa
produção aumentou muito”, comemorou. Atualmente, a fábrica atende 2,2
mil igrejas de todo o país.
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