ceifadores
Nosso Senhor Jesus Cristo a São Pio de Pietrelcina: “Minha casa tornou-se, para muitos, um teatro de divertimentos”.
[283] “O meu coração”, diz Jesus, está esquecido. Já ninguém se
preocupa com o meu amor. Estou sempre triste.
Minha casa tornou-se, para muitos, um teatro de divertimentos; mesmo os meus ministros, que sempre considerei com predileção, que amei como a pupila de meus olhos, deveriam consolar o meu Coração cheio de amargura, deveriam ajudar-me na redenção das almas. Em vez disso, quem o acreditaria?, devo receber deles ingratidão e falta de reconhecimento. Vejo, meu filho, muitos desses que… (aí se calou, os soluços lhe apertaram a garganta, chorou em segredo), sob aparências hipócritas, me traem com comunhões sacrílegas, esmagando as luzes e as forças que continuamente lhes dou…”. Jesus continuou ainda a lamentar-se. Padre, como me faz mal ver Jesus chorar! Também o senhor passou por isso? (342)
Minha casa tornou-se, para muitos, um teatro de divertimentos; mesmo os meus ministros, que sempre considerei com predileção, que amei como a pupila de meus olhos, deveriam consolar o meu Coração cheio de amargura, deveriam ajudar-me na redenção das almas. Em vez disso, quem o acreditaria?, devo receber deles ingratidão e falta de reconhecimento. Vejo, meu filho, muitos desses que… (aí se calou, os soluços lhe apertaram a garganta, chorou em segredo), sob aparências hipócritas, me traem com comunhões sacrílegas, esmagando as luzes e as forças que continuamente lhes dou…”. Jesus continuou ainda a lamentar-se. Padre, como me faz mal ver Jesus chorar! Também o senhor passou por isso? (342)
[284] Sexta-feira de manhã (28-03-1913) eu ainda estava na cama quando
me apareceu Jesus, totalmente maltratado e desfigurado. Mostrou-me um
grande número de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais
diversos dignatários eclesiásticos; destes, alguns estavam celebrando,
outros se paramentando, e outros retirando as sagradas vestes. Ver Jesus
angustiado causava-me grande sofrimento, por isso quis perguntar-lhe
por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta. Porém, o seu olhar
voltou-se para aqueles sacerdotes. Mas, pouco depois, quase horrorizado e
como se estivesse cansado de observar, desviou o olhar e quando o
ergueu para mim, com grande temor, verifiquei que duas lágrimas lhe
sulcavam as faces. Afastou-se daquela turba de sacerdotes, tendo no
rosto, uma expressão de profundo pesar, gritando: Carniceiros! E
voltando para mim disse: “Meu filho, não creias que a minha agonia tenha
sido de três horas, não. Por causa das almas por mim mais beneficiadas,
estarei em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo da minha agonia,
meu filho, não convém dormir. Minha alma vai a procura de algumas gotas
de piedade humana; mas ai de mim! Deixam-me sozinho sob o peso da
indiferença. A ingratidão e os meus ministros supremos tornam opressiva
minha agonia. Ai de mim! Como correspondem mal ao meu amor! O que mais
me aflige é que, à sua indiferença, esses homens acrescentam o desprezo,
a incredulidade. Quantas vezes eu estive a ponto de fulminá-los, se não
tivesse sido detido pelos anjos e pelas almas enamoradas de mim…
Escreve ao teu padre narrando o que viste e ouviste de mim esta manhã.
Diz a ele que mostre a tua carta ao padre provincial…”. Jesus ainda
continuou mas o que disse não poderei revelar a criatura alguma deste
mundo. Essa aparição me causou tal dor no corpo, porém ainda mais na
alma, que durante o dia todo fiquei prostrado e acreditaria estar
morrendo, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado…
Infelizmente, Jesus tem razão de nossa ingratidão! (350)
Padre Pio. Florilégio do Epistolário. Ps. 182-184.
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