Papa Francisco. Foto: News.va |
20 Mai. 13
VATICANO, (ACI/EWTN Noticias).-
Ao celebrar na manhã de ontem a Missa na Solenidade de Pentecostes junto aos movimentos eclesiais dos cinco continentes na Praça de São Pedro, o Papa Francisco afirmou que "é a Igreja que me traz Cristo e me leva a Cristo; os caminhos paralelos são muito perigosos!".
Ante os mais de 200 mil fiéis presentes, o Santo Padre advertiu que
"quando alguém se aventura ultrapassando (proagon) a doutrina e a
Comunidade eclesial, e deixa de permanecer nelas, não está unido ao Deus
de Jesus Cristo. Por isso perguntemo-nos: Estou aberto à harmonia do
Espírito Santo, superando todo o exclusivismo? Deixo-me guiar por Ele,
vivendo na Igreja e com a Igreja?".
O Papa indicou que "a novidade causa sempre um pouco de medo, porque
nos sentimos mais seguros se temos tudo sob controle, se somos nós a
construir, programar, projetar a nossa vida de acordo com os nossos esquemas, as nossas seguranças, os nossos gostos".
Isto, advertiu Francisco, "verifica-se também quando se trata de Deus".
"Muitas vezes seguimo-Lo e acolhemo-Lo, mas até um certo ponto;
sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena confiança,
deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em
todas as decisões; temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas,
faça sair do nosso horizonte frequentemente limitado, fechado, egoísta,
para nos abrir aos seus horizontes".
Quando Deus se revela, em toda a história da salvação, "aparece sua
novidade, transforma e pede para confiar totalmente n’Ele: Noé construiu
uma arca, no meio da zombaria dos demais, e salva-se; Abraão deixa a
sua terra, tendo na mão apenas uma promessa; Moisés enfrenta o poder do
Faraó e guia o povo para a liberdade; os Apóstolos, antes temerosos e
trancados no Cenáculo, saem corajosamente para anunciar o Evangelho".
Entretanto, o Santo Padre assinalou que "não se trata de seguir a
novidade pela novidade, a busca de coisas novas para se vencer o tédio,
como sucede muitas vezes no nosso tempo.?A novidade que Deus traz à
nossa vida é verdadeiramente o que nos realiza, o que nos dá a
verdadeira alegria, a verdadeira serenidade, porque Deus nos ama e quer
apenas o nosso bem".
"Perguntemo-nos hoje a nós mesmos: Permanecemos abertos às "surpresas
de Deus"? Ou fechamo-nos, com medo, à novidade do Espírito Santo?
Mostramo-nos corajosos para seguir as novas estradas que a novidade de
Deus nos oferece, ou pomo-nos à defesa fechando-nos em estruturas
caducas que perderam a capacidade de acolhimento?".
O Papa também assinalou que "à primeira vista o Espírito Santo parece
criar desordem na Igreja, porque traz a diversidade dos carismas, dos
dons. Mas não; sob a sua ação, tudo isso é uma grande riqueza, porque o
Espírito Santo é o Espírito de unidade,?que não significa uniformidade,
mas a recondução do todo à harmonia".
"Quem faz a harmonia na Igreja é o Espírito Santo", indicou o Santo
Padre, pois "só Ele pode suscitar a diversidade, a pluralidade, a
multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade".
"Em troca, quando somos nós a querer fazer a diversidade fechando-nos
nos nossos particularismos, nos nossos exclusivismos, trazemos a
divisão; e quando somos nós a querer fazer a unidade segundo os nossos
desígnios humanos, acabamos por trazer a uniformidade, a
homogeneização".
Se nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, disse Francisco, "a
riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao conflito, porque
Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja".
"O caminhar juntos na Igreja, guiados pelos Pastores – que para isso
têm um carisma e ministério especial – é sinal da ação do Espírito
Santo; uma característica fundamental para cada cristão, cada
comunidade, cada movimento é a eclesialidade".
O Santo Padre assinalou que "o Espírito Santo faz-nos entrar no
mistério do Deus vivo e salva-nos do perigo de uma Igreja gnóstica e de
uma Igreja narcisista, fechada no seu recinto; impele-nos a abrir as
portas e sair para anunciar e testemunhar a vida boa do Evangelho, para
comunicar a alegria da fé, do encontro com Cristo".
"O Espírito Santo é a alma da missão.?O sucedido em Jerusalém, há
quase dois mil anos, não é um fato distante de nós, mas um fato que nos
alcança e se torna experiência viva em cada um de nós".
Francisco indicou que "o Pentecostes do Cenáculo de Jerusalém é o
início, um início que se prolonga.?O Espírito Santo é o dom por
excelência de Cristo ressuscitado aos seus Apóstolos, mas Ele quer que
chegue a todos".
"Jesus, como escutamos no Evangelho, diz: ‘Eu apelarei ao Pai e Ele
vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco’. É o Espírito
Paráclito, o "Consolador", que dá a coragem de levar o Evangelho pelas
estradas do mundo!".
Francisco assegurou que "o Espírito Santo ergue o nosso olhar para o
horizonte e impele-nos para as periferias da existência a fim de
anunciar a vida de Jesus Cristo. Perguntemo-nos, se tendemos a
fechar-nos em nós mesmos, no nosso grupo, ou se deixamos que o Espírito
Santo nos abra à missão".
"A?liturgia de hoje é uma grande súplica, que a Igreja com Jesus
eleva ao Pai, para que renove a efusão do Espírito Santo. Cada um de
nós, cada grupo, cada movimento, na harmonia da Igreja, se dirija ao Pai
pedindo este dom".
"Também hoje, como no dia do seu nascimento, a Igreja invoca
juntamente com Maria: ‘Veni Sancte Spiritus… – Vinde, Espírito Santo,
enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso
amor’! Amém.", concluiu.
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