O intuito de publicar o seguinte post é o de levar a conhecimento de todo cristão católico, o quanto é precioso e agradável a Deus a vocação sacerdotal, e também depois de publicar o seguinte post. O padre Raniero Cantalamessa, pregador oficial do Vaticano, escreveu um livro com o seguinte titulo: UNGIDOS PELO ESPÍRITO, nele o padre escreve sobre a riqueza sacerdotal na Igreja de Cristo.
O *padre Raniero (foto), escreve... Tocamos num ponto delicado sobre o qual eu gostaria de deter-me um pouco. Hoje em dia, também o serviço sacerdotal está na mira do perigo da secularização. Conta-se com demasiada facilidade com o fato de que cada serviço ao homem é também serviço a Deus. São Paulo fala de um "serviço no Espírito" (diakonia Pneumatos) (2 Cor 3,8), ao qual estão destinados os ministros do Novo Testamento. Quem, como o sacerdote, é por vocação chamado a esse serviço espiritual não estaria servindo aos irmãos se se entregasse a outra infinidade de trabalhos e negligenciasse o único trabalho que os outros esperam dele e que apenas ele pode realizar. Está escrito que o sacerdote "é constituído em favor dos homens no que se refere a Deus" (Hb 5,1). Pelo bem dos "homens", com certeza, mas nas coisas que se refere a Deus!
Vimos que quando esse problema surgiu pela primeira vez no interior da Igreja, Pedro resolveu-o dizendo: "Não é justo que esqueçamos a Palavra de Deus para servir às mesas... nós nos dedicaremos à oração e ao ministério da Palavra" (At 6, 2-4). Há pastores que de fato voltaram a ocupar-se do "serviço das mesas"; dedicam-se a qualqur problema, material, econômico, administrativo, de construções e de recreações, que existem em sua própria comunidade, embora muitas vezes fosse possível, com um pouco de boa vontade, confiar essas responsabilidades a leigos comprometidos (insisto em esclarecer: quando for possível confiar esses assuntos a leigos comprometidos, porque nem sempre, de fato, isso acontece), e negligenciam, por seu turno, seu verdadeiro e insubstituível serviço.
O serviço da palavra exige horas de leitura, estudo e oração. Se existe um lamento geral que circula entre fiéis da Igreja, é este: a preparação inadequada, o vazio da pregação. Muitos saem da missa dominical antes desgostosos do que enriquecidos com a homilia. Para mim, esse é o problema pastoral número um. Com muita frequência se deve repetir o profeta Isaías: "Os humildes e os pobres buscam água, mas não há nada" (Is 41, 17). Conserva toda a sua extraordinária atualidade a seguinte página de São Gregório Magno: "Para uma grande messe, são poucos os operários. não podemos falar dessa escassez sem uma profunda tristeza, porque existem pessoas que escutariam de bom grado a Palavra, mas faltam pregadores. O mundo está cheio de sacerdotes, e raramente se encontra quem trabalhe na vinha do Senhor; assumimos o ofício sacerdotal, mas não realizamos as obras que o ofício comporta... Apegamo-nos a assuntos terrenos e outro é o compromisso que assumimos no ofício sacerdotal, outra coisa a que mostramos com os fatos. Abandonamos o ministério da pregação e somos chamados bispos para a nossa condenação, dado que possuímos o título honorífico e não a realidade... À medida que mais nos dedicamos aos assuntos da terra, mais nos tornamos insensíveis interiormente" (Homilías sobre los evangelios, 17, 3.14; PL 76, 1139ss).
O sacerdócio não é apenas um "ministério" como os outros, mas um "mistério"; não é somente um ofício, um coeficiente de promoção humana, ou uma atividade supletiva do estado ou da cultura; é um sinal, um sacramento, um "instrumento vivo de Cristo", tal como o define um texto do Vaticano II (PO, 3,12). É possível que o problema das vocações sacerdotais encontre sua raiz nesse terreno; trata-se de saber se somos capazes de dar aos cristãos a verdadeira imagem do sacerdote. Que necessidade há de tornar-se sacerdote se, no final, tudo o que faz o sacerdote pode também ser feito por um leigo? Também o leigo pode, em certas circunstâncias, anunciar a Palavra de Deus - e com muita frequência com maior eficácia do que o sacerdote -, também o leigo cristão pode promover os valores humanos, o bem social; pode até mesmo ser um "conscietizador", um "lider"... Mas no sacerdote há algo mais, que não vem do homem, mas de Deus. E desse "algo mais" satanás tem um medo especial. Ele teme que o sacerdote perceba o poder que existe nele e o ponha em prática. Todo o resto o deixa relativamente tranqüilo. O fato de um sacerdote ter grande cultura, ciência e muitos títulos acadêmicos, ou de ser cheio de iniciativas, não o faz perder a calma. Mas se se apresenta um sacerdote "sacerdote", humilde como o Santo Cura de Ars, pleno do Espírito Santo, como Jesus quando se dirigiu a Cafarnaum, depois do seu batismo no Jordão, então se sentirá de novo o grito de satanás: Vieste perder-nos!"
Vimos que quando esse problema surgiu pela primeira vez no interior da Igreja, Pedro resolveu-o dizendo: "Não é justo que esqueçamos a Palavra de Deus para servir às mesas... nós nos dedicaremos à oração e ao ministério da Palavra" (At 6, 2-4). Há pastores que de fato voltaram a ocupar-se do "serviço das mesas"; dedicam-se a qualqur problema, material, econômico, administrativo, de construções e de recreações, que existem em sua própria comunidade, embora muitas vezes fosse possível, com um pouco de boa vontade, confiar essas responsabilidades a leigos comprometidos (insisto em esclarecer: quando for possível confiar esses assuntos a leigos comprometidos, porque nem sempre, de fato, isso acontece), e negligenciam, por seu turno, seu verdadeiro e insubstituível serviço.
O serviço da palavra exige horas de leitura, estudo e oração. Se existe um lamento geral que circula entre fiéis da Igreja, é este: a preparação inadequada, o vazio da pregação. Muitos saem da missa dominical antes desgostosos do que enriquecidos com a homilia. Para mim, esse é o problema pastoral número um. Com muita frequência se deve repetir o profeta Isaías: "Os humildes e os pobres buscam água, mas não há nada" (Is 41, 17). Conserva toda a sua extraordinária atualidade a seguinte página de São Gregório Magno: "Para uma grande messe, são poucos os operários. não podemos falar dessa escassez sem uma profunda tristeza, porque existem pessoas que escutariam de bom grado a Palavra, mas faltam pregadores. O mundo está cheio de sacerdotes, e raramente se encontra quem trabalhe na vinha do Senhor; assumimos o ofício sacerdotal, mas não realizamos as obras que o ofício comporta... Apegamo-nos a assuntos terrenos e outro é o compromisso que assumimos no ofício sacerdotal, outra coisa a que mostramos com os fatos. Abandonamos o ministério da pregação e somos chamados bispos para a nossa condenação, dado que possuímos o título honorífico e não a realidade... À medida que mais nos dedicamos aos assuntos da terra, mais nos tornamos insensíveis interiormente" (Homilías sobre los evangelios, 17, 3.14; PL 76, 1139ss).
O sacerdócio não é apenas um "ministério" como os outros, mas um "mistério"; não é somente um ofício, um coeficiente de promoção humana, ou uma atividade supletiva do estado ou da cultura; é um sinal, um sacramento, um "instrumento vivo de Cristo", tal como o define um texto do Vaticano II (PO, 3,12). É possível que o problema das vocações sacerdotais encontre sua raiz nesse terreno; trata-se de saber se somos capazes de dar aos cristãos a verdadeira imagem do sacerdote. Que necessidade há de tornar-se sacerdote se, no final, tudo o que faz o sacerdote pode também ser feito por um leigo? Também o leigo pode, em certas circunstâncias, anunciar a Palavra de Deus - e com muita frequência com maior eficácia do que o sacerdote -, também o leigo cristão pode promover os valores humanos, o bem social; pode até mesmo ser um "conscietizador", um "lider"... Mas no sacerdote há algo mais, que não vem do homem, mas de Deus. E desse "algo mais" satanás tem um medo especial. Ele teme que o sacerdote perceba o poder que existe nele e o ponha em prática. Todo o resto o deixa relativamente tranqüilo. O fato de um sacerdote ter grande cultura, ciência e muitos títulos acadêmicos, ou de ser cheio de iniciativas, não o faz perder a calma. Mas se se apresenta um sacerdote "sacerdote", humilde como o Santo Cura de Ars, pleno do Espírito Santo, como Jesus quando se dirigiu a Cafarnaum, depois do seu batismo no Jordão, então se sentirá de novo o grito de satanás: Vieste perder-nos!"
* Capuchinho, é natural da província de Ascoli Piceno (Itália). Licenciado em Teologia e Letras Clássicas. Professor de História das Origens Cristãs da Universidade Católica de Milão. Membro da Comissão Teológica Internacional até 1981. Em 1980, abandonou o ensino para dedicar-se por completo à pregação. Desde 1980 é Pregador da Casa Pontifícia. Autor, entre outros livros publicados por Edições Loyola de: O Espírito Santo na vida de Jesus, 4ª ed.; A vida sob senhorio de Cristo, 3ª ed.; A obediência, 3ª ed.; Ungidos pelo Espírito.
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